quarta-feira, 21 de março de 2018

Colômbia (Bogotá e Cartagena) com um bebê de 05 meses - Fevereiro de 2018

Pessoas,

coisa difícil é escolher destino de viagem com bebê no período de final e início do ano. Acima do Equador é frio, abaixo do Equador chove. E não queria praia. Depois de fuçar horrores, acabei num post sobre a Colômbia e li que janeiro e fevereiro são os meses menos chuvosos em Bogotá, além da temperatura ser bem agradável.

Bingo. Fomos para a Colômbia.

Por ser nossa primeira viagem internacional com a Lia, optamos por ir somente para Bogotá, para evitar mais voos, mais entradas e saídas de hotel, mais transfers e etc. Também não tínhamos muitos dias, daí a viagem ficaria meio corrida. Enfim, passamos 5 dias inteiros em Bogotá e foi perfeito. Nossos primos foram até Cartagena e adoraram. Tem relato deles logo ali em baixo.

Para entrar na Colômbia, é necessário apresentar o Certificado Internacional de Vacina contra a febre amarela. E eles estavam cobrando de verdade. A vacina é contraindicada para bebes com menos de 9 meses. No site da Anvisa tem um Certificado de Isenção, que eu levei assinado pela pediatra, mas eles nem pediram esse documento, só mesmo a comprovação da idade do bebê.

Falando em bebê, para embarque internacional é necessário documento com foto. Para a Colômbia, pode ser a carteira de identidade (emitida há menos de 10 anos) ou o passaporte. Lia já tem os dois, e claro que levei o passaporte, pra ter o carimbo da Colômbia e também para faz jus à taxa de emissão, visto que o passaporte dela só vale 1 ano. Dureza é que ando querendo fazer muito jus a essa taxa...rsrsrs

Fomos de Latam. Os voos foram rápidos, com conexões bem curtas em Guarulhos, e eles fornecem bercinhos para bebes. Para ter direito ao berço, é preciso comprar o assento Espaço +, porque só nesses assentos tem o encaixe pro berço. Olha, mesmo sem berço, tá aí uma compra que eu achei que valeu super a pena. Cada assento custou quase 60 reais, por pessoa e por trecho, e o espaço é muito bom. As pernas vão muito livres e aquele espação livre na sua frente deixa a viagem bem mais confortável.

Do aeroporto para o hotel fomos de táxi, que pegamos no aeroporto mesmo. Éramos 5 adultos e um bebê (que, apesar de ir no colo e não contar como passageiro, é responsável por boa parte da tralha da bagagem) e nos arranjaram uma van, que saiu  70 pesos (mais ou menos 70 reais) a viagem até Chapineiro, o bairro do nosso hotel.

No aeroporto mesmo compramos sim cards pro nosso celular. Assim que sair do desembarque, tem uma loja (una tienda) de bebidas e comidas à esquerda. Lá tem sim card da Tigo, pré pago, para voz e dados, sendo que twitter, facebook e whatsapp são gratuitos. Compramos o de 1gb de custou 45 pesos, para 15 dias. Não lembro quantos minutos para chamadas por voz estavam incluídos.

No aeroporto também, na sala de desembarque, onde esperamos as malas, tem um casa de cambio. Não lembro se a cotação era boa, sorry. Trocamos só um pouco pra ter dinheiro pro táxi.

Ficamos hospedados no Lloyds Apartasuits Parque 93. Gostei. Os apartamentos são grandes, a cama confortável, muitos canais de tv a cabo, cozinha bem equipada, o banheiro é espaçoso, disponibilizaram um berço. A equipe é muito atenciosa e prestativa.

Decoração do quarto

Não gostei muito do chuveiro, porque acontecia muito do fluxo de água diminuir ou esfriar no meio do banho, e também não havia muitos lugares para deixar malas e roupas, o que acaba deixando o quarto meio zoneado.

O café da manhã é a la carte e pode ser servido no quarto, sem custo adicional. Eles têm umas 5 opçoes de refeições e a porção não é muito grande não. Na esquina tem uma loja tipo mercearia, útil para comprar água, bebidas e comidinhas indevidas.

