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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

EUA 2022 - Motorhome com criança de 5 anos (Georgia, Alabama, Mississipi, Tennessee, Kentucky e Carolina do Norte) - Planejamento, roteiro resumido e dicas gerais.

 Lia, 

eita que esse ano de 2022 está animado! É aventura que não caba mais. Já teve Egito (post sairá, com fé!) e muito Goiás (Tauá, Chapada dos Veadeiros, rolê de motorhome).

Pura animação para o embarque!

Pra viagem de motorhome nos Estados Unidos, a mamãe pensou na Califórnia. Além de se uma viagem cênica bem linda e famosa, ainda teria parques da Disney para você. Era isso. Califórnia. Mamãe começou a saga da procura de passagens aéreas. Procura daqui, olha dali, acessa o Google Flights TODO santo dia, sem exceção (a persistência é o caminho do êxito), verifica se tem boas emissões com milhas. Tudo isso, todo dia. Até que, nas intermináveis consultas ao Google Flights, apareceu uns vôos para Atlanta com um preço muito camarada. 

Flexibilidade é algo fundamental para quem gosta de viajar muito. Nem sempre é a gente que escolhe o destino. Muitas vezes é o destino que nos escolhe. Não conhecemos Atlanta e nem a região ao redor dela.  Além disso, a Motorhome Trips, empresa com a qual estávamos conversando sobre o aluguel do motorhome, tinha também uma sugestão de roteiro saindo e chegando em Atlanta. Aí deu match!

Então bora!

Passagens Copa e Latam

As passagens para a Califórnia estavam por quase R$ 10.000,00 para nós três. Para Atlanta, o preço foi de R$ 5.000,00, voando Copa Airlines, em horários excelentes, com conexões curtas. O único porém foi que as opções com preço reduzido era saindo de Brasília, mas chegando em São Paulo. Então precisamos completar a passagem emitindo o trecho de São Paulo para Brasília na volta.  Mas até nisso a sorte estava conosco. Mamãe achou passagens no exato dia que precisávamos pela Latam por 5.000 milhas o trecho/pessoa em horário super compatível com a nossa chegada (nem tão perto, a ponto de qualquer atraso nos fazer perder o voo seguinte, mas nem tão longe a ponto de ser muito sofrido). A previsão era chegar em SP às 06h06 e nosso vôo Latam partiria às 12h25. Claro que até a data da viagem a Latam mudou o horário do nosso vôo várias vezes (como aconteceu na viagem do Egito - post em breve, tô reafirmando para não esquecer..rs), até nos colocar em um vôo que sairia de GRU às 19h!!!! Ou seja, teríamos mais de 12 horas de espera em Guarulhos. Ninguém merece.

Apesar de ter toda uma preparação psicológica e planos de como iríamos matar esse tempo, a mamãe chegou de volta ao Brasil decidida a ir conversar com a Latam pra ver se tinha algum vôo melhor pra gente. Primeiramente, perguntei para o funcionário que fica no embarque, controlando a fila do check-in e ele disse que como nosso vôo era direto, não seria possível fazer a trocar por um vôo com conexão, e as opções que tinham com vôos melhores eram todas com conexão. E, ainda, só poderíamos despachar as malas 4 horas antes do vôo. Nem daqueles trambolhos todos a gente poderia se livrar.

Mesmo assim, resolvi ir na loja da Latam. E não é que deu certo??? Fomos realocados para um vôo com conexão no Rio de Janeiro, saindo do GRU às 11h30, conexão de 1h30 no Santos Dumont e chegando em Brasília 16h. A sorte continuava conosco, pois eu e você viajamos de Premium Economy no primeiro trecho, encontramos por puro acaso a vovó Nélida no aeroporto do Rio de Janeiro e a Latam ainda creditou os pontos desses vôos, originalmente comprados com milhas!

Encontro inesperado no aeroporto. Na hora que você viu a vovó, saiu correndo em direção a ela gritaaaaannnddddooooooooo :-)

Sobre os vôos da Copa, apesar de as aeronaves que partem de Brasília serem um busão (as aeronaves que partem e chegam em GRU são mais modernas (daquelas que tem classe executiva de verdade - foi a aeronave que pegamos na volta, mas na classe executiva, quem me dera), o vôo é rápido, nunca atrasou conosco e a comida é boa. Na ida, o vôo partiu 02 da manhã. Você embarcou dormindo (dormiu na sala Vip em Brasília) e só acordou no Panamá, filha, com o barulho dos passageiros se levantando, quando o avião já estava parado. A Copa nunca se importou de você estar deitada na aterrisagem e decolagem, desde que esteja de cinto de segurança, claro. E eu amo isso porque já tivemos que te acordar pra que você sentasse em uma ou duas ocasiões em outras cias aéreas.


Se a mamãe não fica acordada, a gente perderia o primeiro voo q saiu de Brasília às 2 da manhã. Você só acordou no Panamá, filha!


Além disso, outra coisa que amamos é que quem pilotou o avião entre Brasília e Panamá foi umA comandante! 

Divertido foi você chateada porque dormiu e "perdeu" o vôo. Demorei pra entender, mas depois saquei que você achou que tinha deixado de ganhar brinquedos porque ainda se lembrava dos milhares de mimos que ganhou da Qatar quando fomos para o Egito :-) Expliquei que a Copa é um pouco diferente, mas você ainda não se convenceu. 

Nosso bilhete aéreo não tinha bagagem despachada incluída. Além da mala gigante que íamos despachar (levamos lençóis, toalhas, cobertas - tudo pra fugir das taxas absurdas cobradas pela Cruise America por esses itens e também das compras em dólares), fiquei em dúvida se precisava também pagar para despachar seu carrinho (um Maclaren Quest, esse modelo, que dobra tipo guarda chuva). Liguei na Copa e informaram que provavelmente não precisaria pagar, era só despachar na porta da aeronave. De fato, não houve cobrança para o carrinho e ainda deixaram despachar um das malas menores. Já a Latam confirmou que era preciso fazer a compra do despacho de bagagem para o carrinho. Como era só um vôo de volta no final da viagem, deixei pra comprar na hora. Sorte a nossa, porque não cobraram o despacho do carrinho :-)

No Panamá, fomos novamente para a sala vip Copa Club (benditos cartões de créditos e, especialmente, o conhecimento para usufruir dos benefícios!) aguardar nosso vôo. A comida oferecida nessa sala é beeeem fraca, mas o espaço é ótimo e você fez um monte de amiguinhos na brinquedoteca!

