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domingo, 20 de abril de 2014

Ushuaia - Dez/2013

Pessoas, 

engraçado que no planejamento dessa viagem (El Calafate, Torres del Paine e Ushuaia), a minha maior expectativa era com Ushuaia. Talvez por ser mais explorada publicitariamente, por ser a cidade mais austral do mundo, o que a leva a ter o banheiro mais austral do mundo, o restaurante mais austral do mundo e tudo mais mais austral do mundo.

Fato é que depois El Calafate e Puerto Natales, eu já voltaria para casa satisfeita. Já tinha visto maravilhas naturais incríveis e nem sabia bem o que esperar de Ushuaia.

Resquício de quando Ushuaia era uma prisão.

Foi bem legal. Mais pela escolha dos passeios e guias do que propriamente pelas belezas naturais. Veja bem: não to falando que não é lindo. É, sim. Mas se você for no sentido El Calafate – Ushuaia,  e ainda passar por Torres del Paine, quando chegar no local mais austral do mundo seu padrão de exigência para surpreender-se já estará elevado.

Fomos de El Calafate para Ushuaia de avião, e do aeroporto para o hotel de táxi com um motorista que cochilava pelo caminho. Juro! Pescava horrores, o que me obrigou a ficar puxando conversa sobre o clima da cidade. Não lembro o preço, mas não foi caro. Olha, já trabalhei muito melhor por esse blog. Essa seria uma informação básica. Prometo melhorar. Ou não.

Hotel

Ficamos hospedados no Hotel Villa Bréscia. Custou $512 por 4 diárias e a localização é muito boa, na Av. San Martin, a principal rua da cidade. O café da manhã era razoável, com bastante opções, ainda que nenhuma fosse supimpa. A cama era desconfortável, assim como o local para banho. Odeio banheiro sem local para apoiar shampoo, sabonete e etc. Ninguém merece ficar banhando e agachando para pegar as coisas do chão. O chuveiro também era ruim. Em compensação, os sabonetes e shampoos fornecidos pelo hotel eram de qualidade, tipo miniaturas de produtos de boas marcas, e isso eu prezo muito porque, a cada dia, levo menos coisas em viagens e realmente uso as  amenidades de hotel. Segredo: não só uso como trago comigo as que sobram. Daí, essas amenidades vão comigo na próxima viagem e garantem a higiene nos locais onde não há os tais mimos.

Outro problema do quarto era o aquecimento muito forte. Tudo bem que melhor assim que aquecimento falho, mas era difícil encontrar o equilíbrio entre coberta, pijama e bem estar. Resumo do hotel: não ficaria novamente nele.

Compras

Ushuaia é ótimo para compras. É livre de impostos e roupas de frio de marcas consolidadas custam menos da metade lá do em El Calafate. É fácil comprar: tem um shopping, Paseo del Fuego, fácil de chegar e fornece transfer gratuito a partir de alguns hotéis, e a Av. San Martin, cheia de lojas, mini shoppings, galerias e restaurantes. Com certeza, vale mais a pena bater perna e nessa rua do que se enfiar no shopping (que é igual a todos, como sempre). Fiquem ligados nos horários das lojas: elas não ficam abertas até tarde,  acho que até umas 20h30. É chegar do passeio e já ir perambular, se isso estiver na programação.

Passeios

Fizemos os passeios com as empresas Tierra Turismo (que nos vendeu também um pacote da Pira Tour) e Canal Fun. Acertei tudo pela internet e deu tudo certo. Fomos bem tratados virtualmente e pessoalmente e eles são bem profissionais. Recomendo todas, com o destaque para os guias da Canal Fun: os caras são verdadeiros artistas! Diversão garantida.

Parque e Natureza - Tierra Turismo Com a Tierra Turismo, fizemos o passeio Parque e Natureza. O dia estava ruim, chuvendo, e acho que eles fizeram algumas adaptações no roteiro. Foi legal, o guia era engraçado, falava bem português (com exceção de dizer "parabéns" ao se despedir dos turistas brasileiros no lugar de "obrigada", fato bastante engraçado quando nos demos conta da situação), preencheu bem um período da manhã que estava livre.  Dá pra ter uma visão geral do Parque Nacional. É light, não cansa, bom pra relaxar.

No passeio, o guia para ma estação de trem mais austral do mundo e quem quiser pode fazer o passeio de trem, bem tradicional por lá. Achei turistão demais, já tinha lido relatos de que não valeria a pena. Não fomos e foi muito mais legal e proveitoso ficar batendo papo com o guia enquanto o resto do grupo andava de trem.