A decisão de onde ficaríamos hospedados foi a parte mais difícil dessa viagem. Em Bogotá, há duas regiões onde a turistada se concentra: no centro histório, na bairro da Candelária, ou na zona mais moderna da cidade, nos bairros de Chapineiro, Chico, por volta da Zona Rosa. A distância entre as duas regiões é de mais ou menos 10km.

A vantagem de ficar na Candelária é que a maior partes das atrações turísticas é por ali. Porém, a noite é meio perigoso e não é recomendado andar pelas ruas dando mole. Já a região por perto da Zona Rosa é ideal para sair a noite, é mais segura, tem várias opções de locais para compras, restaurantes e entretenimento.

Optei pela região moderna porque o lance da segurança conta muitos pontos pra mim. Além disso, queria uma acomodação com cozinha (não tinha tanta opção assim na Candelária) pra poder fazer refeições em casa a noite, pois sair com bebê é um pouco mais complicado. Além disso, como nosso grupo era bem diversifiado, ter várias opções do que fazer por perto parecia mais adequado.

Gostei da escolha que fizemos. Nosso hotel era bem localizado e perto de um monte de restaurantes, parques. Uma área bem agradável de passear. O único problema foi que a gente demorava quase 1 hora pra chegar na Candelária e outra hora para voltar pra casa! O trânsito de Bogotá é insano. Paciência, né. O jeito era se acomodar no Uber, que foi basicamente nosso meio de transporte na cidade, apreciar a cidade, bater papo com o motorista e rezar pra que ele não batesse o carro, porque, olha, o trânsito é insano e os motoristas tudo doido.

Apreciar a cidade, sim. Porque como Bogotá é bonita. Muito arborizada, com diversos pontos com mirantes.

Sobre o Uber, aconteceu um caso curioso (e meio assustador). Numa noite, voltando de um restaurante na Zona Rosa, o motorista parou o carro num túnel, começou a perguntar um monte de dados pessoais pro Vinicius (nome, endereço, telefone), anotou tudo, deu um crachá pra ele e disse que, se fóssemos parados pela polícia, que estaria logo a frente, era pra dizer que tínhamos contratado serviço de transporte de determinada empresa. Segundo o motorista, o Uber não é regularizado na Colômbia. Eu fiquei sem entender é nada, porque não tinha nem ouvido falar disso e o próprio hotel recomendou o Uber. Só sei que na hora que o motorista parou o carro naquele túnel escuro, e começou a falar rápido pedindo dados, falando a palavra 'polícia' de vez em quando, eu achei que a gente ia se dar muito mal. Ainda bem que foi só um susto.

Não utilizamos a cozinha do apartamento nem um dia sequer. Ao redor do Parque 93, do ladinho do hotel, tem muita opção de restaurantes legais, com precinho bom. Daí, acaba que compensava sair com o bebê, ainda que tivesse que jantar com um braço só porque o outro tava ocupado segurando a criança. Aliás, tô craque nessa habilidade.

Falando em restaurantes, Bogotá é uma perdição. Primeiro que os preços são lindos (comparados com Brasília, que é uma cidade cara). Segundo que tem opção de todo tipo de restaurante, inclusive peruanos, inclusive o La Mar, aquele restaurante cretino que conheci em Lima e ganhou meu coração pra sempre. Comemos muuuito bem.

Fizemos mil passeios bacanas.

No primeiro dia, fizemos um daqueles free walking tour com a empresa Beyond Colombia. Foi como esperado, andanças, causos, muita gente. Não consegui aproveitar tanto o tour. Minha atenção era muito voltada pra Lia, daí quando conseguia prestar atenção no guia já não sabia mais do que ele falava. Mas foi legal andar pela primeira vez na Candelária com alguém dizendo por qual caminho seguir. Nesse tour, que é gratuito, eles sugerem uma contribuição de 30.000 pesos ao final. Achei essa "sugerência" meio sem noção. Afinal, é gratuito ou não é??






