terça-feira, 27 de maio de 2014

Japão: impressões gerais - Abril/2014

Pessoas.

o Japão é fenomenal.

Eu poderia terminar esse post com a primeira frase e, quem tiver a oportunidade, que confira de perto. E digo isso porque mesmo tendo visto tudo o que já havia ouvido sobre o Japão, e ainda indo com a certeza de que iria me surpreender, as expectativas foram todas superadas.

O Vinicius dizia todos os dias: os japoneses não cansam de nos surpreender. Verdade!!! E nem é porque parte deles é mega estilosa pra se vestir, não. A maior parte do tempo, a surpresa vinha em pequenos detalhes, em hábitos cotidianos, na genialidade de tornar as coisas mais práticas (e eu achando que os EUA arrasavam nesse quesito). 

Com certeza absoluta, o que mais me marcou no Japão foram os japoneses. Literalmente, são extremamente dóceis, prestativos, educados e disciplinados. Não há um pingo de exagero no 'extremamente'. Olha, dá vontade de dá um abraço carinhoso em cada um deles.

Eles recebem os turistas muito bem! Tem orgulho e ficam felizes de estarmos visitando o país deles. Não exigem que falemos uma mísera palavra em japonês. Daí, quando mandamos um "arigatô", eles sorriem largamente. 

Eles são péssimo em inglês. Ou não sabem falar, ou falam com um sotaque incompreensível. Ainda assim, eles te deixam na mão. Nunca desistem de você até conseguirem ajudar. E não é só quando a gente pede, não. Aconteceu mais de uma vez de estarmos olhando com cara de dúvida para o mapa do metrô na estação, e surgir um(a) japinha fofo(a) perguntando, em inglês ou por mímicas, pra onde iríamos e nos levando até a nossa plataforma do metrô.

Em outra ocasião, estávamos tomando um cerveja num pub bacana na estação de trem de Osaka, eu acho. Sentamos no balcão  e ao nosso lado havia um senhor japonês engravatado comendo e bebendo. Pois a certa hora ele pediu que  garçom nos servisse uns petiscos, começou a bater papo conosco e, quando dissemos que iríamos visitar Nara no dia seguinte, ele disse que era de lá e se desculpou por não poder nos acompanhar e mostrar a cidade dele. É nesse nível. Pode ir sem medo que cuidarão de você.

Sobre educação e disciplina, já pensou em uma megalópole silenciosa? E limpa? Assim é Tóquio (e todo o resto do Japão). É impressionante. Metrô, 7h30 da manhã, lo.ta.do de gente e a paz reina. Tanto nas ruas, como nas estações de trem e metrô, é possível meditar de tão pouco barulho que se ouve.

Por lá, é falta de educação falar no celular no metrô. E ninguém fala. Mesmo! Na área de assentos preferenciais, é proibido, inclusive, manter o celular ligado.

Uma coisa engraçada do transporte público: eles formam fila para esperar, mas na hora de entrar, não seguem a ordem da fila. Sem problemas, porque sempre cabe todo mundo, não há correria e as pessoas esperam que está dentro sair para depois entrarem.

E eles dormem no metrô/trem! Senta e apaga. Dali algumas estações, acordam e saem. Não perdem a parada. Fiquei pensando se eles colocam o celular para vibrar na hora que tem que sair.

Sim, na hora. Na hora exata. O transporte público, claro, é maravilhoso.  Caro, mas maravilhoso. A pontualidade é inacreditável e o melhor de tudo: é integradinho com o Google Maps. Então, tendo internet, basta dizer onde você quer ir e ele te diz o trajeto até a próxima estação, o horário e a plataforma do trem que você conseguirá pegar, quais as estações de parada e o horário de chegada. Coisa linda de deus.

Ainda sobre educação, as crianças japonesas aprendem a se virar desde cedo. Nas escolas, não tem faxineira, sabiam? Elas mesmas que mantém a escola limpa, cuidam do jardim. Pegam metrô sozinhas desde cedo e também aprendem a cozinhar a própria comida assim que possível.

Sobre a língua, as placas importantes são traduzidas para o inglês ou, pelo menos, para a grafia ocidental, o que ajuda muito a decorar nomes de ruas e de estações de transporte público.

Apesar de não ter visto um policial nas ruas, nos sentimos completamente seguros. Talvez, nesse quesito, o melhor local que já estivemos. O fato das pessoas dormirem no metrô já demonstra como são despreocupadas com isso. É comum ver bolsas semi abertas, celulares nos bolsos externos das bolsas. Ninguém anda segurando a bolsa e verificando se ela está fechada.

Coisa linda no Japão são os banheiros. Você encontra vasos sanitários ocidentais (como os nossos) e orientais (buraco no chão). Nos dois tipos, os box é bem equipado com prateleira para colocar bolsas e casacos, além de sempre terem uma cadeirinha para colocar criança. Genial, né? Para as privadas orientais, há um apoio onde segurar com as mãos para que você possa realmente ficar na posição de cócoras e relaxar. Confesso que gostei. Já os vasos ocidentais são encantadores! Os assentos são aquecidos (não sei como consegui viver sem isso até hoje!) e, se você não quiser que o vizinho ouça seus barulhos, aciona o botão e certo e tocará música :-) Além disso tudo, o vaso tem "bidê" acoplado (sai água de baixo para cima, com carinho, para limpeza das partes de baixo). Tudo isso controlado pelos botões que sempre estão na lateral do assento, junto ao vaso, ou fixados na parede.