Desse papo, soubemos que o índice de suicídio no inverno é alto, que os guardas do Parque Nacional ganham muito bem e tem aposentadoria especial porque é um emprego que ninguém quer (eles moram em cabanas no parque, onde não há luz, internet, etc), que no inverno eles perdem por volta de duas horas por dia por conta dos transtornos causados pela neve e frio (tirar neve de todo canto, esquentar motor do carro).

Esse passeio custou $70 por pessoa, não inclui a entrada no parque,  e terminou por volta das 13h30, dando tempo certinho de comer algo rápido e ir para o ponto de partida do passeio da tarde: visitar uma pinguinera!

Estância Harberton + Pinguinera na Isla Martilo - Pira Tour

Com a Tierra Turismo compramos o passeio pela Isla Martilo, para visitar uma pinguinera. Esse passeio é feito apenas pela Pira Tour e é possível comprar diretamente com eles. Pela internet, o preço é o mesmo: $100 + 80 pesos argentinos para entrar na Estância Harberton, de onde se tem acesso à Isla Martilo.

Esse passeio é obrigatório!!!! A ilha é tomada por pinguins e o passeio é caminhar, educadamente e por um caminho predefinido, entre eles. É muito legal!

A parte antes e depois da caminhada com os pinguins também é bacana. A gente passa um tempinho na estância Harberton e pode visitar um pequeno museu de animais marinhos, o Acatushún Museum, com várias ossadas completas, e a visita é guiada por uma veterinária. Bem legal.

O trajeto até a Estância Harberton é feita nesse ônibus. Lá se pega uma lancha até a Isla Martilo.



Havia 2 pinguins imperiais por lá :-)



Mãe alimentando o filhote. 


Museu de animais marinhos.
No caminho, paramos perto de umas árvores bem tortas, por efeito dos fortes ventos patagônicos.




Parque Nacional Trekking y Canoas - Canal Fun

Esse passeio de dia todo é ótimo! Demos sorte com o clima, que abriu, e com o guia, engraçadíssimo. Depois de buscar todo mundo nos seus hotéis, a primeira parte do passeio é uma caminhada leve, de umas 3 horas, pela Senda Costera do Parque Nacional, pela margem do mar. Paisagens lindas, histórias ótimas, muito bom mesmo. Sorte imensa do dia: registrar a atuação de um legítimo pica-pau :-) Vídeo aqui.








Depois de tanta caminhada, parada para almoço, que é preparado pelo motorista  num acampamento onde a caminhada termina. Comida gostosa, com vinho, entrada, prato principal, sobremesa e muito bate papo.




Daí, vamos canoar! E dá-lhe paisagens muito lindas, e agora com direito a um legítimo leão marinho dando o ar da graça. Segundo o guia, raro isso acontecer.



Tem um lobo marinho ali na direita, dentro da água!




Contando assim nem parece que foi fantástico, mas o dia foi muito especial. Recomendo demais! Custou 840 pesos argentinos por pessoa, com tudinho incluído.

Lagos Off-Road - Canal Fun

Também é um passeio de dia todo e esse tem emoção. É mais diversão e menos informação. Começa com um passeio pelas Cordilheiras dos Andes, pelo Paso Garibaldi. Depois, começa a graça de andar de 4x4 por terra lameada e esburacada e pelo água. É divertido. Você acha que não vai passar. O guia diz que dessa vez não passa. Depois, almoço, bem decente, e volta pra casa, com uma paradinha num dique construído por castores! Sim, castores são uma praga em Ushuaia porque não tem predadores deles por lá. E eles são ótimos engenheiros e bastante espertos: destroem a floresta e constroem estrutura que os preservam de todo mal. Mais sobre o assunto, aqui.








Dique construído pelos castores.

Restaurantes

Fomos felizes no Maria Lola (é bom reservar, é bem falado no TripAdvisor e lotado), infelizes no Bodegón Fueguino (não há cadeiras, e sim bancos sem enconto, uma tortura, e a comida é medíocre) e na Isla de Chocolate (blé!). Dica básica: fuja dos restaurantes da Av. San Martin. Muito turista, muito "sei que você não vai voltar mesmo".

Pra finalizar, uma história boa. Durante um dos passeios, o guia explicou, em espanhol, que os índios que viviam no Parque Nacional usavam a madeira das árvores para fazer canoas. Alguém perguntou como eles fixavam as tábuas, e ele respondeu: "con pelo de ballena" (com cabelos de baleia). Ao ouvir a palavra "ballena", cuja pronúncia se parece muito com vagina (confira no google tradutor), um adolescente MUITO espantado questionou: "PELOS DE QUE?!?!?" E seu pai respondeu, muito rapidamente: de ovelha. E deu uma olhada cúmplice para a mãe e não se falou mais nisso. Resultado: o pai e a mãe até hoje acham que as canoas eram feitas com pelos de vagina, o filho tá em dúvida, o guia não entendeu nada e eu e Vinicius gargalhamos toda vez que lembramos do fato.