Almoçamos no centro mesmo (no Wok-a Bar - comida boa, cadeiras péssima, pareciam cadeiras de casa de boneca. Nunca vi algo tão desconfortável. Ou seja, não compensa) e a tarde fomos ao Complexo de Museus do Banco da República, onde ficam o Museu Botero, a Casa da Moeda e o Museu de Arte do Banco da Republica. Essa visita é obrigatória porque os museus são bem legais. E, além disso, é de graça.







No segundo dia, fomos visitar a catedral de sal de Zipaquirá. Pegamos um tour privado com a Beyond Colombia e não valeu a pena. Eu fechei o tour porque achei que o motorista ia entrar conosco e fazer uma visita guiada. Mas, não, ele apenas nos levou, esperou a gente lá fora, passou no centro histórico do município de Zipaquirá e perguntou se queríamos descer para fotos e na volta nos deixou pra almoçar onde escolhemos, em Bogotá. O valor do tour por pessoa já incluía a entrada na catedral e custou 154.000 pesos colombianos.

A entrada custa 45.000 pesos colombianos e tem tours a cada 15 minutos, se não me engano. O hotel cobraria 250.000 pesos colombianos para levar 5 adultos até lá e o motorista esperaria 3 horas. Ou seja, pagamos uns 50.000 pesos a mais, por pessoa, pra.....nada.

A espera de 3 horas do motorista faz sentido. A catedral de sal é uma construção dentro de uma mina de sal. É tipo uma gruta. É bem grande lá dentro, tem a representação da Via Crucis de Cristo, esculturas, salões, lojinhas, lanchonete. É um passeio muito legal, vale demais.




Se não fosse salgada a gente ia pedir o dinheiro de volta.

No terceiro dia, voltamos à Candelária para visitar o Museu do Ouro. O Museu do Ouro é legal, mas não muito. É que é muita miudeza de ouro exposta em vitrines intermináveis. Cansa. Depois da segunda sala, tudo parece igual. A entrada não é gratuita como no Museu Botero, mas é baratinha, 4.000 pesos colombianos. Então vale conhecer.

Múmia no Museu do Ouro

A tarde, fizemos um tour bem legal com a Beyond Colombia: fomos até o mercado municipal para conhecer e provar frutas exóticas. Custou 60.000 pesos por pessoa e foi demais! Nos encontramos na frente do Museu do Ouro, pegamos um taxi até o mercado Paloquemao (tarifa do taxi incluída no valor do tour) e passamos umas 3 horas rodando o mercado e comendo frutas sob a direção do guia Ricardo, um cara bem divertido e que fala um ótimo português. Sendo do Brasil, muita fruta não era exótica (como a primeira que provamos, uma tal de goiaba..rs) e os sabores nem eram tão estranhos, mas eu adorei o passeio. Tinha uma inglesa no nosso grupo. Ela, sim, se divertiu horrores.





No quarto dia, eu já tava era exausta querendo voltar pra casa. É que viajar com bebê cansa. Carregar menino, carregar mochila de menino, amamentar em qualquer lugar, comer com uma mão só, não dormir a noite toda. Ainda que tivesse muitos colos para dividir, a maior parte do tempo é no meu colo que ela queria estar. Então, não programamos nada pra esse dia, não tivemos hora pra acordar e a idéia era relaxar. Assim, acordamos, tomamos café com calma e fomos pro Parque 93, que na verdade é uma praça bacana. E ficamos ali sentados a manhã toda vendo as pessoas passarem e a vida acontecer. Foi ótimo.

Almoçamos por lá e a tarde fomos ao Monte Monserrate. A vista de cima do Monte é linda demais! Além disso, lá em cima tem uma estrutura bacana pra passar um tempo. Não é só um mirante, sabem? Tem uma igreja fera, restaurante, café. Dá pra passar um bom tempo por lá.


A turma (ótima) da viagem.