Chapéus decorando a sala vip Copa Club no aeroporto do Panamá

Brinquedoteca (sem brinquedos...rsrrs) Mas as crianças juntas se divertiram.


Aluguel e uso do Motorhome, a quem apelidamos carinhosamente de Rubble (da Patrulha Canina)

Passagens resolvidas, fomos negociar o motorhome com a Motorhome Trips. Eu já tinha lido tanto sobre a empresa que quase não verifiquei outros orçamentos. Olhei rapidamente em alguns sites, era mais ou menos a mesma coisa, mas sem ir atrás de preços reais. A empresa é brasileira, ela faz a ponte entre o cliente e a locadora do motorhome e todo o atendimento é em português. Além disso, eles também dão suporte na viagem em português e achei que para nossa primeira grande viagem desse tipo a segurança de alguém falando nossa língua seria confortável. 

Eles foram super atenciosos nas milhares de mensagens que trocamos até comprar as passagens fechar o local de retirada do motorhome. Depois do contrato fechado, propuseram uma reunião virtual para que a gente conversasse sobre o roteiro, sobre o motorhome e nos deram várias dicas legais para o momento da retirada. Durante a viagem, nos falamos alguma vezes pelos whatsapp para tirar dúvidas e relatar perrengues. 

Alugamos um modelo C25 da Cruise America. É um modelo mediano, para 5 adultos. Tem também o C19, ideal para 2 adultos e 1 criança, e mais fácil de dirigir e nossa primeira opção, mas por causa da disponibilidade ele ficava mais caro que o C25.  Tem vídeos com o interior do motorhome aqui (vídeo com fofurômetro explodindo!) e aqui (imagem melhor, mas sem emoção :-)).

O tipo de carteira exigida é a B, a mais comum no Brasil. É isso. Com habilitação de carro se pode dirigir um caminhão nos EUA...rsrsrsrsr. 

Alugamos o Motorhome por 16 dias. O valor foi de $2.485,35 e mais $182,84 no momento da retirada, pelos seguintes serviços: 1500 milhas pré-pagas (após US$ 0,38 por milha adicional), seguro do veículo SLI com cobertura até US$ 1.000.000,00 (franquia US$ 2.000,00 por incidente), taxas americanas e impostos brasileiros. Na retirada, é preciso cartão de crédito com limite disponível de $500 para caução. Ah!!! Tivemos desconto de $54 por dizer que a indicação da empresa foi pelo blog da Claudia, que é mesmo a minha grande referência em viagens :-)

Fomos instruídos a fazer uma ligação para a loja de Atlanta no dia anterior para agendar o horário da retirada do motorhome. Se não agendar, a retirada é no horário que der (tipo encaixe consulta médica). A gente contratou o Claro Américas (falo mais sobre isso abaixo), então a idéia era chegar em Atlanta e já ligar na loja, já que nossa retirada era no dia seguinte. Só que não conseguimos realizar ligações telefônicas quando chegamos em Atlanta. O 4G funcionava perfeitamente, mas as ligações não completavam. Perguntei pra Motorhome Trips pelo whatsapp se havia outra forma de comunicação com a loja, além dessa coisa arcaica de ligação telefônica, e disseram que não. Nosso voo chegou em Atlanta quase 15h e, até a gente chegar no hotel, de onde a gente poderia ligar, já iam ser quase 18h, hora que a loja fechava. Foi perrengue emocional, porque eu, ansiosa que sou, já estava estressada achando que a gente não ia conseguir retirar o motorhome em horário decente. Bom, depois de imigração, esperar mala, ônibus e metrô, chegamos no hotel quase 18h. Pedi pra recepcionista ligar na loja e adivinha? Caia numa mensagem de voz pedindo para mandar um e-mail para agendar a retirada. Mas por que raios não passam esse e-mail para a Motorhome Trips?? Como não entendi o e-mail pela mensagem de voz, pedi, novamente e gentilmente, pra recepcionista ligar de novo e ela mesma anotar o e-mail pra mim. Aí, nessa ligação, não tinha a mensagem de voz com o e-mail e sim que a loja estava fechada, porque já eram 18h. Aff. Toquei o dane-se. Fiz o que eu podia. 

No dia seguinte, resolvemos chegar no início da hora da retirada na loja, 13h. Na verdade, chegamos umas 12h e a retirada foi super rápida. Não tinha ninguém, além de nós. Perguntaram se a gente tinha assistido o vídeo sobre o motorhome que eles mandam (sim, assistimos, claro, mais de uma vez e com anotações), explicaram rapidamente o funcionamento das coisas, fizemos aquela vistoria para registrar danos existentes. Conferimos a geladeira e seguimos as dicas que o Francisco havia nos dado para o momento da retirada. Nos ofereceram um complemento do seguro para isentar a franquia em qualquer situação (nossa franquia era de $2000), mas não aceitamos (infelizmente! Rs). Assinamos papéis, passamos cartão e pronto. Foi coisa de meia hora. Detalhe: enquanto estávamos por lá, o telefone tocou alguma vezes e ninguém atendia. 

Teoricamente, o motorhome vem sem nada! Sem itens de cozinha e de cama, mesa e banho. A Cruise America cobra $75 por pessoa para os personal kit com itens de cama, mesa e banho (toalhas para corpo e mãos, travesseiro, fronha, lençol e saco de dormir) e $125 pelo vehicle provisioning kit, com itens de cozinha e limpeza (leia-se: uma vassoura). Achei absurdamente caro, especialmente o kit para banho e cama. Imagina pagar $225 por toalhas, lençóis e saco de dormir.  Por isso, resolvemos levar tudo, menos os travesseiros, por causa do volume. Já a parte de cozinha e limpeza, não dava pra sair levando panelas e facas, mesmo porque gastaríamos com despacho de mala, então decidimos comprar por  lá mesmo.

Acontece que quando fomos retirar o Rubble, tava tudo lá! Os kits pessoais e os de cozinha. E também nos emprestaram cadeiras de camping, uma torradeira e uma cafeteira. Disseram que os kits estavam incluído no preço. Não sei se foi uma confusão da locadora ou uma cortesia, mas vibramos internamente de alegria! Só de não ter o trabalho de escolher e comprar as coisas de cozinha.... E olha que a mamãe procurou algumas vezes "kits de cozinha para motorhome" pela internet, na esperança de já comprar e mandar entregar no hotel em Atlanta e evitar o corre ficar escolhendo talher e panela no mercado, mas não encontrei nada e ainda bem! 

