domingo, 7 de julho de 2013

Lima - hotel e passeios. Junho/2013.

Pessoas,

nossa primeira parada no roteiro do Peru foi Lima. Chegamos numa segunda, por volta de 13hs, e ficamos até quinta, porque na sexta às 07h da matina já pegamos o ônibus para Nasca. Então, foram 3 dias e meio e foi bem suficiente. Se você resolver não dormir depois do almoço, como a gente fazia, em menos tempo dá pra conhecer muita coisa.

Chegamos lá com 2 restaurantes reservados (Astrid Y Gastón e Central), um tour de dia inteiro com a Lima Mentor e só. O resto do tempo estava livre para descobertas e perambulações.

Eu acho que um chip de celular com internet facilita imensamente uma viagem, por conta do google maps e tripadvisor. Não é caro (o meu, 55 soles com 500MB da Movistar) e pode te livrar, por exemplo, de pegar um táxi e enfrentar trânsito ao invés de ir a pé simplesmente porque não tinha noção da distância. Pra mim, é um item quase essencial em viagens.

Em Lima ocorre uma coisa muito engraçada. Parque é qualquer espaço que tenha uma árvore. Se para nós, parques são de um tamanho razoável e dão a idéia de muito verde, para eles qualquer praça meia boca é chamada parque. Tipo o Parque Municipal de Barranco. É, de fato, uma praça.

Lima é cinza. Por essa razão, a cidade é muito mais bonita e atraente a noite. Não esqueça de levar um mini tripé para sua máquina fotográfica :-)

Quando, inevitavelmente passar na frente de uma Starbucks, prove o franppuccino de algarrobina, que é um
fruto do Peru e bem gostoso (creio que chega aqui como alfarroba e é usada como substituto de chocolate. É possível encontrar nas casas de produtos naturais, sem glúten e sem lactose).

Hotel
Ficamos no hotel 3B Barranco's Bed & Breakfast, no bairro Barranco. Reservei pelo booking.com e desde o momento que recebi a confirmação da reserva pelo hotel já percebi que o atendimento seria muito gentil. 

Barranco e Miraflores são os principais bairros de Lima. Restaurantes e muitas das atrações estão por ali. Miraflores é ainda melhor que Barranco. Nosso hotel, apesar de estar em Barranco, era coladinho em Miraflores e nos permitia fazer tudo a pé. Usamos táxi pouquíssima vezes. 

O hotel é novo, nosso quarto era super confortável, com roupas de cama mega macias. O sono era realmente bom. Como era no final do corredor, super silencioso. E, pela mesma razão, a wifi não chegava direito lá. O banheiro era espaçoso, com box de vidro (odeio aquelas cortinas de plástico!), sabonete, shampoo, condicionador bem bacaninhas. Só pecava por não ter secador de cabelo no quarto, mas o que a recepção emprestava era ótimo (por causa do frio, secador de cabelo virou item obrigatório para mim na viagem).

A diária custou $79 e acho que o custo-benefício foi bem bom. O transfer do aeroporto para o hotel custou $23 e pudemos pagar junto com as diárias no cartão de crédito. Do aeroporto ao hotel, uns 40 minutos.

A decoração é fofíssima, com quadros gigantes e coloridos.



O café da manhã foi um dos melhores da viagem, com salada de frutas com aguaymanto (ou physales para nós, caríssimas aqui, super populares por lá), sanduíche de tomate com abacate (que eles comem muito),  misto quente, suco de laranja fresco feito na hora, omelete, pão tostado, geléias, café e, claro, chá de coca que é mesmo uma febre por lá. 