Lia e a vovó Nice
No quinto dia, dia de vir embora, fomos de manhã na Candelária de novo, porque eu queria explorar melhor a Plaza Bolivar e a região do centro (passamos lá rapidinho no dia do walking tour gratuito), A praça estava fechada porque ia ter uma filmagem lá. Passamos também no Centro Cultural Gabriel Garcia Marquez, porque eu tava decidida a comprar Cem Anos de Solidão em espanhol. Mas, gente, que livraria cara do caramba! Comprei não. Daí, entramos na Catedral, que é linda (e onde Lia foi trocada no chão após um daqueles cocôs explosivos que sujou tudo!). Pra finalizar a manhã, fomos no Museu das Esmeraldas, que é pequeno, mas as visitas são guiadas e eu achei bem legal, especialmente porque o guia falava devagar e com palavras fáceis. A entrada era baratinha, uns 5 reais. Ah, e do museu tem-se uma vista bem legal de Bogotá, pois ele fica no 22º andar de um prédio. Fizemos tudo isso em menos de 3 horas, a pé. É um roteirinho enxuto e eficiente para se fazer no centro histórico.



Vista do Museu das Esmeraldas




Fomos em mil restaurantes bacanas.

Comemos muito bem em Bogotá! E quase sempre comemos nos restaurantes ao redor do Parque de la 93, que tem variedade e opções de qualidade.

Destaco o peruano La Mar, o Osaka Coccina Nikkei (restaurante de comida oriental foda, com filiais em várias partes do mundo. Acredite, o preço dele lá em Bogotá é de restaurante de Brasilia), Crepe e Waffles (uma rede muito comum por lá, serve saladas, crepes, sorvetes, o custo benefício é excelente), Wok Parque, Cuzco Restaurante, Gato Negro, a rede de cafés Juan Valdez (dispense a Starbucks nessa viagem, por favor!). Tentamos ir em uma das filiais da Bogotá Beer Company, mas, infelizmente,  não pode entrar com bebês em bares e pubs :-(

Cartagena das Índias

Nós não fomos até Cartagena, mas meu primo e a namorada estenderam a viagem. Segue o relato deles:

Depois de Bogotá, resolvemos dar uma esticada na viagem até famosa cidade de Cartagena das Índias, ou simplesmente Cartagena. O voo foi pela Avianca que, de acordo com um dos motoristas de uber como quem conversamos, é a companhia aérea mais antiga do mundo. Se é verdade ou apenas orgulho nacional (por ser uma empresa colombiana), não sabemos, mas fato é que ela dá um show nas que temos por aqui. Em um voo com pouco menos de duas horas de duração nos foi servido um delicioso lanche. Além disso, a aeronave era bem espaçosa e contava com sistema de entretenimento de bordo (ausente no voo de Bogotá – Guarulhos, de mais de 6 horas, operado pela LATAM).


Partindo para detalhes mais relevantes, a cidade é simplesmente encantadora! Saindo do avião já se tem a impressão de estar em solo caribenho, fator que se dá principalmente pela temperatura – quente e úmida – e pela charmosa decoração do aeroporto.

Já em direção à nossa acomodação, reação foi de surpresa! Cartagena é uma cidade grande!! Fomos com as fotos do google imagens na cabeça (das famosas fachadas floridas) e nem nos demos conta que lá também há uma parte moderna! Com direito a muitos prédios, que carinhosamente apelidamos de “águas claras colombiana”.

Para dar uma aliviada na carteira, acabamos optando por ficar em um hostel, mas com quarto privativo. O nome era Tu Onda Hostel. O quarto era bacana, bem simples, mas espaçoso, atendeu às nossas expectativas. Destaque para o café da manhã, já incluído na diária e com uma boa variedade: misto quente feito na hora, frutas, café, leite, sucrilhos e suco. E fica localizado a 15 minutos de caminhada da cidade murada.





No primeiro dia completo na cidade , saímos para desbravar a parte histórica. Optamos por um dos sempre úteis free walking tours, para ter uma noção da história e sentir o clima do lugar. A cidade é muito fofa, parece cenário de filme romântico, tipo o Romeu e Julieta, com fachadas que são patrimônio histórico da humanidade. Há, porém, um pequeno ponto negativo, mas que deve ser parte da cultura de lá: os vendedores ambulantes, que muitas vezes são inconvenientes em suas abordagens. Mas é só não dar moral, e seguir o baile.


O parte principal da cidade é formada por várias praças e igrejas, sendo que a principal é conhecida por celebrar casamentos de pessoas de alto poder aquisitivo, tivemos a oportunidade de presenciar um deles e realmente, tanto a cerimônia quanto a festa eram top da balada, coisa de gente fyna e ryca.


