Pessoas,
desde a última vez que fomos à Fogo de Chão estávamos querendo voltar. Não sei o porquê de nunca ter registrado as 3 ou 4 idas, mas afirmo sem pudor que o preço (alto pra burro!) compensava o atendimento de primeira, o exímio preparo das carnes, a excelente qualidade do restrito buffet e a aura de "exclusividade" que rondava por ali.
Infelizmente, após a visita de domingo, tenho que mudar o tempo verbal do pretérito imperfeito para o perfeito: o preço alto compensou o atendimento de primeira e etc, e a aura de exclusividade rondou por ali. Não mais.
A grande decepção foi, sem dúvida, com o serviço. De cara, se notava a menor quantidade de garçons no salão. Aquele lance de você levantar as sobrancelhas e alguém surgir ao seu lado perguntando o que você quer não é mais a regra. Se tiver algum garçom do seu lado ou passando pela mesa e você disser qualquer coisa, ele não deixa passar. Resolve na hora. Mas aconteceu algumas vezes de os garçons sumirem do salão, e era preciso levantar os braços para ser atendido, algo que não acontecia em hipótese alguma. O serviço era impecável e os R$ 96,00 + 10% cobrados pelo rodízio eram em boa parte válidos por esse aspecto.
Se têm menos garçons, os espetos ficam mais cheios e a carne menos nova e fresca, passeando no salão por mais tempo. Lembro-me tão bem daqueles espetos com poucas porções de carne perfeitamente executadas, cortes lindos, com cara de que acabou de sair da brasa....Era quase como um serviço a la carte, pois a carne sempre tinha acabado de ser preparada antes de chegar ao prato.
Tudo ficou pior quando notei (e fui vítima) os claros erros quanto ao ponto das carnes. Falha gravíssima num local especialíssimo em carnes. Picanha anunciada como mal passada e, no prato, bem passada. Carne anunciada ao ponto e, no prato, bem passada. Em um momento, pedi para provar o novo corte da casa, o Prime Rib. O garçom perguntou: "ao ponto, senhora?". Eu: "ao ponto para mal". Ele, imediatamente, chamou outro garçom que estava na mesa ao lado e pediu que me servisse. A carne não estava só bem passada, como estava, inclusive, ressecada.
No buffet, itens em falta que não foram repostos com agilidade esperada. Quando fui servir, logo no começo da minha excursão pela ilha, o carpaccio tinha acabado (e o queijo brie estava sem faca). Dei toda a volta, abasteci o prato e, ao voltar para a mesa, pedi para o Vinicius trazer carpaccio. Ele foi, voltou e o carpaccio ainda não tinha chegado. Minutos depois, chegaram nossas companhias (Gustavo e Vanessa) e eles foram ao buffet. Voltaram com a mesma informação: na travessa do carpaccio, só o queijo parmesão e as alcaparras.
Na mesa, serviram porções de coração e linguiça, pão de queijo, banana frita, batatas bravas, polenta. Perguntei se na casa tinha arroz, e o garçom me deu uma lista de 4 opções: branco, carreteiro, negro e biro-biro. Pedi o branco (para companhar a fraldinha) e me lembrei de algo que abomino no Porcão: os pratos "secretos", servidos só para quem sabe que existe. Acho que o mínimo que uma casa de rodízio pode fazer é informar ao cliente o que está incluído no rodízio, não? Engraçado que uma amiga que foi lá pouco tempo chegou no trabalho segunda reclamando do atendimento de forma geral, inclusive quanto à ausência de guarnições na mesa, e eu achei que fosse um fato isolado. Nem dei idéia!
Uma das razões que me fez insisti na ida à Fogo de Chão nesse momento é que tá rolando o Concurso de Carnes Angus. Até o dia 12 de agosto, a casa está oferecendo três novos cortes de carne do boi Angus e os clientes podem votar para selecionar o melhor. Tinha um panfleto na mesa falando sobre isso e só. Ninguém nos informou sobre a votação e nem mesmo ofereceram os novos cortes: prime Rib, Miolo de Alcatra e o Granito (peito do boi).
Como disse acima, pedi o Prime Rib e veio seco. O Granito não estava seco, mas a carne era dura e sem sabor. Por fim, o mais tradicional que recebeu meu suspiro: o simples e conhecido Miolo de Alcatra veio perfeitamente executado e macio. Mas, nem votamos. Parece que ninguém por lá se lembra dessa coisa de votação e eleição do melhor corte dentre os três novos da casa.
Até aqui não tá lembrando uma churrascaria? Pois é... Não me surpreenderei se um dia voltar lá e encontrar frutos do mar.
E de bom? Mesmo com todo esse rol de falhas acima (repito: inadmissíveis para um local cujo rodízio custa R$ 96,00 + 10% e é famoso pelo serviço impecável), ainda teve muita coisa boa. O bife ancho, a paleta de cordeiro, a fraldinha, a picanha mal passada, as morcillas (talvez seja o que o Vinicius mais goste naquele local!) o buffet de saladas seguem perfeitos. As batatas bravas estavam fantásticas, assim como a banana frita e até mesmo o pão de queijo servido como couvert. Ah, as endívias com molho de gorgonzola: de comer de joelhos. Além de comer algumas no começo, finalizei a visita com elas: como buffet tinha acabado e não foi reposto por um bom tempo (viu, recorrente!) pedi uma porção na mesa. Chegou linda e bem feita. Aproveitei e pedi o carpaccio também e, justiça seja feita, estavam perfeitos.
Outro fato desanimador na casa é o preço de todo o resto. A gente já chega desembolsando R$ 7,00 pelo manobreiro. O refrigerante e a água mineral custam R$ 6,30. Uma tônica, R$ 7,50. Suco natural, R$ 13,00. Capiroskas e drinks, na faixa de R$ 25,00. Chopp, R$ 9,00. Uma Original, 600ml, R$ 12,00!!! Isso até deixa a Paulaner Weiss, 500ml, por R$ 19,00, barata, né? O licorzinho do final, uns R$ 20,00. Sobremesas mais de R$ 20,00. Nem me atrevi a perguntar o preço do café.
Como podem ver, o preço é de arrancar o couro. Por isso esperava o serviço perfeito que sempre vi por ali. Fiquei decepcionada com a queda do padrão da casa e, hoje, não acho mais que a Fogo de Chão vale o preço. No todo, ainda é muito bom e ainda joga no chão muitos restaurantes por aí. Mas, por conta das falhas listadas acima e do preço dos penduricalhos, eu prefiro ir a um lugar menos caro (até porque barato, em Brasília, tá difícil).
Então, quando quiser comer carne decente, vou ao
Barbacoa. Acho que é o melhor custo-benefício para carnes em Brasília.
Fogo de Chão
Endereço: Setor Hoteleiro Sul Qd. 05 Bloco E - ao lado do Posto da Torre.
Telefone: 3322-4666
Horário de funcionamento: 2ª a 6ª das 12h às 16h, e das 18h às 0h. Sábado das 12h às 0h. Domingos e feriados das 12h às 22h30.
Beijocas. Vanessa.