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terça-feira, 26 de julho de 2011

De uma receita errada a uma gata com cheiro de baunilha

Pessoas,

ela sai do trabalho e vai para a academia, depois de uns 15 dias longe de lá ou, ao menos, de fazer um treino decente. Voltou não porque estivesse sentido falta, que nada, sentia-se bem que só, mas porque achava que deveria. Vive dizendo que vai se entregar aos prazeres do sedentarismo, porém nunca o faz. Provavelmente porque ficar doente seja seu maior medo. Depois do maior medo que só ele sabe e sempre lhe diz que não a nada a temer.

Pós treino, morta de fome, ela passa no mercado para comprar banana e legumes, mas compra muito mais. E nem era no Pão de Açúcar. Um queijo aqui, um biscoito acolá, algo de beber. O manjericão estava estonteante, então comprou. Vai ficar ótimo no crepe de queijo que fará assim que chegar. E o hortelã também, ficará ótimo com o suco de morango.  Avista uma lata de leite condensado e flerta com ela. É proibido, mas só uma vez não tem problema. Lembra que essa uma vez ocorreu no fim de semana anterior e liga o foda-se. Coloca a lata de leite condensado no carrinho e também um pacote de côco ralado. Brigadeiro com côco ralado, isso sim é conforto.

Alguns corredores depois, outra tentação: nutella. Flerta com ela, desiste. E admira sua força. Vai pro caixa, olha pra bendita lata de novo, pro côco, suspira e os deposita naquele espaço de "produtos desistidos". Não pode, não deve. Embala tudo e paga a conta. Um folha de cheque na carteira a lembra que deveria ter pagado uma conta. Hoje. Merda. Ainda daria tempo de ir lá, mas a vontade de mijar era quase insuportável (na academia ela bebe muita água). Coloca tudo no carro, decide ir pra casa.

Com a bexiga explodindo, coloca as compras todas no carrinho da garagem, espera o elevador, que chega cheio. Xinga sem falar. Aproveita e verifica a caixa de correspondência. Há 2 (duas) multas do Detran: dias 04/07 e 08/07. Poucos minutos depois, sobe, despeja tudo em casa, fica de olho para a gata não aproveitar a porta aberta e querer passear e desce pra deixar o carrinho de compras na garagem. Não mija, prefere se livrar de tudo lá fora de vez. E meio que esqueceu da vontade, pensando nas multas. Especialmente na do dia 08/07.

Subindo, encontra no elevador o vizinho cujo apartamento vazava e estragou o teto recém reformado do banheiro deles. Fala sobre o assunto (na verdade ela e ele deviam um retorno ao vizinho) e pergunta ao vizinho quando ele mandará pintar o teto dela. Ele desconversa e solta um: "seu marido tem bom gosto, você é muito bonitinha". Ela ri, sem graça, quase mija nas calças, murmura "obrigada" e xinga calada de novo. Vocês a entenderiam se vissem o tipo.

Entra em casa e mija, fi.nal.men.te. Já se passou uma hora pós treino e o catabolismo está a mil. Começa a preparar uma massa de crepe. Pensando nos tipos (inacreditáveis) que costumam cantá-la (ou dizer que ela é bonitinha, entendam como quiserem), e na multa do dia 08/07, erra a receita, colocando o dobro da quantidade correta de farinha. Percebeu o erro quando ligou o mixer sem firmar a base e espirrou algo tipo uma argamassa na cozinha inteira. Na cozinha limpinha que a diarista acabara de deixar. Massa nas paredes e no chão. E na roupa dela também. E dentro das gavetas que abrira para retirar os talheres. O aroma da essência de baunilha, definitivamente, pega.

Como desgraça pouca é bobagem, a gata roçava na sua perna (pedia atenção desde que ela entrou em casa) e, no instante daquela chuva de massa branca, correu correu. Xinga de novo, alto. A gata é persa. Peluda. Essa massa naquele pêlo! Respira aliviada, e xinga de novo, quando alcança a gata e repara um sujo grande apenas num tufo no rabo. Pega a tesoura e corta o tufo de pêlo melecado. Observa leves respingos em algumas partes da gata. Liga no petshop e marca um banho. A gata cheira a essência de baunilha. 

Olha para a cozinha e quer morrer. Olha para o tanque e o vê inutilizado por conta de um imenso edredom secando estirado sobre ele e máquina de lavar. Não tem nem onde colocar a roupa toda respingada de argamassa de farinha. Se arrepende de ter deixado a lata de leite condensado e côco para trás. Era tudo que precisava. Pensa em pegar a gata e ir pra casa da mãe. Lembra que é adulta. Limpa tudo mais ou menos, dá uma ajeitada na receita, faz o crepe, esquece de colocar o manjericão, come e se joga num banho escaldante de muitos minutos. Ela merece. 


Beijocas. Vanessa

quarta-feira, 30 de março de 2011

Aniversário da Bolacha - 5 anos.

Pessoas,

hoje a Bolacha completa 5 anos! Uma vitória, já que, na primeira visita dela ao veterinário, aos 6 meses de idade e peso de gato de 3 meses, a vet disse que ela não vingava, de tão detonada que estava. Por quanto tempo? Não tive coragem de perguntar.

Naquele dia, e durante vários meses seguintes, eram fungos, pulgas, diarréias, febre, inflamações, catarros, coceiras, conjuntivites, pólipos gengivais e feridas. Com exceção das pulgas, pólipos e feridas, tudo se repetia com certa freqüência. Ela tinha uma caixa grande de remédio só dela.

Depois vieram um câncer (tumor vacinal, raro, mas é que ela é especial), e uma inflamação no intestino. O câncer se foi e ela não pode mais tomar injeção (é que o tumor se forma como reação à picada da agulha. Pode?). A inflamação no intestino será tratada pra sempre (foram inúmeras idas ao vet e quase 1 ano para acertar o tratamento).

Em meio a tudo isso, ela é calma, graciosa e educada. Também possessiva, ciumenta e dona de tudo. Dorminhoca e não come tanto. Discreta, carinhosa, segura e super independente! Adora brincar, mas só na hora que ela escolher. Adora ser jogada pra cima e se esconder. Gosta de carne crua e ração. Ama uma caixa (daquelas de leite, sabe?) vazia pelo chão e bolinhas de papel saltitantes. Não gosta de portas fechadas: vai logo curiar porque o espaço dela, que é o apartamento todo, foi reduzido. Ronca. Tem medo do aspirador de pó e do barulho do desodorante do pai. Tinha de trovão, mas não tem mais. Se esconde quando ouve o barulho da caixa de transporte. Sobe na cama e mia quando a gente demora mais que o normal pra levantar. É sempre elogiada pelo pessoal do pet após o banho mensal (quietinha = medo).

Escolhi o nome ela antes de conhecê-la. Só sabia que era persa e achava que era branca ( a doadora disse que era uma persa branca super saudável). Incrível, né? Coisa de mãe :) O que nessa vida parece mais uma bolacha?












Fotos: Rafael Jougle ( http://www.zoltardesign.com.br/  http://www.flickr.com/photos/rafael_lobo )

E um belo vídeo dela caçando borboletas:


A comemoração desse ano será em grande estilo. Relato aqui :)

Beijocas. Vanessa