A cena gastronômica da cidade é bem variada, há restaurantes e bares para todos os gostos e bolsos. No almoço optamos por uma indicação de um restaurante com comida local, bem simples (San Valentin). O preço é bem em conta, e a comida ok. Tentamos arriscar uns nomes diferentes do cardápio, mas sem muito sucesso. Para o jantar, optamos por um dos vários bares/restaurantes localizados nos terraços dos prédios. Vale muito à pena, a vista é maravilhosa, e a comida farta. (El Mirador). Haviam comentado que o comércio fechava cedo, mas encontramos opções de lugares que serviam comida até as 2 da manhã!

No dia seguinte fomos a uma das várias ilhas que rodeiam a cidade. A que escolhemos chama-se Bora Bora, e faz parte do arquipélago Ilhas Do Rosário. Por um preço de menos de 150 reais tem-se transporte de lancha acesso à ilha privativa, almoço e um drink. A estrutura do lugar nos agradou bastante. A dica é comprar o passeio direto em um dos quiosques espalhados pela cidade, ou direto nos guichês de embarque, não vale à pena tentar fazer reserva online por algum desses sites de viagem, o preço chega a dobrar! Nesse dia o tempo estava ótimo, e aproveitamos para fazer um mergulho de snorkel para dar uma conferida no mar do caribe: simplesmente incrível! A volta de lancha é a parte emocionante, se você não tem medo, vá na frente da embarcação, fica a dica!









E foi isso! Se for a Cartagena, não deixe de conferir seus cafés, sua belas ruas com suas fachadas floridas, seus doces e de dar uma conferida nos artesanatos vendidos pelas ruas!

Foi assim.
Beijocas. Vanessa

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Campos do Jordão (com um bebê de 4 meses) - Janeiro/2018

Pessoas,

tava louca para viver a experiência de viajar com um bebê! O primeiro destino da Lia foi Campos do Jordão, escolhido por ser um lugar novo pra gente, perto e que tínhamos vontade de ir.

O primeiro desafio foi montar a mala de viagem da Lia. As varáveis chuva e côco que vaza me deixaram quase louca pra fechar a equação de quantas roupas ela usaria por dia, levando em consideração, ainda, a quantidade de roupas para frio e calor e a possibilidade de lavar algumas delas. Resultado: não tivemos côco vazando nenhum dia, ela não pegou chuva e acabou voltando roupa sem usar.

Apesar de janeiro ser verão, a cidade é friazinha. Durante o dia, tá, porque a noite era friazona! E ainda choveu, o que tornava a vida com bebê um pouco mais complicada. Mesmo assim, a viagem foi bem bacana e o saldo foi positivo. Pensei tanto na mala da Lia que acabei esquecendo da minha. Resultado: passei friozinho.

Dos aprendizados de viajar com bebê, temos que frio e amamentação não combinam muito, especialmente porque roupa de frio dificulta o acesso do bebê ao peito. A hospedagem ganha outra importância, já que pode ser que a gente acabe ficando mais tempo no hotel. Isso eu já sabia, mas ter ficado numa pousada bem ruinzinha deixou tudo mais claro ainda. Para o avião, uma almofada/travesseiro para que o bebê fique deitado no colo ajuda muito, principalmente se ele adormecer, que foi o nosso caso.

Pousamos em GRU e fomos para Campos do Jordão de carro alugado. Alugamos uma SUV através do Priceline pela Alamo. Uma das razões de ter escolhido a Alamo foi a informação de que o carro era entregue no aeroporto (car on airport), ao invés de ter que usar um transfer até a locadora (shuttle to car), como era indicado para outras locadoras. Afinal, com bebê e tralha de bebê, quanto menos deslocamentos, mais fácil a vida.

Acontece que tivemos que pegar uma van até o estacionamento da locadora. Na verdade, precisamos passar no guichê da Alamo no aeroporto de Guarulhos e depois pegar a van e, novamente, passar em outro guichê para finalmente retirar o carro. A impressão que eu tive é que os carros de qualquer locadora ficam distantes e é preciso usar o transfer.