No Japão, não há o hábito de se usar papel toalha e nem guardanapos. Cada um tem sua própria toalhinha e a reutiliza o dia todo. Achei a idéia ótima também! Pensem em como isso facilita manter a área da pia do banheiro limpa, sem restos de papel. Sem falar no impacto ambiental.

Faz bem ter sempre com você também um porta-moedas (moedas são muito utlizadas no dia a dia) e um porta bituca de cigarro (é fácil encontrar nas lojas de 100 yenes - do tipo tudo por $1 - por lá). Explico: se você fuma, deve ter um local para guardar sua bituca de cigarro.

As cidade são podres de limpas, mas não se vê tantas lixeiras pelas ruas. Era muito comum andar com o que ia para o lixo por muitas quadras, até avistar uma lixeira. E era comum também encontrar um lixo, mas não o adequado para o que você quer jogar fora. Exemplo: você quer descartar uma latinha de metal, mas deu de cara com uma lixeira de plásticos. Não pode jogar lá, não. E todo mundo respeita.

O espírito de coletividade é muito evidente no Japão. Mesmo porque sem isso eles não conseguiriam sobreviver. É tanta gente que desorganização provocaria verdadeiro caos. Quem tá gripado, usa máscara para evitar que contaminem os outros. E eles usam de verdade.

Na estação de metrô ou trem, em horários de pico, se você estiver indo em uma direção e perceber que precisa mudar de rumo, é preciso traçar toda uma estratégia. Não dá pra simplesmente virar e seguir em direção contrária porque vai atropelar um tanto de gente. Eles são silenciosos, mas efetivos. Vão todos andando juntos e organizadamente para onde tem que ir.

Ah, a pornografia. Eles são loucos por ela. Tem em todo canto. Nos hotéis, há sempre canais com filmes pornográficos. São pagos a parte, mas eles deixam rodas uns 15 minutos de degustação. É bizarro: infantilizado e machista. Até meio patológico, achei. Nas lojas de conveniência, há revistas pornôs e pasmem: as revistas de futebol e moda ficam lacradas, as de putaria, não! Além disso, em livrarias é comum ver pornografia em locais sem restrição, mas com os genitais com a imagem quadriculada, como se aquilo escondesse alguma coisa. Nessa parte da pornografia, eu realmente não entendi a lógica e coerência japonesas.

Eles são mega discretos com relacionamentos. Não vimos um casal de namorados trocando uns beijinhos inocentes. Acho que nem abraçados!

As japonesas são vaidosas. E muito bonitas!!! Usam maquiagem, arrumam os cabelos, adoram uma saia curta e salto alto. E amam meias. De todos os tamanhos, texturas e cores. Fora que são pequenas e fofas, então quase sempre parecem umas bonecas. Os homens são mais padronizados, de terno e sapato social. Ah, e de bolsa! Acreditam que eles usam bolsas de alça, tipo de mulher, só que masculinas? É engraçado. E tem também uma outra turma de japoneses que adora se vestir de forma bastante extrovertida e produzida, geralmente inspirados em algum personagem.

Bizarro no Japão são os Pachinkos. São casas de jogos eletrônicos, tipo cassino, mas toca uma música ensurdecedora (e ruim!). Não consegui ficar lá dentro 5 minutos. Além do barulho, o cheiro de cigarro é terrível.

Eles amam bossa nova. Ouvimos mais de uma vez por lá :-)

Acho que, no geral, é isso. Ainda farei vários posts sobre a viagem. Se quiserem fotos de mais curiosidades e genialidades do Japão, acessa o álbum de fotos da nossa Fan Page, aqui.

Beijocas. Vanessa.

sábado, 10 de maio de 2014

Voando de executiva da Europa para o Japão - Qatar e Air France

Pessoas,

seguindo viagem, o post da vez será sobre o translado Paris - Japão - Paris. Por dica do Nós no Mundo, utilizamos nossos preciosos pontos acumulados no cartão de crédito para ir da Europa pro Japão de executiva, utilizando Smiles. Foi lindo. De morrer.

Nada na vida como viajar 12 horas e chegar descansado no destino. Nada na vida como poder tomar banho antes e/ou depois do vôo quando seu último banho já faz um tempinho. Nada na vida como uma classe executiva.

Na ida, fomos de Qatar à Osaka. Sim, executiva da Qatar, com escala em Doha. Na volta, de Air France, vôo direito de Tóquio à Paris, e depois Amsterdan.

Cada trecho custou 45 mil milhas por pessoa. Uma grande vantagens do Smiles é que você consegue emitir bilhetes das companhia parceiras pelo site, sem ter que ligar para ninguém (nisso, o TAM Fidelidade é um horror!). A desvantagem é que você só sabe da taxa de embarque depois que já emitiu o bilhete. Acho que ninguém deixaria de emitir uma boa passagem por conta da taxa de embarque, mas a da Qatar me deu um susto: R$ 609 para as duas passagens! Diferença grande para as da Air France, que ficaram em R$ 243,68.

Notícia triste. O valor de 45 mil milhas na executiva para os trechos Europa-Ásia com as parceiras Smiles já não vale mais. Assim que chegamos de viagem, a Smiles noticiou um reajuste nas tabelas de resgate. E que reajuste!!! Achei até abusivo. Agora, para ir da Europa para a Ásia de executiva, são necessários 100 mil pontos. Mais que o dobro! Ou seja, o sonho acabou :-(  De classe econômica eram necessários 30 mil pontos, e agora são 50 mil.