As coisas de cozinha e a vassoura eram ótimas, compramos depois só uma espátula de silicone, uma frigideira pequena para ovos e um pegador de silicone. Já as toalhas e lençóis eram bem toscos. Velhos, machados. Olha, pagar $75 por aquela qualidade....eu ia morrer! Mesmo assim, usamos o kit fornecido pela Cruise America na primeira parte da viagem e o kit que nós levamos na segunda parte. 

Justiça seja feita: o saco de dormir era ótimo!!! E foi totalmente necessário, porque pegamos umas noites bem frias quando fomos para a região das montanhas e o bendito aquecedor do nosso motorhome não funcionava!!! As cobertinhas que levamos não davam pra nada sozinhas. A gente usava o saco de dormir e as cobertas. E, de manhã, na hora de levantar, era uma tortura. Passamos frio, não dá pra negar. Depois reclamei isso com a locadora, através da Motorhome Trips, e eles nos ofereceram um reembolso de $116,40 como indenização pelo transtorno. Bom, melhor que nada, na hora fiquei felizona porque não esperava, mas, agora, analisando friamente, considerando o valor da diária de mais ou menos $250 e o perrengue com o frio que passamos, além das roupas de frio que mamãe precisou comprar, o valor poderia ter sido maior. Mas teve os kits de cortesia, né... Enfim.

O tamanho do modelo C25 para nós três foi excelente. Grande até. A adaptação ao pouco espaço foi rápida demais. Poderia morar ali (fogão, ducha de banho, torneiras e pias tops, colchão confortável). Depois de muitos dias, mamãe só sentiu falta mesmo de um banho com alguns minutos de água caindo da cabeça aos pés. 

Let's bora!!!!




Sei que não preciso de tudo que tenho pra viver bem, mas essas experiências reforçam a certeza e nos lembra que vender o apartamento e usar boa parte do dinheiro para um sabático em uma viagem lenta de volta ao mundo é sim uma boa ideia.

Dirigir o C25 é tranquilo (como sempre, mamãe dirige, papai dá as coordenadas com o mapa). Tem direção hidráulica, é automático. Depois de uns dias, é até perigoso, porque a viagem vai fuindo, é confortável e a gente até esquece do tamanho do treco. Foi por causa dessa confiança e desse conforto que veio a primeira avaria ao carro. Sim, primeira...rsrsrsr. 

Tentamos passar num local com teto baixo, de 9 polegadas (o motorhome precisa de 12 polegadas de altura para passar), por pura distração. A sorte é que o teto não era tão baixo a ponto de bater o próprio motorhome, bateu somente na proteção da claraboia da frente. E também sorte porque o teto não era um pouco mais alto, a ponto de não pegar a proteção da primeira claraboia, mas pegar o ar condicionado, que fica logo depois. Nas duas hipóteses, teríamos que devolver o carro e imagina o perrengue. 

Tivemos a brilhante ideia de fazer a curva nessa rampa, mas esquecemos daquela parte rebaixada ali.

Sim, tinha uma placa alertando da altura. É comer mosca que fala? A altura do Rubble é de 12"

Olha, aqui tá escrito 12"

Barulho!!! Ainda bem que estragou só essa peça externa que protegia a claraboia :-)

Ali a parte que ficou desprotegida depois do fato.


Ligamos na Cruise America para relatar o problema.  Como estávamos em Nashville, disseram que poderíamos ir na loja da Cruise America de lá para eles verificarem. Ficaram de nos retornar pela manhã do dia seguinte para dar instruções de horário. Nunca ligaram. Ainda assim, fomos por conta na loja em Nashville. Olharam, viram que não tinha sido nada demais (era só manter a claraboia fechada), não tinham a peça para repor e mandaram seguir viagem. Pronto. Deixamos pra pensar no preju no fim da viagem (ou até a segunda avaria.....kkkkcrying).

A segunda avaria foi com o retrovisor do motorista. O caso é que o Rubble é largo e os retrovisores ultrapassam a largura do carro. Estávamos, no Great Smoky Mountains,  numa pista estreita e curvada. De repente, nosso retrovisor beijou o retrovisor do carro que vinha em sentido contrário. Não sei quem invadiu a pista de quem e mesmo se houve invasão, ou se eram apenas dois carros gigantes. Não vi o  outro carro, só ouvi um barulhão! O retrovisor rebateu e os espelhos quebraram. Seguimos (era o que se podia fazer, um monte de carro em sentido único em estradinha sem acostamento) e paramos quando achamos um estacionamento. Sem espelhos não dava pra seguir viagem. Tentamos ligar na Cruise America, já envergonhados, para informar a segunda avaria, mas a Claro, novamente, não ajudou (já explico o lance das ligações). Como tinha um camping pertinho, resolvemos ir até lá para pedir ajuda e pernoitar. 

O estrago!

O camping era o Smoker Holler RV Resort. Chegando lá, o papai desceu para pedir informações, pois não tínhamos reservas. Quando ele estava andando lá dentro com cara de perdido, apareceu o Larry. O Larry mora no camping há 8 anos e percebeu que a gente estava precisando de algo. Papai explicou pra ele o que aconteceu e ele nos emprestou um espelho para colocar no retrovisor. Disse que, com espelho, tava tudo bem e que a gente podia seguir viagem. Ficamos imensamente gratos, até pedimos uma foto com o cara. 

Super Larry e o espelho que ele nos emprestou.

Além disso, ele nos indicou uma loja de reparos de motorhome em Pigeon Forge, onde fomos no dia seguinte, mas não tivemos sucesso. Na verdade, fomos em duas lojas (uma indicada pela Cruise America depois que finalmente conseguimos ligar) e nada resolveu. Resultado: fomos no Walmart, compramos outro espelho - muito pior do que o que Larry nos emprestou, uma silver tape resistente e refizemos o retrovisor. Ficou ótimo, nem sei como o pessoal da Cruise America percebeu que não era o retrovisor original :-) 

O remendo aprimorado.



Quando devolvemos o motorhome, pegamos o espelho do Larry de volta. Daí, compramos um presente, escrevemos uma cartinha e pedimos pro Rafa e pra Marcele, residentes nos EUA e com quem encontramos no fim da viagem, enviarem pro Larry pelos correios. Espero que ele tenha recebido e ficado feliz, porque ele foi mesmo um anjo pra gente naquele momento de tensão e desespero.

Sobre a Cruise America, disseram que se a gente já tinha arranjado um espelho, não havia problema algum em continuar a viagem. Pronto. Perrengue encerrado. Pelo menos até chegar a conta!