O atendimento da Alamo foi bacana. Nos deram um carro de categoria um pouco superior a que locamos e ainda nos devolveram parte última diária porque devolvemos o carro mais cedo que o previsto. O bebê conforto que alugamos era da Chicco e novinho.

De ruim: foi cobrada uma taxa de administração não mencionada na reserva, de uns R$ 150,00, que não sei bem do que se trata. Mas também não estranhei porque essas locadoras mais baratas sempre têm pegadinhas na hora de pagar e o preço nunca é o mesmo daquele indicado na reserva. Eu até evito a Alamo por causa disso. Mas, como tinha reservado pelo site Priceline, achei que não teria esse tipo de problema.

Outro problema foi que esqueci as almofadas protetoras do cinto do bebê conforto no carro. Tentei entrar em contato para pedir que me enviasse, mas não consigo falar com uma pessoa da Alamo. Só consegui contato por e-mail com o atendimento ao cliente dos Estados Unidos, que está intermediando o contato com a Alamo de Guarulhos, mas nada se resolve. O telefone que eles me deram pra ligar não atende nunca, e eles também não me ligam. Ou seja, se esquecer algo importante  no carro, esquece.

Em resumo: continuarei evitando a Alamo.

A estrada do aeroporto de Guarulhos até Campos do Jordão é linda, né? Duplicada, a viagem rende que só. De ruim, os pedágios. Lembro de uns 3 que custaram uns R$ 4 e um mais caro, que custou uns R$ 14.

Ficamos na Pousada Castelo de Paiva, com péssimo custo-benefício. Foi a primeira vez que a nota, as fotos e os comentários do Booking.com não estavam de acordo com o que encontrei. Deveria ter lido o TripAdvisor.

A pousada tem uma área comum bem agradável (sala, piscina, salão de jogos), mas que fechas às 18hs. Ou seja, não há lugar algum que possa ficar a não ser o quarto depois desse horário. Quase não fica gente na recepção, até para reclamar ou pedir algo é complicado.

Pra piorar, a acomodação deixa muito a desejar. A limpeza não era boa. No quarto que fiquei tinha um vazamento no banheiro que deixava a parede ao lado da cama bem molhada. Como estava chovendo e fazendo frio, o quarto estava sempre gelado e úmido, nada secava. Até o papel higiênico, que era de péssima qualidade, ficava levemente umedecido. Mesmo nessas condições, só trocaram as nossas toalhas porque solicitamos. 

O quarto, apesar de espaçoso, não é confortável. Não tem uma cadeira, só as camas. Falta também local para acomodar as malas e as roupas, o que tinha no nosso quarto, que era triplo, não era suficiente para 3 pessoas adultas.


No banheiro não há lugares para apoiar as coisas. Por exemplo, no box só tinha um local para apoiar o sabonete, mas estava torto e o sabonete não parava lá. O shampoo e condicionador tinham que ser deixados no parapeito da janela. A pia é pequena e todas as outras coisas (pasta de dente, escova, creme) ficam amontadas, porque por ali também não tem uma prateleira.

A garagem é péssima. Na verdade, não é uma garagem, é uma área de circulação na frente dos quartos. É difícil manobrar o carro. Até o controle do portão de acesso não funcionava direito. Fora que a pousada fica no alto de um morro e a entrada fica num curva inclinada, tornando a chegada e a saída meio perigosas.

Não há serviço de quarto. No check-in, eles te dão uns panfletos de delivery pra você pedir comida. Mas no quarto não tem uma mesa ou cadeira pra você comer.

Apesar de todos esses problemas, a diária beira as 300 realidades!!! Não recomendo mesmo!

Por causa dessas condições da pousada, éramos praticamente obrigados a sair pra jantar todas as noites. Essa foi uma parte desconfortável da viagem com bebê, pois a noite fazia muito frio e às vezes chovia. Se estivéssemos bem acomodados, ficaríamos em casa, comeríamos no hotel ou no quarto e a viagem teria sido menos cansativa.

Se um dia voltar a Campos de Jordão, ficarei bem na Vila de Capivari, onde o furdunço acontece, ou em um hotel bem confortável, com restaurante, pra ter a opção de não sair a noite e ficar curtindo a hospedagem.