Sobre a Qatar, o atendimento foi absolutamente impecável. Em Paris, a Qatar usa o lounge VIP da Air France. Legal, com comidinhas, bebidas, wi fi e alguém que te chama quando tá na hora de você embarcar. Nem tela indicando os vôos tem por lá. É pra esquecer que está no aeroporto.

Embarcamos em direção à Doha. Entramos no avião, sentamos, e já nos oferecem bebidas com comidinha linda. Depois, a chefe de cabine passa pessoalmente em todas as poltronas da executiva e se apresenta. Daí, surge uma bolsinha linda com amenidades da Salvatore Ferragamo: creme de mão, protetor labial, perfume. A escova de dentes é de verdade (dessas que a gente usa por meses) e muito decente, além do travesseiro e edredon. O fone de ouvidos é do tipo que cancela ruídos e a tela de TV é grande. Ah, e podia fazer a barba no vôo. No banheiro tinha lâmina e creme de barbear.

Olhem as fotos das comidas! Aí tem café da manhã, janta, sobremesas, queijos, entradinhas, etc, dos dois vôos.








Fiz a opção de comida sem glúten no ato da reserva e, é claro, funcionou. Antes de servir as refeições, confirmaram comigo e vieram, durante os dois vôos, refeições especialmente preparadas para mim, diferente das dos demais. Não achei melhor, era tão boa quanto, mas queria testar o serviço.

Aliás, tem opção de comida pra caramba! Das básicas como vegetariana, para diabetes, sem sal e várias combinações entre elas, a comidas muito específicas tipo hindu, jainista e kosher (judeus). E também podia indicar alimentos específicos. Dá uma olha aqui.

Havia várias opções de vinhos, e num cardápio lindo, com fotos e informações detalhadas. Tinha, inclusive, um espumante sem álcool, da marca So Jennie. Até que gostei (não sou fã de espumantes).

Chegando em Doha, capital de Qatar, um ônibus de luxo aguarda os passageiros da executiva e os leva até o lounge VIP.

Cara, ali, sim, eu vi vantagem. Ali, sim, eu vi riqueza. Ali, sim, eu fiquei quase um pouco triste por ter uma conexão tão curta que não me permitiu usufruir bem daquele lounge surreal. A cara da riqueza. Se o lounge de Paris já te faz esquecer que estás num aeroporto, o de Doha te faz achar que estás num evento internacional promovido pela família real.

É gigantesco! Tem, sem brincadeira, umas 10 estações de comidas lindas sendo servidas com um serviço de primeira, além das estações de doces, café e chás. Assim, vários tipos de chá, e doces e cafés. Lotado de gente com cara de rico de verdade. Lotado, mas confortável, porque é gigante. Além do local para comilança, tem brinquedoteca, sala de jogos, sala para rezar, enfermaria, banheiros com chuveiro, wifi. Eu falei que tinha brinquedoteca? E enfermaria?





Fato é que depois da Qatar, a executiva da Air France ficou fuleira :-) Nada de fones com cancelamento de ruídos externos e pijamas.

Mas, ainda assim, foi sensacional.

O vôo partiu de Tóquio pouco depois das 22h. Só que, nesse dia fizemos, fizemos check out no hotel às 11 da manhã, deixamos as malas lá e fomos passear. Lá pelas 18hs, voltamos ao hotel para pegar as malas e fomos de trem para o aeroporto.

Daí que no lounge VIP, além do conforto da espera, tinha chuveiro e foi possível viajar frescos e limpinhos, o que faz toda a diferença. E não é qualquer chuveiro, não. É um banheiro grande com chuveiro, vaso, pia, toalhas e tudo necessário para um bom banho: sabonete, shampoo, creme, lâmina de barbear e tudo mais.

Apesar da falta de pijamas e do fone com cancelamento de ruídos externos, fomos muito bem tratados :-) Comilança boa, bebelança também, e uma noite otimamente bem dormida. Apesar de decolarmos às 22h e chegarmos em Paris às 04 da madrugada, o vôo tem a duração de 12 horas.

Foto de comida, porque ainda fico boba como me esqueço que estou em avião na classe executiva. E novamente minha opção de comida sem glúten foi plenamente atendida:




Paris foi só uma conexão, nosso destino final era Amsterdam. A programação era chegar lá 08h40 e do aeroporto mesmo já ir ao Keukenhof, parque de tulipas que fica em Lisse.

Novamente, esse plano deu certo de maneira confortável porque estávamos na executiva. Chegando em Paris, fomos para o lounge VIP da Air France, onde novamente tomamos um bom banho (com produtos L'Occitane) e chegamos na Holanda zeradíssimos! Curtimos o dia maravilhoso de sol no Keukenhof e pernoitamos num hotel praticamente dentro do aeroporto, o que evitou perder tempo com translados, já que o roteiro do último dia estava bem ajustadinho.

Foi lindo!

Beijocas. Vanessa.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Paris - Abril/2014

Pessoas,

volta e meia fico pensando em lugares que quero voltar e como poderia fazer isso sem perder o foco da listinha de lugares a visitar antes de morrer. A lista de lugares desconhecidos é grande. Então, volta em um mesmo lugar tem que ser em uma oportunidade muito favorável. 

Paris se encaixou numa oportunidade de voar da Europa pra Ásia usando milhas. Partimos de lá para o Japão. E verificando preços das passagens de ida daqui pra lá, do trecho de milhas de lá pro Japão, férias e tudo mais, acabamos passando 6 noites por lá.