E fotos lindas da cidade!








Beijocas. Vanessa.

quarta-feira, 12 de março de 2014

El Calafate - Dez/2013

Pessoas,

no final do ano passado fomos para a Patagônia. Mais especificamente El Calafate, Puerto Natales/Torres del Paine e Ushuaia. 

Lugares lindos! A época, dezembro, era de verão, mas esse nome é só para caraterizar a estação do ano. Apesar de verão, a temperatura média era de 10º. Com muito vento!

Além de calça e blusas boas para frio e vento, cachecol, luvas e protetor de orelhas são essenciais. 

Nossos deslocamentos foram: Brasília até El Calafate de avião, El Calafate até Puerto Natales de ônibus, voltamos para El Calafate e daí voamos até Ushuaia, e depois voamos de volta pro Brasil.

Todos os trechos aéreos foram de Aerolines Argentinas. Companhia aérea bem meia boca. Comida ruim e atendimento super precário no aeroporto. Perdemos a conexão Buenos Aires - El Calafate porque o voo que saiu do Brasil atrasou. Ficamos perdidos que nem baratas tontas no aeroporto de Buenos Aires porque o povo da Aerolineas Argentinas não sabiam informar nada ou informam errado ou tinham bastante má vontade. No fim deu tudo certo, mas porque nos somos espertos e atletas capazes de andar muito rapidamente de um imenso terminal a outro mais imenso ainda.

Ficamos 3 dias em El Calafate, com dois dias cheios, e um dia na volta de Puertos Natales porque nosso voo para Ushuaia partia de El Calafate. Daria para ficar mais, porque há muitos passeios legais. Cometi o grande erro de só reservar passeio para um dia (minitrekking no Perito Moreno) e deixar o outro livre para decidir lá. Tudo lotado!!! Acabamos fazendo um passeio de quadriciclo na montanha porque era o que tinha vaga. Ainda bem que, no fim das contas, esse passeio foi bem legal.

Do aeroporto para o hotel.

Do aeroporto de El Calafate ao nosso hotel, Rochester Calafate, usamos o serviço de suttle oferecido no aeroporto, da Vespatagonia. Não lembro quanto foi, mas era a menos da metade do transfer do hotel. E também não fizemos reserva, compramos lá na hora assim que chegamos.

Voltando para o aeroporto, para ir rumo a Ushuaia, fomos de táxi mesmo. Demos a sorte de ter outro casal saindo na mesma hora e rachamos a corrida.


Em lugares frios e onde os passeis dependem de condições climáticas, tenho tendência a escolher hotéis melhores. Caso tenhamos que ficar ilhados, pelo menos temos um pouco de conforto. Por isso escolhi o Rochester para o período mais longo em El Calafate. E é mesmo um bom hotel, mas não voltaria a ficar nele. Acho que o preço não compensa: 3 diárias por U$410.

Ele fica longe do centro. Ainda que tenha um transfer gratuito para o centro da cidade, não é a mesma coisa de "vou ali na esquina comprar um alfajor". Apesar de bonito e confortável, não tem uma atração que faça curtir o hotel, como spa, piscina, academia, sala de jogos. Ou seja, se ficar ilhado, é sentado num sofá bonito na bela sala de espera com uma bela vista. Terceiro que o chuveiro fica dentro da banheira, é ruim de acessar a torneira para ajustar a temperatura antes de entrar no banho (fica numa posição que você se molha quase todo ajustando a água) e ainda molha o banheiro todo, porque o blindex só vai até a metade da banheira. 

De bom tinha a cama, super confortável e garante boa noite de sono, e o café da manhã, com muitas opções.

El Calafate tem uma rua central que tem de tudo! Comércio, bancos, farmácias, agências de turismo. A vida acontece ali!  Hospede-se por lá. 


De El Calafate, nos fomos de ônibus Puerto Natales e depois voltamos para ficar só uma noite (a noite de reveillon) e dia seguinte seguir para Ushuaia.

Para essa noite, optamos por um hotel no centro porque queríamos ficar no meio do burburinho. E como era só uma noite, escolhemos um mais barato (U$ 62)

Olha. É muito bem localizado, é barato, tem um clima de descontração muito legal. Mas o quarto é mega desconfortável. Cama dura, quarto claro e frio. Noite péssima! E ainda a descarga do nosso banheiro parou de funcionar e a gente tinha que jogar balde com água no vaso. O café da manhã era bem ruinzinho.