As avarias nos custaram $500. Também nos cobraram $35 de multa pelo gás propano, porque o tanque não estava cheio. A gente conferiu apenas no controle interno do motorhome e achava que estava cheio, mas tinha que ter conferido no registro do tanque que fica do lado de fora. 


Internet para a viagem - Claro Américas

Dessa vez, resolvemos ativar o Plano Claro Américas para a viagem. O plano é anual e custa R$ 9,99 por mês, ou seja, R$ 120,00 por ano e permite que usar seu plano normalmente em qualquer viagem pelas Américas por 1 ano. É muito mais barato e confortável do que comprar chip.

Preços de alguns chips pré pagos na Best Byu

A internet funcionou perfeitamente. Já as ligações....Já começamos passando perrengue porque precisávamos ligar na locadora assim que chegássemos para agendar a retirada do Rubble e não conseguimos. Depois de fuçar muito e perguntar nas redes sociais, descobri que nem sempre a Claro conecta automaticamente com a rede disponível para ligações. A dica é ir em configurações de rede e conectar em alguma rede manualmente. Escolhe uma das opções que aparecem (AT&M, Verizon, T-Mobile) e vai testando. Alguma vai dar certo. Tivemos que fazer esse procedimento em alguns momentos da viagem, acho que porque a gente mudava muito de estado e cada um tinha uma rede adequada para a Claro. 

O custo benefício do Claro Américas excelente. Apesar do perrengue com as ligações, vamos combinar que hoje em dia a gente sobrevive muito bem com ligações por dados. Na nossa experiência, foi exceção nessa viagem precisar ligar pelos modos arcaicos. Sei que a Vivo também tem planos para viagens internacionais que valem a pena.

Nosso Roteiro

Chegamos em Atlanta numa quarta e pegamos o Rubble na quinta, dia 22 de setembro. O devolvemos dia 07 de outubro, uma sexta-feira.

Nossa rota foi pelos estados da Georgia, Alabama, Mississipi, Tennessee, Kentucky e Carolina do Norte. Percorremos uns 2.500 quilômetros e foi bem tranquilo, sem correria. Fomos com um roteiro em mente, mas sem nenhum pernoite cravado. O roteiro era só um norte, mas o andar da viagem é que ia definir onde e quando a gente pararia. Vai ter post específico detalhando o roteiro todinho, onde dormimos, abastecimentos, custos, etc.



A roteiro inicialmente não incluía Kentucky, mas, por causa do furacão Ian, a região do Great Smoky Mountains estava chovendo bastante bem nos dias que chegaríamos lá. 


Então a gente usufruiu das maravilhas de estar viajando de motorhome, sem nenhuma hospedagem paga ou amarras de qualquer tipo e mudou a rota. Fomos até  Mammoth Cave, onde tinha sol e céu azul e chegamos no Great Smoky Mountains uns dois dias depois (o que nos impediu de seguir um pouco adiante pela região das Blue Ridge Mountains, teremos que voltar!) , com o tempo já firme e o furacão longe.

Camping ou free overnight?

Numa viagem de motorhome, é possível dormir em campings ou passar a noite gratuitamente em algum lugar permitido.

Apesar de os campings não serem caros, por volta de $20 a $40 por noite (com algumas exceções), para o carro (e não por pessoa), eles são um pouco afastados dos centros e não precisar desembolsar esse valor todos os dias ajuda na economia da viagem.

Teoricamente, os campings servem para reabastecer a água limpa do motorhome, para despejar a água suja e lavar roupa. Então, a gente foi disposto a ficar o mínimo de noites possíveis em campings, só quando era mesmo necessário.

Só que achamos os campings muito legais!!! E achamos também que acordar no estacionamento do Walmart e similares é completamente diferente de acordar no meio do mato, na beira do lago, em meio à natureza. Teve um dia que acordamos com veados na nossa porta! Três deles. Daí que depois a gente achava bom o dia de usar camping :-) Não fosse o fato deles serem mais afastados, teríamos até usado mais. 

Ficamos hospedados 5 noites em camping e pernoitamos gratuitamente por 10 noites. Essa distribuição deu certo porque tivemos a oportunidade de encher o Rubble de água limpa e despejar em água suja sem necessariamente pernoitar no camping, seja pagando uma taxa só pelo uso da água em algum lugar, seja utilizando a água e fossa disponível (e gratuita!) no parque Great Smoky Mountains.

Os principais aplicativos que usamos para descobrir onde parar (de graça ou não) foram o RV Parky, Overnight Parking Finder e o park4night e o site Free Camping. Ah, e o Google também, claro. Sempre. 

Free camping em algum Walmart da vida

Free camping no estacionamento gigante da Ross e outras lojas.

Por incrível que pareça, esse foi o lugar de um dos pernoites gratuitos, no Bush Creek Park, em Waterloo, Alabama. Foi exceção, os outros 9 pernoites gratuitos foram em estacionamentos do Walmart, Ross Dress for Less, Publix e Cracker Barrel.

Camping  Baileys Point, em Scottville, Kentucky. Amamos essa pausa urbana e ficamos duas noites seguidas aqui. 

Camping Bald Ridge Creek em Cumming, na Georgia, onde ficamos na noite anterior à devolução do Rubble em Atlanta. Tinha uma prainha deliciosa!



Acho que as informações gerais são essas. 

Beijocas! Mamãe.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Boston, New Jersey e Washington com bebê de 1 ano - Outubro/2018

Pessoas,

parece que esse blog agora só fala de viagens mesmo. De fato, estamos saindo pouco para comer e beber e, quando saímos, geralmente é para lugar repetido e, ainda, com um bebê na mesa não dá tempo de fotografar e prestar atenção em detalhes, não. 

O que não mudou por aqui foi a vontade imensa de viajar e conhecer novos lugares e ouvir outro idioma pelas ruas. Confesso que a chegada da Lia causou um certo abalo no tema viagens, por receio do trabalho, por medo de ter problemas, por achar que o custo benefício não seria bom. Tanto é que cancelamos uma viagem pro México em maio, lembram?

Pois essa viagem foi tão bacana que eu acho que todo o receio passou. Já me arrependi horrores de não ter ido pro México. 

O caso é que criança dá trabalho, sim. Em qualquer lugar. O caso é que em todo lugar tem criança. Dificilmente algum problema não terá solução. É fato que com crianças a chance de ter q haver alguma mudança de planos repentina ou de que haja algum gasto não programado aumenta, mas, olha, a gente nunca saberá. Acho que, agora, eu opto por arriscar.