Foi ótimo! Mesmo com todas os percalços que falei aqui, a gente se divertiu até! 

A principal base de consulta para planejamento dos dias foi o blog Paris Lado B. Indico demais!!! É sobre o lado B de Paris. Juro :-) Cheio de dicas de restaurantes, cervejarias, bares, cafés e coisas legais e gratuitas na cidade.

Fomos de TAP de Brasília a Paris. Infelizmente, não conseguimos ir com o vôo direto de Brasília. Mas foi tranquilo. Brasília até Lisboa, Lisboa até Paris. Sem atrasos, tudo como programado. A tarifa de Bsb-Paris e depois Amsterdan-Bsb ficou em R$ 1.700,00 por pessoa.

Grande desvantagem da TAP: a mala de bordo não pode ultrapassar 7 quilos, o que matou meu plano de viajar só com minha malinha pequena e sem despachar nada. A minha mala de bordo, da marca It Luggage e que pesa apenas 1,5 kg (é da linha WORLD'S LIGHTEST, essa aqui), tava batendo nos 7kg para os 22 dias de viagem. Como essa mala não é das mais resistentes, não queria correr o risco de ter que despachá-la (especialmente na volta, quando a mala incha), e por isso fui com minha mala média mesmo :-/

Importante! Comemos mosca e não compramos o ticket certo para ir até o aeroporto Charles de Gaulle para ir embora. E formos abordados por fiscais que nos aplicaram a singela multa de 30 euros por pessoa. Ai, dói lembrar! Mas sabe o que deixou mais furiosa da vida nessa história? Que a merda da catraca da estação de trem que dá acesso ao Charles de Gaulle aceita a merda do ticket do metrô. Dai, achamos que tava tudo certo e fomos indo. Isso não é ou não é uma sacanagem?!?

Fomos para o Japão ver cerejeiras, mas em Paris também tinham várias delas. Ó que lindo!





Nessa onda de Paris lado B,  dessa vez alugamos um apartamento. O local foi esse aqui e eu recomendo! A cama era bem confortável, a cozinha bem equipada, o que permite fazer boas refeições em casa. Fica localizado no 19º arrodissement e perto de uma outra Paris, que lembra Amsterdam, Praga. Fica perto também de estação de metrô, de bicicletas (a famosa Velib) e mercados. O banheiro era um pouco desconfortável, mas nada que chateasse. Outra desvantagem é que fica no 6º andar e não tem elevador. Mas, não ter elevador na Europa é tão básico que, se você não for rico,  nem sei se devemos ter isso como desvantagem.  Custou 282 por 6 diárias.




Na chegada, pousamos em Orly. Fomos do aeroporto para nosso apartamento de trem. Fácil e tranquilo, cheio de informações pra todo lado. Sabendo a estação que se quer chegar, não tem erro.

Não compramos simcard (algo que, atualmente, é um dos itens que considero essencial numa viagem. Ter 3G muda TUDO). Como a gente já conhecia a cidade e o TripAdvisor tem um app de Paris que funciona offline, relaxamos. Deu certo. O app ajudou bastante e em casa a gente pesquisava o necessário para o dia seguinte.

Uma pausa sobre Paris. Super dica de viagem! Vocês sabiam que o Tripadvisor tem apps de guias de viagem que funcionam offline??? Pois tem. Já usamos de Paris, Tokyo, Kyoto, Berlim, Praga, Viena, las Vegas. Não vou dizer que substitui um 3G decente, mas quebra um galhão!!! O dos países Asiáticos tinham algumas informações falhas, mas ainda assim valem a pena. Existe esse app (que funciona offline) das principais cidades do mundo. Não viaje sem conferir. Segue link do Google Play (IOS deve ter tb) com os apps:https://play.google.com/store/search?q=tripadvisor&c=apps&hl=pt_BR

Uma coisa muito boa de ficar no 19º  arrodissement é que não havia turistas pelas ruas. Adoro estar em meio aos locais e observar simples hábitos cotidianos, como pais levando filhos para a escola, garotada batendo uma pelada antes de começar a aula (nossa janela dava vista pra uma escola), franceses com suas baguetes voltando para casa, pegando o metrô rumo ao trabalho.



Nessa região também havia muitos imigrantes, diferentes daqueles que mencionei acima. Esses não parecem ser ilegais. Vimos grandes comunidades de asiáticos e árabes.

Como no post que fiz em 2009 (cara, quanto tempo! Tô velha :-)), vou registrar por tópicos:
  • Louvre: eu já disse muito mais vezes nessa vida que queria voltar ao Louvre que voltar a Paris. Que museu! Impossível ver tudo em um dia só. Impossível dedicar dois dias numa primeira ida a Paris para ele. Até porque cansa. Então, a segunda ida a Paris é a oportunidade perfeita para voltar ao Louvre. Foi lindo! Fui ver a Monalisa e o Código de Hamurabi de novo, lógico. Mas também batemos pernas lentamente pela parte egípcia e romana. Observamos as quinas e tetos, lindos de morrer. Sentamos e vimos as pessoas passarem. Observamos estudantes tendo aula. Fiz pose com a Vênus de Milo. Saímos para almoçar no McDonalds que fica no shopping do Carroussel du Louvre e voltamos pro museu. Sem correria, mas também sem perder tempo, como a vida tem que ser. Se é sua primeira vez, entra no site do museu e monte uma rota de interesse. Ele é gigantesco e se você não fizer isso perrerá muito tempo pensando onde ir. Dica boa para chegar no Louvre evitando a fila que se forma na pirâmide no térreo. Na Rua Rivoli, umas das que margeiam o imenso museu, há um toldo vermelho (foto abaixo) que indica a entrada do shopping Carroussel du Louvre. Descendo as escadas rolantes, logo depois de passar pela porta abaixo do toldo vermelho, há uma loja de conveniências e lembranças que vende ingressos, só em dinheiro. Não tem fila, ninguém sabe disso. Foi dica de um guia sobre o qual falarei abaixo.
Matilde e Monalisa 