Campos do Jordão é muito fofa. Ótima pra descansar, comer bem, beber bem, ver coisas bonitas. A maioria das atrações é a céu aberto, então a chuva atrapalha. Nos nossos dias lá, conseguimos conhecer a Fábrica da Baden Baden, o Amantikir, o Palácio da Boa Vista, o Morro do Elefante, o Pico de Itapeva, além da Vila de Capivari, o coração de Campos do Jordão. Fomos também em Aparecida, visitar a basílica.

Estar de carro ajuda muito. Não dá pra fazer tudo a pé e parece que táxi é bem caro por lá. Acho que eles ainda não tem Uber (abri o aplicativo um dia pra teste e não funcionou). Tem bastante estacionamento pago, e geralmente é por período. Chegamos numa quinta e pagamos R$ 10 pra deixar o carro na Vila Capivari. Na sexta, o mesmo local estava por R$ 20.

Campos do Jordão está no meio da Serra da Mantiqueira. Como é cheia de morros, o caminho para as atrações é sempre recheado de paisagens lindas. Aqui tem o mapa dos passeios turísticos, que pode servir de inspiração para as andanças em carro próprio. Esses tours também são feitos pelos Trenzinhos Turísticos (na verdade, um "trem" sobre rodas) e nesse caso tem guias. Deve ser legal.

A visita técnica na fábrica da Baden Baden é proibida para menores de 18 anos, mesmo que acompanhado dos pais, então não entrei com a Lia. Entraram Vinicius e meu pai. A visita custa R$ 30,00 e dá direito à degustação de 3 chopps ao final e pode levar a tulipa pra casa. Apesar de ser chamada de visita técnica, ela não é muito voltada ao processo de produção da cerveja. É uma visita turística, na qual são contadas histórias e curiosidades da Baden Baden. É preciso fazer a reserva da visita (pelo telefone) e, como não demora muito (uns 40 minutos), é tranquilo esperar na área externa da fábrica, ou na lojinha. Na frente da fábrica tem um estacionamento pago (R$ 5 pelo período).




O acesso ao Morro do Elefante pode ser feito pelo teleférico ou de carro, que foi a nossa opção. O estacionamento é gratuito (mas não é grande). A estrada até o topo do morro tem paisagens belíssimas e lá de cima se tem uma vista panorâmica linda da cidade, que é charmosa demais. Não tiramos nenhuma foto lá de cima, provavelmente porque chovia e a gente foi bem rapidinho.

O Palácio da Boa Vista é a residência de inverno do governo do Estado de São Paulo. As visitas são gratuitas, guiadas e vale muito a pena. O palácio é lindo, tem várias obras de arte e móveis incríveis. A área externa é bem bonita e tem um lugarzinho coberto para aguardar a sua vez. É um bom programa para dias de chuva. Na frente do palácio tem um café fofo com uma vista linda.

Vista do café.

Área externa do Palácio Boa Vista. A modelo é a vó da Lia :-)



O Amantikir é visita obrigatória. O local é um imenso jardim, com referência aos jardins de todo o mundo. É um local muito agradável para passear e tirar mil fotos. A entrada custa 40 realidades,  vale cada centavo, aceitam carteirinha de estudante e o estacionamento é gratuito. Eles estão construindo uma casa na copa de uma das árvores e turistas poderão pernoitar por ali. Claro que quero!
Além do local em si ser incrível, tem vários pontos com vistas de tirar o fôlego. Obrigatório.













Lia acordou no finalzinho do passeio e ficou encantada com o colorido das flores.


O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida fica a 70 km de Campos do Jordão. É um complexo imenso, a igreja é linda e aquilo parece um parque de diversões para católicos e afins. Além da igreja, tem lanchonete (bem decente e com preços lindos, sem abusos), lojinhas com santas de todos os tamanhos e preços, biblioteca, loja de velas (e você pode comprar velas por metro!). Vale a viagem. Tem estacionamento no local, gigaante, por R$ 14 o dia todo.