Sobre a alimentação da Lia, eu levei algumas papinhas Nestlé, para garantir os primeiros dias, e comprei outras papinhas lá, da marca Gerber ou da marca própria do Whole Foods. A idéia era a Lia comer, preferencialmente, nossa comida. Só que nem sempre rolava, seja por causa do horário, seja por causa do tipo de comida. Então as papinhas nos deixavam tranquilos para não ficarmos muito engessados. Fora isso, o café da manhã era sempre o mesmo do nosso (ovos, frutas, aveia, pão) e, nos lanchinhos durante o dia, ela se fartou de mirtilos, framboesas e biscoito de arroz integral. Foi bem tranquilo (obviamente, depois que eu desencanei com o fato de que a alimentação dela não seria perfeita. Não se pode  ter tudo na vida.). Além disso, a Lia também mama no peito, então acesso ao melhor alimento do mundo ela sempre tinha e fome tava fora de cogitação.

Escolhemos Boston e Washington para essa viagem por causa da época. A gente queria ver árvores coloridas de outono. Também por ser EUA, aquela coisa de vida facilitada. E também porque tinha boas opções para emissão de passagens com milhas, e a gente já tinha um tanto que precisava ser usado.

Chegamos em Boston no início de outubro, cedo demais para o outono. Nas cidades, vimos poucas árvores coloridas de verdade, a maioria estava começando a mudar de cor. Fiquei um pouco triste. Parte boa: precisamos voltar! Volto fácil, amei as duas cidades. São lindas, limpas, fáceis de se locomover, super acessíveis para carrinhos de bebês.

Entre Boston e Washington, passamos um final de semana em New Jersey, na casa de amigos. Aquela vida marota, né, cerveja americana decente, churrasco no quintal, crianças, amigos, bate papo. Ah. Tive até festa de aniversário :-)

Copa Airlines

Voamos de Copa Airlines, saindo de Brasília e fazendo uma conexão rápida no Panamá. Olha, a Copa é meio tosca. O avião é daquele tipo Brasília - São Paulo, com duas fileiras de 3 cadeiras. Não tem  telinha individual. A sorte é que fizemos dois voos de menos de 6 horas cada, então não foi tão desesperador. Mas, para voos mais longos, não recomendo a Copa de jeito nenhum.

O bebê paga 10% da tarifa do adulto e vai no colo. Não tem berço (afinal, a aeronave é do tipo ideal para voos curtos...rs). Como emiti as passagens dos adultos por milhas (225.000 pontos para ida e volta de dois adultos nos melhores voos da companhia), tive que ir lá no aeroporto pagar a parte da Lia. Não dá pra fazer on line e o pior, o bilhete dela era apenas físico, em papel, e não pode perder de jeito nenhum, senão você tem que pagar outra passagem. Imaginem a tensão com a bagaça desse papel. Olhem que coisa mais retrógrada, gente. Na verdade, aparentemente a Lia não existia no sistema da Copa. O porquê deles terem esse esquema esquisito para passagens de bebês eu não faço idéia.

Apesar desses pontos negativos, fomos super bem atendidos pela Copa. Quando fui comprar a passagem da Lia, a funcionária reservou os assentos do corredor e da janela para nós, deixando o meio livre, e conseguimos fazer todos os voos assim. Isso foi espetacular, porque nos proporcionou outra qualidade de vida nos voos. Lia dormiu ali, ia sentada vendo desenho, brincava "andando" do pai para mãe e vice-versa.







Outro ponto positivo foi a comida da Copa. Fiquei impressionada com a qualidade da comida. Nada sofisticado, mas saborosa, com cara de comida de verdade. Lia adorou, comia a comida da mamãe ou do papai quase toda!

Conseguimos viajar com 2 malas de bordo (uma da Lia e uma dividida pelo casal), 1 mochila, o carrinho de bebê e um elefante de pelúcia (que funciona como almofada de amamentação e também é ótimo apoio para a Lia dormir no colo). Yes!!! Como? Seguindo com a Lia a mesma lógica que usamos conosco: repetindo roupa, lavando roupa, desapegando e tendo certeza que, em caso de necessidade, compro o for preciso lá. Ah, não levei fraldas para todos os dias, pois ocupam muito espaço na mala, então deixei para comprar a metade da quantidade necessária por lá. 



Porém, contudo, todavia, uma coisa mudou. Antes eu ia com uma mala de bordo  (Vinicius já tava viajando só de mochila) e eu tinha que dar conta só da mala de bordo. Agora, como temos um bebê e despachamos o carrinho de bebê na porta da aeronave, ter ainda uma mala de bordo pra cuidar não é vantagem, é mais trabalho. Então, nessa fase da vida, concluímos que despachar a mala sem itens importantes (como medicações)  é mais confortável, ainda que tenha que esperar por elas na chegada e tenha o risco de serem extraviadas. 

Amtrak

O deslocamento entre as cidades foi feito de trem Amtrak. Muito bons, trens confortáveis, com wifi, poltronas largas, estações bem localizadas, bem estruturadas. Cada trecho custo $46. Da janela de trem vimos muitas árvores coloridas!!! Vermelhas, laranjadas, amarelas, cores indefinidas. Uma pena que não conseguimos tirar nenhuma foto.

Na primeira viagem, de Boston (South Station) para Newark (Penn Station), pegamos o trem no começo da linha, então foi super tranquilo de achar espaço para as malas e se acomodar perto delas.

Já no trecho Newark (Penn Station) para Washington, o trem já veio cheio. Foi tenso achar lugar. As pessoas, mesmo nos Estados Unidos, têm o péssimo hábito de ocupar a poltrona do lado com uma mochila/sacola/whatever. Constantemente eram dados avisos para que os passageiros ocupassem somente os seus lugares.

Enquanto o Vinicius foi guardar o carrinho da Lia, achei uma poltrona vazia, no corredor. Eu estava com a Lia no colo, a mochila da Lia nas costas e uma das malas de bordo. Pois parei, apoiei o que foi possível na poltrona e fiquei esperando o Vinicius voltar pra me ajudar com o resto. A pessoa que estava sentada na janela ignorou solenemente minha condição e depois de muitos minutos um rapaz ofereceu ajuda, após a esposa sugerir que ele o fizesse.