  • Wego Walking Tour: é um tour a pé pelos principais pontos de Paris. Peguei a dica no Tripadvisor e recomendo muito! É aquele tipo de tour a pé que você paga o que quiser no final. O cara, Paul, é massa, engraçado e dá várias dicas da cidade. Vale a pena. O tour dura umas 4 horas e tem várias paradas para descanso. Não precisa ter medo de não conseguir.

O presidente da China estava em Paris, por isso as bandeiras chinesas na Champs-Elysées


  • Brewberry: um pequeno paraíso cervejeiro em Paris. Fechado às segundas. Cervejas europeias custam e torno de 4 ou 5  euros. Até menos. As americanas são mais caras. O mais legal do local é que eles resfriam a cerveja super rápido, tem um super geladeira lá. Então, todas as prateleiras estão inteiramente a sua disposição. Se você é cervejeiro, não deixe de ir.


Conta da Brewberry, o que indica que a trapista francesa  Mont des Cats não foi consumida lá :-) 

  • Velib: continua sendo extremamente útil e agradável. AMO aquilo. Em resumo, para quem ainda não sabe: em alguma das milhares estações de bicicleta, se faz um cadastro com seu cartão de crédito. Daí você pode pegar bicicleta em qualquer estação e devolvê-la em qualquer outra estação. Em toda estação tem o mapa das estações próximas. Os primeiros 30 minutos são de graça, e após meia-hora o preço ia ficando progressivo. Acontece que como Paris é bem pequena e concentrada, dificilmente você gasta mais que 30 minutos de bicicleta de um ponto a outro. A gente andou muito de bicicleta e, dessa vez, ultrapassamos a meia-hora apenas uma vez, quando resolvemos fazer um passeio noturno para ver a cidade iluminada. Econômico, eficiente e delicioso! É super tranquilo: os carros respeitam, têm faixas pra ciclistas, e não precisa de artigos de proteção tipo capacete. O único problema é que às vezes você pode não encontrar lugar para estacionar a bicicleta  ou não encontrar bicicletas disponíveis na estação de escolhida, então é bom ter opções em mente. Mas é fácil, tem estação pra caramba! E se quiser andar de bicicleta de saia, não tem problema. Aparece a calcinha, mas ninguém se importa. O Velib tem um app com a localização das estações e a quantidade de bicicletas disponíveis. Para aproveitar isso, tem que ter 3G ou wifi.  E agora eles têm aluguel de carro elétrico, acreditam?? Isso mesmo! Aluga o carro por algumas horas e o devolve na estação, igualzinho como se faz com as bicicletas. 


La Reine des Tartes. Isso é só uma parte dos pedidos. Foram 2 menus de 2 passos (entrada + principal) ou principal + sobremesa), 2 expressos, 1 porção de vinho, servido na jarra, que dava pra dois. A conta deu 36.60 euros.

Le Verre  Vole: prato principal e sobremesa.
Le Verre  Vole: sugestão de vinhos da casa e entrada maravilhosa (lula grelhada com molho de ervas dos deuses!). A conta deu 49 euros, com mais duas taças de vinho.

  • Lavinia: o paraíso para quem curte vinhos. Sem exageros. A loja tem um restaurante legal com comidinhas deliciosas e vários vinhos decentes em taça. Recomendo, mas aviso que não é barato.
Três pratos (sendo 2 entradas que tem tamanho bem bom, são as de cima, e um principal - no caso, polvo -, e 5 taças de vinho depois, a conta bateu nos 70 euros.

  • Jean Paul Hevin
    :  basicamente uma boutique do chocolate, ou patisserie de grife. Deixei a Ladurée de lado ao ler um comentário feito no meu blog predileto por uma chefe de cozinha brasileira que mora em Paris para passar reto da Ladurée e , depois, pedi dicas. Dentre várias indicações, passamos na frente dessa e entramos. Uma delícia!!! Mas, obviamente, muito caro. Qualquer doce, uns 6 euros. Nem tive coragem de pedir café para acompanhar (acho que custava 5 euros). Duvido que a Ladurée seja diferente disso (lembro que quando fui em 2009 comi um doce delicioso por 4 euros) e também não tenho cacife para comparações sérias, mas se quiserem conhecer algo diferente, fica a dica. 
A conta deu mais de 15 euros!
  • 19º arrodissement e arredores: essa área é super legal! Era o local do nosso ap e batemos muita perna por ali. O canal Saint Martin confere ao bairro características peculiares. Ora me sentia em Amsterdan, ora em Praga. As ruas são tomadas por parisienses, que gostam de correr na beira do canal, fazer SUP no canal. Bem gostoso. Na região tem vários cafés, restaurantes e lojinhas legais. Lá fica o Parc de La Villette, um imenso parque com atrações temporárias, como exposições, e outras permanentes, como o Museu da Música, que é super legal. Vale a pena para quem gosta de música e é obrigatório para quem sabe fazer música



  • A cidade de noite: cara, uma coisa que ninguém pode deixar passar e visitar os principais pontos turísticos de Paris a noite. A cidade fica ainda mais linda! Fizemos um passeio de bicicleta super legal. Por conta própria. Quase de graça. Nesse dia, ultrapassamos os 30 minutos gratuitos do Velib e pagamos 4 euros pelas bicicletas. E não esqueça de levar um tripé para as fotos ficarem legais.