Na volta, passamos em Santo Antônio do Pinhal, uma cidadezinha fofa ao lado de Campos de Jordão. Mas, tava chovendo e, com bebê no carro, acabamos não descendo. Fica a dica pra quem tiver mais sorte com o tempo.

O Pico do Itapeva foi um dos locais que chegamos porque, como estava chovendo, resolvemos andar de carro pelos morros da cidade. Daí, vimos a placa indicativa e fomos sem ter noção do que seria. Valeu demais! Na realidade, ele já fica no município de Pindamonhangada, bem na divisa com Campos do Jordão. Tem mais de 2000 metros de altitude (reforçando que a estrada até lá é muito bonitas, passando por uns bairros elegantes, hotéis chiquérrimos no meio da mata) e a vista é espetacular. Dá pra ver um monte de municípios paulistas. Tem um café e umas plantações de lavanda bem lindinhas.
A área é privada, então a atração é paga (acho que foi uns R$ 20 por pessoa..não é baratinho não...).



Essa tempestade aí foi se aproximando enquanto estávamos lá em cima.



De restaurantes, conhecemos o Arte da Pizza, Vila Chã, Sans Souci, Fräulein Bierhaus e a cervejaria Caras de Malte.

O Arte da Pizza fica dentro do Grand Hotel Senac e é maravilhoso. São pizzas feitas para serem comidas com as mãos, com várias opções de sabores bem especiais, como a de pata negra e queijo gryuère.
O ambiente é muito aconchegante, o atendimento é excelente. Não é barato, mas é para isso que a gente trabalha, né? :-) Gostamos tanto que fomos dois dias seguidos. Ah, e também porque é uma ótima opção para dias de chuva, já que o estacionamento é dentro do hotel e depois tem uma van que leva até a porta da pizzaria, com funcionários muito prestativos, com guarda-chuvas, que te protegem.
A propósito, o Grand Hotel Senac também pareceu excelente, estilo resort, meio campestre e com uma área imensa para crianças. Agora eu observo esses detalhes...rsrsrs

Pizza de para negra com queijo gryuère. 100 realidades bem investidas.

O Vila Chã é um restaurante português que serve uns bacalhaus indecentes. Foi o escolhido para comemorar o aniversário da Vó da Lia. Pedimos um Bacalhau à Vila Chã e o Bacalhau a Lagareiro. Foi comida para umas 8 pessoas, mas nós 4 comemos tudinho. Pode-se dizer que não é muito caro, não, porque o bacalhau é farto! Nossa conta beirou as 600 realidades, incluindo os dois pratos, um vinho, sobremesa (Toucinho do Céu, a base de amêndoas e gema, uma sonho de doce) e águas. O atendimento é excelente e tem estacionamento.





O Sans Souci é um restaurante, mas também é uma cafeteria, uma loja de roupas e um lugar muito bem decorado e lindo, onde você que passar muito tempo observando tudo ou mesmo morar lá. Fomos no almoço e pedimos o menu executivo, com couvert (destaque para a pipoca temperada), entrada, prato principal e sobremesa, por uns R$ 80,00. Tudo muito gostoso e bem apresentado. Tem área para crianças.
O atendimento foi meio devagar, mas deve ser porque a casa tem o conceito de slow food. É um lugar feito mesmo para gente sentar e relaxar.




Pão de fermentação lenta e manteigas aromatizadas (maracujá, frutas vermelhas e capuccino). Prefiro a manteiga tradicional mesmo....





A Caras de Malte é uma microcervejaria de Campos do Jordão e tem um brewpub. O local é muito agradável, com comida boa, área externa, brinquedos para crianças. Até a música ao vivo, que eu costumo odiar em restaurantes, tava bacana.
As cervejas não são assim espetaculares, mas são boas.







O Fräulein Bierhaus é um pub alemão, rústico e fomos lá por causa do amado joelho de porco. Não tiramos foto, mas a porção veio muito caprichada, desossada e serviu 3 pessoas. O dono nos contou que em breve eles servirão pato. Fica a dica.

Campos do Jordão foi assim. Apesar da chuva e da pousada ruim, a primeira viagem da Lia foi bem legal.

Beijocas. Vanessa