Pra piorar, a gente caiu, sem saber, num vagão destinado a quem não quer barulho por perto, chamados quiet car. E a gente tinha um bebê. Descobri que estávamos no lugar indevido porque tinha uma senhora na fileira do lado que realmente demonstrava insatisfação quando fazíamos barulho. E era qualquer barulhinho mesmo, inclusive quando eu e Vinicius conversávamos baixo (no meio da viagem a gente conseguiu sentar juntos). Vai ver que foi por isso que a mulher da janela não quis me ajudar quando cheguei com Lia e a tralha toda.

Boston, Somerville e Cambridge

Fomos do aeroporto de Boston (Logan) para nossa casa de ônibus/metrô. Há uma linha gratuita e às vezes a gente acha que a vida ainda é simples e fácil e topamos encarar essas coisas com bebê e tralha de bebê. O problema foi que uma parte do trecho é feita de ônibus BRT, e ele era muito apertadinho, nada acessível para carrinhos de bebê (especialmente o nosso trambolhão) ou cadeira de rodas. Como o ônibus tava bem vazio, não foi tão traumático, mas se tivesse cheio, o carrinho nem entrava.

O carrinho ocupando o corredor todo do BRT.
 Além disso, do carrinho trambolhão ocupar basicamente o corredor inteiro do BRT, Lia resolveu que estava na hora de sair daquele carrinho e abriu o berreiro. Paciência, tenta acalmar o bebê e cara de paisagem, porque era impossível levá-la no colo naquelas condições. Quando foi possível, ela teve o acalento dela.

Amamentando na estação de metrô em Boston, entre o aeroporto e nossa casa.
O caminho das pedras para não pagar pelo transporte do aeroporto para o centro de Boston: pegue de graça o ônibus BRT que é considerado metrô, da silver line (linha prata), e vá até a estação South da linha vermelha, e depois pegue gratuitamente o trem da linha vermelha para qualquer estação dessa linha. Como a estação mais próxima da nossa casa era também da linha vermelha (Porter), deu tudo certo.

Claro que quando chegamos na nossa estação, a mais de 1km de casa, estava chovendo. Pois colocamos a Lia no carrinho, a capa de chuva no carrinho e fomos andando. A Lia se divertiu com a situação.

Com o dólar nas alturas, hospedagem em Boston era a coisa mais cara do mundo. Eu fiquei chocada quando fui procurar hotel/apartamento. A média era de R$ 1.000,00 por dia em hotéis medianos bem localizados. Levando em conta a localização, espaço, preço e, especialmente, estar com bebê, optamos por uma acomodação em Somerville (muito perto de Boston, assim como de Cambridge) pelo Airbnb, cujos proprietários têm costume de receber crianças, ou seja, oferecem berço, brinquedinhos e nos podem nos socorrer em casos de perrengues. O apartamento era um anexo da casa dos donos, com entrada privativa e todo completinho (inclusive berço do tipo pack 'n play pra Lia). Muito bom! Custou R$ 3.086,76 por 4 diárias e a única desvantagem é que fica a mais de 1 km da estação de metrô mais próxima. Têm linhas de ônibus mais próximas, mas eu tava com receio de ônibus com carrinho de bebê. Depois dessa experiência, batemos o martelo que o ideal é manter a distância do metrô em no máximo 500 metros.

Boston (e as redondezas) é linda demais! Achamos que é uma Nova York melhorada. Menos gente, pessoas mais serenas, sem aquela fixação em segurança, cidade mais limpa, mais bonita. O povo gosta de esporte, corre nas ruas. Nós amamos! Além disso tudo, uma das coisas mais divertidas era a gente tentando falar beem rápido Xuxa, a Sacha fez xixi em Massachusetts. Ou, melhor, Xuxa, a Sacha e o Schumacher mijaram em Massachusetts.






Na noite do dia em que chegamos, pegamos um Uber e fomos para Cambridge, que fica a 2km. Fomos de carro apenas porque chovia. Além de dar uma olhada geral da cidade, que é super fofa, fomos na T-Mobile comprar um sim card pre pago (30 dólares com 1gb de dados) entramos na John Harvard's Brewery & Ale House para comer e, finalmente, beber uma boa cerveja americana. Comida e cerveja bem gostosas.


 
Lia só no salmão e legumes.

No dia seguinte, fomos para Cambridge de novo passear por Harvard. Usamos novamente o Uber. Essa viagem foi memorável. O carro (e o motorista) eram tão mal cuidados e sujos e mal vestidos que fiquei em choque. O teto do carro era imundo! Tinha lixo no piso.

Em Harvard, optamos conhecer os museus Peabody, de arqueologia e etnologia, e o de História Natural. A entrada para os dois custou $10 para cada (preço para estudante, o valor regular é de $15).

Os dois museus são bem legais, mas não imperdíveis, a não ser para os apaixonados pelos temas. São pequenos, em pouco mais de duas horas visitamos os dois (convém ressaltar que eu sou apressadinha, não consigo ler aquelas placas todas, não).


Adorei esse exercício. Cansa muito. Tentem!

Ametista do Rio Grande do Sul foi parar lá em Harvard.
Escultura incrível de um parto normal para ilustrar a importância dele para a imunidade do bebê. 

Depois dos museus, caminhamos pelo campus da universidade e constatamos que é tudo igualzinho aparece nos filmes..rs

Lia dormindo no canguru. Estava uma leve garoinha.



Saindo do campus de Harvard, paramos num restaurante mexicano logo na frente, o QDBOA e comemos uns tacos bem mais ou menos.  Lia que se deu bem e comeu framboesas  e mirtilos comprados anteriormente.


Voltamos para casa para descansar um pouco e, a noitinha, fomos em duas lugares MUITO amados e bem pertinho de casa: Dollar Tree e cervejaria Aeronaut.

Pessoas, eu amo a Dollar Tree. Amo porque lá a gente encontra muita coisa de qualidade ou que amamos por 1 dólar. Por exemplo, Pringles (pote grande), pilhas e baterias (compro aos montes, funcionam perfeitamente bem), medicações (desde os basicões para dor até pomada antibiótica - a propósito, sempre compro também e são excelentes, super cicatrizantes), produtos para bebês (pomadas de assadura com a mesma fórmula de marcas famosas - funcionam, sim, uso delas), cotonetes, pasta de dente decente, lâmina para depilação. Enfim. A Dollar Tree merecia um post só pra ela. E olha que a que fomos nem era supimpa. Já fui em umas gigantes que tinha até alimentos frescos, tipo ovos (a dúzia por 1 dólar). Me mata de amor.