  • Museus des Invalides em Paris (Museu das Armas): gente, descobri que o Vinicius gosta de museu de guerra. Sim, me dei conta disso depois de 12 anos de casada ;-) O Paul, guia doWego Walking Tour, sobre o qual falei acima, deu a deixa que era legal e pronto: o Museu das Armas entrou no nosso roteiro  imediatamente, deixando, mais um vez, o Pompidou de lado. Olha, é legal mesmo. Pena que grande demais! Vale a pena para quem gosta de guerra, de história e de moda. Sim, moda: as vestimentas eram super bem ornamentadas :-) 
  • Mercados municiais públicos: fomos ao Marché Saint-Quentin e ao Marché de la Porte Saint-Martin. Eles são perto um do outro. Vale se você tiver tempo sobrando em Paris ou for a segunda visita, como era nosso caso. Não é ruim, tem turistas por lá, mas acho que criei muita expectativa. São mercados de produtos frescos e só. Queijos, frutas, frutos do mar. O Marché Saint-Quentin é maior e tem uma lojinha legal de cervejas artesanais, a Terres de Biéres, que tem alguns rótulos gelados. Daí, você vai na loja do lado, compra um queijo fresco delícia, volta na loja de cervejas, pega um rótulo delícia e come lá pelo mercado mesmo.

Aquela entrada lá atrás com a placa verde é o Marché Saint-Quentin.
  • Mercados do dia a dia: olha, nem tudo nos mercados é tão barato assim. Com o euro a quase R$ 3,50, o que fica muito em conta é vinho nacional, cerveja europeia, chocolate Lindt (100g por 1,50 euros e sabores incríveis!), manteiga President. Carnes, legumes e frutas saem mais em conta que come fora, claro, mas não é assim de espantar, não. Uma posta pequena de salmão, por exemplo, uns 300 gramas, custou 6.76 euros. 10 ovos, 1 euro. 
Foi assim! De Paris, fomos para o Japão. 

Beijocas. Vanessa.

domingo, 27 de abril de 2014

Paris: impressões gerais. Abril/2014.

Pessoas,

mais sobre viagens. Viram que até mudei a foto de capa do blog? Substituí "Diversão e Arte" por "Viagem". Pois é :-)

Essa passada em Paris foi uma grande conveniência! O objetivo era ir pro Japão. Como estava cheia de pontos para milhas, resolvi seguir a dica do Nós no Mundo: usar os pontos e emitir as passagens da Europa pro Japão em classe executiva, o que será assunto dos próximos posts. 

Então, compramos pela TAP os trechos Brasília-Paris e Amsterdam-Brasília. Na ida, paradinha em Paris. Na volta, no aeroporto de Amsterdam para, na verdade, ir à Lisse, na Holanda, visitar o Keukenhof, o parque de tulipas da Holanda. Já adianto que esse é imperdível, imperdível!!!

A "paradinha" em Paris foi de 5 dias e confirmou, novamente, a minha tese já testada em Bruges: a segunda vez  em um local que a gente já conhece é tão melhor! Não tem ansiedade, não tem roteiro obrigatório a cumprir, você já sabe do gosta muito e repete. Tudo é mais calmo e sereno e você se permite fazer o que tem vontade. E assim foram nossos dias em Paris. 

Peguei muitas dicas no site Paris Lado B. Primeiro porque queria mesmo coisa não convencionais. E segundo porque queria dicas de lugares menos caros.

Sim, menos caros, porque barato não existe em Paris. O euro está extremamente desfavorável pra gente. Eu sei que quem converte não se diverte. Mas também não paga as contas depois. E, fora uma coisa ou outra que é mesmo bem mais em conta do que no Brasil (como chocolate Lindt ou manteiga President no mercado), a verdade é que eu voltei achando o Pão de Açúcar barato. E também já adianto: até o Japão consegue ser mais em conta que Paris. O site Numbeo confirma isso.

Sobre Paris, de forma geral, me decepcionei bastante. A cidade está suja. Cheia de pitucas de cigarro  e lixo no chão. O tal golpe do anel é frequente. Espere uns instantes em pontos estratégicos que você verá ele acontecer. O Google, inclusive, encontra várias páginas sobre o assunto. As áreas mais turísticas, como a área de fora do Museu do Louvre ou a Torre Eiffel, estão cheias de imigrantes com pinta de ilegal insistentes vendendo chaveiros da Torre Eiffel. Detalhe: é proibida a venda de qualquer coisa naquela região e quando há barulho de polícia, todos fogem correndo em uma mesma direção.

Isso dá uma sensação de insegurança tremenda. Além de tornar o local desagradável, pois eles são insistentes e estão todos conectados, inclusive com os que aplicam o golpe do anel. Ao invés de relaxar e curtir aquele lugar lindo de morrer,  você tem que ficar se preocupando com que está ao seu lado, com sua bolsa, sua câmara. Sério, desanima muito. Ainda mais com os preços de Paris.