Passeios

No primeiro dia, fizemos o minitrekking no glaciar Perito Moreno, com a empresa Hielo & Aventura. Custou $800 (pesos argentinos) por pessoa e foi muito legal. A entrada do Parque Nacional dos Glaciares, onde fica o Perito Moreno, não está incluída e deve ser paga em dinheiro ($50 para argentinos, $130 para estrangeiros, e brasileiro tem desconto, é entre esses dois valores). 

O passeio é de dia inteiro e a grande vantagem é que dá pra usufruir do Perito Moreno de 3 formas: pela passarela (tal como nas Cataratas do Iguaçu), de barco e depois caminhando sobre ele. 

O glaciar Perito Moreno é impressionante! Lindo de tirar o fôlego, com aparência de coisa macia que dá vontade de morder. Para vocês terem idéia da magnitude do glaciar, essa coisinha no círculo branco na foto abaixo é um barco.


Basicamente, o passeio é assim: depois de buscarem os turistas nos hóteis, a primeira parada é nas passarelas de observação do glaciar. Dura umas 2 horas. Dá pra ouvir vários desprendimentos do gelo e, se tiver olhando pro lugar certo na hora certa, ver a placa de gelo cair.




Nessa parada, tem uma lanchonete bem bacana e banheiros. Não precisa ficar preocupado de levar comida. O preço é bem ok.  Aqui que se almoça ou faz um lanche reforçado porque depois não tem mais onde comer. 


Depois voltamos para o ônibus para ir até o ponto de pegar um barco e, daí, seguimos para o ponto de início do trekking. Esse trajeto de barco também é legal e a gente chega próximo da parede do Perito Moreno. Imensa de grande.  Depois, trekking com grampões no sapato. 

Na base do trekking, há local para deixar mochilas. Eles aconselham ir com quase nada. O trekking é relativamente fácil. Gente de toda idade vai. Dura pouco mais de uma hora e tem bastante paradas. Tivemos a sorte do tempo abrir um pouco quando estávamos no glaciar, e o que era lindo ficou ainda mais maravilhoso. Quando o sol bate no gelo, ele fica azul. Ah, e é uma claridade danada! Não deixem de levar óculos de sol.

O guia vai na frente e de vez em quando usa o martelo da foto abaixo para "abrir caminho" no gelo, criando degraus ou deixando alguma parte mais triturada para os grampões fimarem.






No final do trekking, todo mundo ganha uma dose de whisky para tomar com gelo glaciar. Bebida ruim, idéia boa, diversão garantida. Depois, barco de novo, ônibus de novo e te deixam no hotel.







No segundo dia, visitamos pela manhã o Glaciarium e a tarde fizemos um passeio quadriciclo na montanha. Contratamos no dia anterior numa das agências da rua principal e acho que custou uns U$100. Foi esse passeio aqui.

O passeio começa com a subida de teleférico. Como o dia estava lindo, a vista era de embasbacar. Nem a ventania balançando o teleférico pra lá e pra cá foi capaz de nos abalar.


Chegando lá em cima, os quadriciclos estão nos esperando. A gente vai em fila indiana e o guia na frente. Ele vai dando as dicas de como pilotar, subir e descer. É com emoção. Tinha cada descida que gelei. E a vista lá de cima é sempre linda de morrer.


Depois a gente dá uma voltinha nessa carro legal da foto abaixo e desce de teleférico de novo.



Foi divertido!

O Glaciariu é um museu sobre glaciares. É legal, mas não essencial. Gostei da forma de glaciar que ele tem, da vista liiinda do Lago Argentino e das plaquinha do banheiro.








No mais, bebemos, comemos e batemos perna. Pouca, porque a cidade é minúscula. É fofa e tem uns jardins apaixonantes, com casas de muro baixo ou sem muro.




Comemos, bebemos e recomendamos o Isabel, o El CucharonSushi Bar e a Borges y Alvarez Libro-Bar (há cervejas bacanas e eles servem pipoca de couvert para acompanhar a bebida!). Ah, almoçamos também um dia no restaurante do Hotel Xelena e foi bem gostoso. Vale a pena se tiver por perto.

Comemos e bebemos e não recomendamos o Quidu. Tem vista, ambiente e atendimentos ótimos, mas a comida é ruim, apesar de estar muito bem avaliado no Tripadvisor. Um puta desperdício.

Tentamos algumas cervejas artesanais, mas o povo lá não tem as manhas, não. Todas esquecíveis.

El Calafate foi assim. Abaixo a nossa assinatura oficial nos livros de hotéis :-)



Daqui, de ônibus para Puerto Natales, no Chile, para visitar o parque Torres del Paine. O post tá aqui.

Beijocas. Vanessa.