Nessa dia, tava aquela chuvinha fina o tempo todo e a gente só achava guarda-chuvas de 15 dólares pra cima. Eu resisti, convicta que acharia na Dollar Tree. Vinicius ria de mim (eu vivo tendo que provar pra ele que a Dollar Tree é a melhor loja do mundo. Ok, melhor do mundo é forçar muito. Vamos dizer que ela compensa, e muito). Pois depois quem riu fui eu, porque comprei guarda-chuva por 1 dólar. São fuleiros? São, sim, mas funcionaram o viagem toda e estão aqui em casa aguardando a próxima viagem.

Em sequencia, cheio de sacolas com as tranqueiras, fomos conhecer a Aeronaut, um brewpubde Somerville muito bacana. O lugar é um galpaozão (lembra a Corina, de Brasília, mas bem maior) e tem cervejaria e muita diversão. Tem fliperama, tem um piano, tem uma máquina para fazer água saborizada (de graça), tem uma chocolateria, tem prateleiras com sacos de malte, tem videogame, tem até um local invocadinho de vinhos lá no fundo. No primeiro dia que fomos, tava rolando um jogo de perguntas e respostas com os clientes, mega divertido. Enfim, eles sabem como entreter a gente e nos manter bebendo pra sempre. Sorte que eu ainda amamento, senão estava lá até hoje (27/12/2018).


 





Máquina de fazer água (com gás ou normal) saborizada.

Bike estacionada na porta da cervejaria.
Depois da cervejaria, fomos comer uma pizza maravilhosa na City Slicker Cafe. Recomendo!

No nosso terceiro dia, foi a vez que fazer o passeio mais famoso de Boston: percorrer a pé a Freedom Trail, um caminho de uns 4km marcado com tijolos que passa por 16 locais importantes para a história dos Estados Unidos. É um jeito muito fácil de conhecer a cidade. A trilha parte do parque Boston Common (onde tem um centro de informações turísticas) e vai até o Bunker Hill Monument, em Charlestown (cidade fofa que só). Fizemos o caminho muito lentamente, em mais ou menos 5 horas, parando para comer, contemplar, amamentar, ler sobre a história do local.

Massachusetts State House


Granary Burying Ground

Old State House

Fanueil Hall

USS Constitution: dá pra entrar no navio de guerra. É bem legal.

Bunker Hill Monument

Paradinha no Bunker Hill para amamentar. Nada mal, né?

Durante a Freedon Trail, paramos para almoçar numa Walgreens gigante, que era praticamente um supermercado.  E depois do tour, antes de rumar para o Museu de Belas Artes, nossa refeição foi num Whole Foods, que tinha comida de verdade a quilo. Todos comemos bem, pena que não foi barato. A comida de verdade, linda, orgânica e colorida custava a bagatela de $99 a libra (mais ou menos 500g).


Fomos de metrô para o museu, então tivemos que andar da estação até ele. Adorei aquela região, muito bonita, pode ser um excelente local para se hospedar. 

Nas quartas-feiras, a partir das 16h, a entrada no Museu de Belas Artes é gratuita (o valor regular é de 25 dólares). Óbvio que a gente aproveitou a oportunidade e fomos sem pagar nada. O museu é obrigatório, viu? Fica num prédio lindíssimo e é muito diversificado, tem arte de todo canto e de todo jeito! Egípcia, japonesa, moderna, clássica, obras de Monet, Van Gogh, Renoir, arte moderna, móveis. Muito legal mesmo.





Escultura com copos descartáveis



Para finalizar o dia, jantamos no Hihgland Kitchen, um restaurante perto de casa bem badaladinho e com comida maravilhosa.

No dia seguinte, a idéia era andar a pé pela região de Beacon Hill e Back Bay, áreas muito elegantes, com arquitetura no estilo vitoriana misturada com alguns prédios modernos.

Começamos o dia no Boston Public Garden. Decisão acertadíssima pois, além do parque ser lindo, encontramos um árvore a cara do outono, super vermelha/laranja. Ficamos mega felizes.  Nas nossas andanças, passamos na Arlington Street Church, Trinity Church e o John Hancock Tower, na rua de comércio Newbury Street, comemos sandubas no Lukes Lobster (maravilhoso, mas os olhos da cara - como quase tudo naquela cidade linda.).





Trinity Church. Adoro esses contrastes entre o antigo e o moderno.


Boston Public Garden - ficamos um bom tempo nesse parque lindo, sentados ou passeando, fotografando árvores, esquilos, observando as pessoas curtindo, tirando selfies.

Outono :-)

Arlington Street Church - igreja universalista unitária. De um lado, a bandeira gay, do outro, uma mensagem de boas vindas aos negros.

Sandubas de frutos do mar do Lukes Lobster. Deliciosos, mas esse triozinho aí saiu por $30. E não mata a fome.
Dai, voltamos a pé para “nossa região”, fomos novamente apreciar o campus de Harvard, comemos um belo hambúrguer com uma bela cerveja no RF O’Sullivan & Son (e fomos atendidos por um garçom brasileiro). 

A Estátua das Três Mentiras: John não foi fundador de Harvard; Harvard não foi fundada em 1638; o rosto da pessoa não é de John.



 RF O’Sullivan & Son - hambúrguer de respeito!


Mais árvores fluorescentes :-)

A noite, ainda deu tempo de dar mais um passadinha da Dollar Tree e na cervejaria perto de casa, afinal, era nossa última noite ali. 

Como já disse, adoramos a cidade e ficou um gostinho de quero mais. Adoraria me hospedar em Boston mesmo, ir ao Museu de Ciências, assistir a um jogo de baseball no Fenway Park, visitar o aquário, o museu Isabella Stewart Gardner. Tudo isso ficou fora do roteiro por questões de logística, estar com um bebê e/ou preço. A cidade merece uma segunda visita, com certeza, especialmente se conjugar com um tour mais pro norte, pela zona rural de New England, pra apreciar uma floresta de árvores com a cor do outono. Já quero.



Westfield, New Jersey

No dia seguinte, fomos de trem até Newark e, de lá, fomos para a casa de amigos em Westfield, em New Jersey.


Trem vazio, Lia viajou vendo desenho numa poltrona.

Marcele, Rafa e os guris nos receberam super bem. Lia amou ter crianças por perto, ela realmente curte a presença de outras crianças. A gente fez o que há de melhor nessa vida: batemos papo, bebemos, comemos, passeamos no parque, fizemos churrasco, fomos comer sushi, tomar café da manhã na padaria, aproveitamos para ir ao Walmart e Marshalls. Teve até festa de aniversário pra mim! Teve até a Lia dormindo de 21h às 05h da manhã. Direito. Gente, única vez  na vida dela! Inacreditável. 