Ouvi casos de roubo praticados por essas mesmas pessoas. Ah, tem também o golpe do abaixo assinado. Algum imigrante vai te perguntar se você fala inglês, daí pede para assinar um abaixo assinado ou sei lá o que que vai fazer com que dinheiro chegue na África e depois fica te pedindo esmola.

Eu não cansei de me perguntar como a prefeitura de Paris deixa isso acontecer. De qualquer forma, previnam-se. Aqui tem um bom post sobre os golpes aplicados pela Europa, e aqui sobre golpes em Paris. Convém ler isso aqui também. Ou seja, esse cenário todo não é de hoje. Sad, but true.

Na estação de metrô Les Halles, que era nosso caminho para ir pra casa, havia muita polícia com metralhadoras! Fiquei chocada e com medo, claro. Aliás, agora, fazendo esse post e conferindo o nome da estação no Google, descobri que aquela região é complicada, com venda de drogas e etc. Portanto, evitem!

Isso tudo dá um desânimo, né? Sou capaz de não voltar mais. Férias serve para espairecer as idéias, contemplar a vida e não pra ficar com medo de ser assaltada ou ficar planejando em como fugir de golpes.


A sorte é passamos boa parte do tempo no "lado B" de Paris, longe das multidões de turistas e menos suscetíveis aos tais golpes. Então, no final das contas, o saldo foi positivo e as lembranças são ótimas. Mas fica a dica: cuidem-se em Paris.

Beijocas. Vanessa.

domingo, 20 de abril de 2014

Ushuaia - Dez/2013

Pessoas, 

engraçado que no planejamento dessa viagem (El Calafate, Torres del Paine e Ushuaia), a minha maior expectativa era com Ushuaia. Talvez por ser mais explorada publicitariamente, por ser a cidade mais austral do mundo, o que a leva a ter o banheiro mais austral do mundo, o restaurante mais austral do mundo e tudo mais mais austral do mundo.

Fato é que depois El Calafate e Puerto Natales, eu já voltaria para casa satisfeita. Já tinha visto maravilhas naturais incríveis e nem sabia bem o que esperar de Ushuaia.

Resquício de quando Ushuaia era uma prisão.

Foi bem legal. Mais pela escolha dos passeios e guias do que propriamente pelas belezas naturais. Veja bem: não to falando que não é lindo. É, sim. Mas se você for no sentido El Calafate – Ushuaia,  e ainda passar por Torres del Paine, quando chegar no local mais austral do mundo seu padrão de exigência para surpreender-se já estará elevado.

Fomos de El Calafate para Ushuaia de avião, e do aeroporto para o hotel de táxi com um motorista que cochilava pelo caminho. Juro! Pescava horrores, o que me obrigou a ficar puxando conversa sobre o clima da cidade. Não lembro o preço, mas não foi caro. Olha, já trabalhei muito melhor por esse blog. Essa seria uma informação básica. Prometo melhorar. Ou não.

Hotel

Ficamos hospedados no Hotel Villa Bréscia. Custou $512 por 4 diárias e a localização é muito boa, na Av. San Martin, a principal rua da cidade. O café da manhã era razoável, com bastante opções, ainda que nenhuma fosse supimpa. A cama era desconfortável, assim como o local para banho. Odeio banheiro sem local para apoiar shampoo, sabonete e etc. Ninguém merece ficar banhando e agachando para pegar as coisas do chão. O chuveiro também era ruim. Em compensação, os sabonetes e shampoos fornecidos pelo hotel eram de qualidade, tipo miniaturas de produtos de boas marcas, e isso eu prezo muito porque, a cada dia, levo menos coisas em viagens e realmente uso as  amenidades de hotel. Segredo: não só uso como trago comigo as que sobram. Daí, essas amenidades vão comigo na próxima viagem e garantem a higiene nos locais onde não há os tais mimos.

Outro problema do quarto era o aquecimento muito forte. Tudo bem que melhor assim que aquecimento falho, mas era difícil encontrar o equilíbrio entre coberta, pijama e bem estar. Resumo do hotel: não ficaria novamente nele.

Compras

Ushuaia é ótimo para compras. É livre de impostos e roupas de frio de marcas consolidadas custam menos da metade lá do em El Calafate. É fácil comprar: tem um shopping, Paseo del Fuego, fácil de chegar e fornece transfer gratuito a partir de alguns hotéis, e a Av. San Martin, cheia de lojas, mini shoppings, galerias e restaurantes. Com certeza, vale mais a pena bater perna e nessa rua do que se enfiar no shopping (que é igual a todos, como sempre). Fiquem ligados nos horários das lojas: elas não ficam abertas até tarde,  acho que até umas 20h30. É chegar do passeio e já ir perambular, se isso estiver na programação.

Passeios

Fizemos os passeios com as empresas Tierra Turismo (que nos vendeu também um pacote da Pira Tour) e Canal Fun. Acertei tudo pela internet e deu tudo certo. Fomos bem tratados virtualmente e pessoalmente e eles são bem profissionais. Recomendo todas, com o destaque para os guias da Canal Fun: os caras são verdadeiros artistas! Diversão garantida.

Parque e Natureza - Tierra Turismo Com a Tierra Turismo, fizemos o passeio Parque e Natureza. O dia estava ruim, chuvendo, e acho que eles fizeram algumas adaptações no roteiro. Foi legal, o guia era engraçado, falava bem português (com exceção de dizer "parabéns" ao se despedir dos turistas brasileiros no lugar de "obrigada", fato bastante engraçado quando nos demos conta da situação), preencheu bem um período da manhã que estava livre.  Dá pra ter uma visão geral do Parque Nacional. É light, não cansa, bom pra relaxar.