De lá, partimos para a última etapa da viagem: Washington.

Washington

Olha, Washington. Amamos também. Amamos porque é linda, limpa e lotada de museus (fechado ou a céu aberto) de alto nível e gratuitos. E todos pertos uns dos outros. É uma loucura. Amamos porque tem um ônibus circular que custa $1 e era largo o suficiente para caber o carrinho da Lia sem impedir a passagem dos outros passageiros. Além de tudo, as imagens de House of Cards ficam lampejando na cabeça...ahahah

Ficamos hospedados num apartamento semelhante ao de Boston, um anexo da casa dos proprietários e moradores, com entrada independente. Local super bacana e confortável, com anfitriões muito atenciosos, perto do metrô, de comércio, do zoológico, num bairro muito lindo, arborizado, chamado Woodley Park. Além disso tudo, o apartamento era bem legal para crianças, com brinquedinhos, chão encarpetado e bercinho pra dormir.



Fomos da estação de trem para casa de metrô. Nos acomodamos e, depois de almoçar no Duke's Counter (sanduíche e cerveja, tudo muito bom),  de uma tentativa frustrada de ir ao zoológico porque o calor era simplesmente insuportável e de voltar para casa para banho e um relax, fomos a tardinha andando até a Catedral Nacional de Washington.

Gente, que passeio agradável. Que ruas lindas. Que catedral maravilhosa. Eu não tinha mapeado essa atração, descobri por acaso fuçando o TripAdvisor. O caminho até a catedral passa por casas liindas e ruas muito arborizada no Upper Northwest e a igreja é fantástica. Chegamos tarde, não estava aberta para visitação, mas a parte externa é muito agradável, com jardins e bancos.


Filha, olha lebre!




Na volta para casa, passamos num mercadinho para comprar a janta e comida para o café da manhã. De interessante, achamos uma comidas congeladas saudáveis, sem aquele monte de porcarias que dão sabor, por $5 cada refeição. Era saborosas, o custo benefício foi bem bom.

No dia seguintes, fomos ao Capitólio. Uma amiga de trabalho do Vinicius que está passando uma temporada em Washington, Patrícia, nos deu a dica e nos acompanhou no passeio. Não só isso. Ela também fez nossa reserva, porque é preciso agendar a visita, que é gratuita, previamente.

Vale a pena, sim! Prédio lindo, arquitetura linda, os tours são guiados, então fica bem interessante. É super acessível para carrinhos de bebê e tem restaurante com boas variedade para almoçar/lanchar.






Do Capitólio, fomos andando até o Museu Aeroespacial. Entrada gratuita e todo tipo de coisas que voam você encontra por lá, em salões bem altos e todos decorados de aeronaves. E tem avião antigo pra gente entrar, foguetes, peças importantes na história aeroespacial mundial, experiências, brincadeiras, voos simulados, planetários e projeções de filmes (algumas atrações cobradas a parte). Também super acessível para carrinho de bebês. Pode ir sem medo.





Quando resolvemos ir embora, depois de lanchar no museu, estava chovendo. Não havia problemas. Embalamos o carrinho na capa de chuva e continuamos o passeio. Desprobematiza e só vai.


Fomos até o ponto do Washington D.C. Circulator, um ônibus que tem umas linhas interessantes para turistas. Custa 1 dolar, é confortável, acessível e ainda tem wi-fi. Puro amor. Fomos até o Lincoln Memorial, que fica bem de frente ao obelisco chamado Monumento de Washington. Entre eles, há um extenso espelho de água, muito verde e patos. Passear a pé por ali é sucesso.







Cruzando essa área verde, antes de chegar ao obelisco, está o memorial da 2º Guerra Mundial. Que lugar lindo e recomendo ir no entardecer, pois quando as luzes são acendidas o lugar fica ainda mais charmoso. O memorial é grande, é difícil fazer uma foto dele todo, então pra sentir a real beleza desse lugar, vocês terão que ir até lá :-)



Essas estrelas são de ouro e cada uma delas representa 1000 soldados americanos mortos na guerra. Há 4000 estrelas no mural.
Daí, fomos andando até a Casa Branca, bem ali do ladinho também. No caminho, passamos em frente da belíssima construção da Organização dos Estados Americanos.

OAS.
White House


Depois, passamos num Whole Foods Market para comer e voltamos pra casa de metrô.

No dia seguinte, fomos de manhã ao zoológico, do lado de casa. O zoo de Washington é muuito bom. Bem cuidado, bonito, super educativo e gratuito. A Lia curtiu o passeio, se interessou por vários animais e conheceu pandas :-)







Tudo que o elefante come e bebe.
Tudo o que o elefante põe pra fora.


A tarde, voltamos para a região dos museus e visitamos o Museu Nacional da História Americana. Não tem como falar algo ruim de um museu que tem logo um Batmovel no hall de entrada. Mas, mesmo sem esse detalhe, o museu é imenso e mostra muitos aspectos da história americana, desde o desenvolvimento científico, cultural. tecnológico, passando por política, gastronomia e tudo que se puder imaginar. Tem umas partes interativas para crianças.





A noitinha, jantamos no Open City, um restaurante/bar/lanchonete perto de casa, por dica dos nossos anfitriões. Gostamos bastante, e não tem foto por motivo de tinha um bebê na mesa ;-)

No dia seguinte, voltamos para casa. Detalhe que nosso vôo de volta era do aeroporto Washington Dulles, beeeem afastado da cidade. Mais especificamente, uns 70 dólares de Uber :-/ Aqui se foi toda a economia que fizemos com as atrações gratuitas da cidade..ahahahah

Daí a gente volta naquela história de desapegar quando for viajar com bebê. Se a gente tivesse sem a Lia, com certeza íamos madrugar e ir de trem e ônibus, pois tem essa opção, mas leva mais de 1 hora. Com bebê, nem pensar, né? E, pra piorar, na hora que nosso Uber chegou, chovia horrores e o motorista não se mexeu pra ajudar a gente (a gente leia-se o Vincius, coitado) a guardar as malas e tals. E entre nosso apartamento e o carro havia uma escada, não dava pra ir correndo até o carro. Enfim, deu tudo certo, nosso guarda chuva de 1 dólar permitiu que o Vinicius não ficasse ensopado e nossos voos de volta foram excelentes.



Beijocas. Vanessa.