No passeio, o guia para ma estação de trem mais austral do mundo e quem quiser pode fazer o passeio de trem, bem tradicional por lá. Achei turistão demais, já tinha lido relatos de que não valeria a pena. Não fomos e foi muito mais legal e proveitoso ficar batendo papo com o guia enquanto o resto do grupo andava de trem.

Desse papo, soubemos que o índice de suicídio no inverno é alto, que os guardas do Parque Nacional ganham muito bem e tem aposentadoria especial porque é um emprego que ninguém quer (eles moram em cabanas no parque, onde não há luz, internet, etc), que no inverno eles perdem por volta de duas horas por dia por conta dos transtornos causados pela neve e frio (tirar neve de todo canto, esquentar motor do carro).

Esse passeio custou $70 por pessoa, não inclui a entrada no parque,  e terminou por volta das 13h30, dando tempo certinho de comer algo rápido e ir para o ponto de partida do passeio da tarde: visitar uma pinguinera!

Estância Harberton + Pinguinera na Isla Martilo - Pira Tour

Com a Tierra Turismo compramos o passeio pela Isla Martilo, para visitar uma pinguinera. Esse passeio é feito apenas pela Pira Tour e é possível comprar diretamente com eles. Pela internet, o preço é o mesmo: $100 + 80 pesos argentinos para entrar na Estância Harberton, de onde se tem acesso à Isla Martilo.

Esse passeio é obrigatório!!!! A ilha é tomada por pinguins e o passeio é caminhar, educadamente e por um caminho predefinido, entre eles. É muito legal!

A parte antes e depois da caminhada com os pinguins também é bacana. A gente passa um tempinho na estância Harberton e pode visitar um pequeno museu de animais marinhos, o Acatushún Museum, com várias ossadas completas, e a visita é guiada por uma veterinária. Bem legal.

O trajeto até a Estância Harberton é feita nesse ônibus. Lá se pega uma lancha até a Isla Martilo.



Havia 2 pinguins imperiais por lá :-)



Mãe alimentando o filhote. 


Museu de animais marinhos.
No caminho, paramos perto de umas árvores bem tortas, por efeito dos fortes ventos patagônicos.




Parque Nacional Trekking y Canoas - Canal Fun

Esse passeio de dia todo é ótimo! Demos sorte com o clima, que abriu, e com o guia, engraçadíssimo. Depois de buscar todo mundo nos seus hotéis, a primeira parte do passeio é uma caminhada leve, de umas 3 horas, pela Senda Costera do Parque Nacional, pela margem do mar. Paisagens lindas, histórias ótimas, muito bom mesmo. Sorte imensa do dia: registrar a atuação de um legítimo pica-pau :-) Vídeo aqui.








Depois de tanta caminhada, parada para almoço, que é preparado pelo motorista  num acampamento onde a caminhada termina. Comida gostosa, com vinho, entrada, prato principal, sobremesa e muito bate papo.




Daí, vamos canoar! E dá-lhe paisagens muito lindas, e agora com direito a um legítimo leão marinho dando o ar da graça. Segundo o guia, raro isso acontecer.



Tem um lobo marinho ali na direita, dentro da água!




Contando assim nem parece que foi fantástico, mas o dia foi muito especial. Recomendo demais! Custou 840 pesos argentinos por pessoa, com tudinho incluído.

Lagos Off-Road - Canal Fun

Também é um passeio de dia todo e esse tem emoção. É mais diversão e menos informação. Começa com um passeio pelas Cordilheiras dos Andes, pelo Paso Garibaldi. Depois, começa a graça de andar de 4x4 por terra lameada e esburacada e pelo água. É divertido. Você acha que não vai passar. O guia diz que dessa vez não passa. Depois, almoço, bem decente, e volta pra casa, com uma paradinha num dique construído por castores! Sim, castores são uma praga em Ushuaia porque não tem predadores deles por lá. E eles são ótimos engenheiros e bastante espertos: destroem a floresta e constroem estrutura que os preservam de todo mal. Mais sobre o assunto, aqui.








Dique construído pelos castores.

Restaurantes

Fomos felizes no Maria Lola (é bom reservar, é bem falado no TripAdvisor e lotado), infelizes no Bodegón Fueguino (não há cadeiras, e sim bancos sem enconto, uma tortura, e a comida é medíocre) e na Isla de Chocolate (blé!). Dica básica: fuja dos restaurantes da Av. San Martin. Muito turista, muito "sei que você não vai voltar mesmo".

Pra finalizar, uma história boa. Durante um dos passeios, o guia explicou, em espanhol, que os índios que viviam no Parque Nacional usavam a madeira das árvores para fazer canoas. Alguém perguntou como eles fixavam as tábuas, e ele respondeu: "con pelo de ballena" (com cabelos de baleia). Ao ouvir a palavra "ballena", cuja pronúncia se parece muito com vagina (confira no google tradutor), um adolescente MUITO espantado questionou: "PELOS DE QUE?!?!?" E seu pai respondeu, muito rapidamente: de ovelha. E deu uma olhada cúmplice para a mãe e não se falou mais nisso. Resultado: o pai e a mãe até hoje acham que as canoas eram feitas com pelos de vagina, o filho tá em dúvida, o guia não entendeu nada e eu e Vinicius gargalhamos toda vez que lembramos do fato.

E fotos lindas da cidade!








Beijocas. Vanessa.