O que fizemos


  • Para um dos dias, contratamos um tour privado de dia inteiro com a agência Lima Mentor (esse aqui). Optamos pelo tour privado porque achei que, pela diferença de preço, o compartilhado não valeria a pena. Este, $130 por pessoa. Aquele, $150. Esses valores incluem tudo, entradas, almoço,  motorista e guia. O carro era bastante confortável. Solicitamos ainda a inclusão do Museu Larco no passeio, e daí foi para $160, por conta das entradas. A ordem foi assim: Pachacamac (sítio arqueológico mais afastado), almoço no Luchitta, Museu Larco, Centro Histórico, Convento de São Francisco e Circuito Mágico das Águas. O tour original começa 11hs e termina 20hs. Como tínhamos o Museu Larco, eu solicitei que começasse às 10hs. Disseram que não era necessário, que passaríamos menos tempo em cada lugar. Eu insisti e disse que só queria a inclusão se começasse mais cedo. Cederam. Eu estava certa. Terminamos o tour umas 20h30 e foi muito corrido! Uma pena. O centro histórico ficou basicamente como passagem, e ele merecia boas horas com boas fotos. Tem cada prédio lindo! Como fazíamos tudo de carro, o trânsito intenso de Lima toma um tempinho. Fiquei pensando se tivéssemos em tour compartilhado. Duvido que terminaríamos a tempo. Foi corrido com a gente, que é rápido, não é tentado por lojinha. Se bem que até eu queria parar na lojinha do Museu Larco. Conclusão: as explicações da guia foram muito boas, mas, se você tiver tempo, faça por conta e divida as atrações em dias diferentes. Táxi é barato, e o guia da Folha Uol ajuda bastante. Fora a internet. O Museu Larco, Centro Histórico, Convento São Francisco e Circuito Mágico das Águas são obrigatórios!  Dá pra fazer esses todos em um dia, se você começar cedo. O Museu Larco abre às 09hs, fica no bairro Pueblo Libre. Vai pra lá, depois pega um táxi para o Centro Histórico, onde também fica o Convento São Francisco (são perto, aí é bater perna por lá). Depois, Parque da Reserva, onde há o Circuito Mágico de Águas, que também fica no centro de Lima. Estando pelo Centro Histórico, iria a pé e fugiria do trânsito. Para o Circuito Mágico de Águas, se quiser boas fotos, convém levar tripé para a máquina. O Pachacamac é muito legal também, mas é mais longe. E, considerando que no centro de Miraflores está localizado o Huaca Pucllana, de fácil acesso e com visitas guiadas incluídas no ingresso de 12 soles, opte pelo Huaca Pucllana se não tiver tempo. Ou mesmo se tiver. Gostamos muito mais do Huaca Pucllana que do Pachacamac. 
Pachacamac: vista de um dos pontos altos. Esse dia "abriu" e vimos o pacífico. 
Pachacamac 

Pachacamac 
Entrada do Museu Larco. Ele é lindo desde de fora.

Peças do Museu Larco

Peças do Museu Larco. Sabe o que tem dentro disso aí? Uma múmia em posição fetal. Tem uma fotografia de raio X mostrando. 
Peça do Museu Larco

Belíssima casa do arcebispo de Lima. No centro histórico.

Plaza Maior, no centro de Lima.

Circuito Mágico das Águas no Parque da Reserva. Quando fomos, a apresentação principal estava em manutenção. Ainda assim valeu muito!

Circuito Mágico das Águas no Parque da Reserva.

Circuito Mágico das Águas no Parque da Reserva.
  • na tarde do dia que chegamos, perambulamos pelo bairro do nosso hotel, o Barranco. Legal, mas longe de impressionar. Passamos pela Ponte dos Suspiros (que hoje em dia não arranca suspiro algum), pela praça da Biblioteca Municipal e da Igreja Santissima Cruz, também chamada de Parque Municipal, chegamos até um belo mirador. Em outro dia, fomos por lá a noite e essa região é bem movimentada, com vários restaurantes, bares. O Museu Pedro de Osma fica em Barranco, não fomos mas queria muito ter ido. Recebemos a dica tarde demais.
Ponte dos Suspiros logo a frente.

Em alguma ruela ali por Barranco.

  • Em Miraflores e San Isidro tem um monte de coisa legal. Lojinhas de artesanato bacanas, galerias de arte, ruas de pedestres, restaurantes. Um dia todinho para passear por lá também. Pode ser tudo a pé. Não deixe de ir ao Huaca Pucllana (muito legal, 12 soles por pessoa e não abre às terças!), ao Parque do Amor, passar pelo shopping Larcomar e perceber como ele é bem escondido e pode passar quase despercebido por quem está na avenida Larcomar, no Bosque das Oliveiras (na verdade, um monte de praças com Oliveiras espalhadas por uma região, mas chamam o conjunto delas de bosque), e, quem sabe, fazer um vôo de parapente sobre o Pacífico. Tente passar na frente da Igreja da Virgem Milagrosa pela noite, quando ela fica muito mais bonita por conta da iluminação.
Calçadão em Miraflores de onde se pode ser os vôos de parapente e considerar fazer um. Custava uns 150 soles por 10 a 15 minutos de vôo, acho.


Relaxando no muro de mosaico do Parque do Amor. O "parque" é uma praça  :-)

Parque do Amor


Huaca Huallamarca

Pegada de pés originais em Huaca Huallamarca

Cachorro de raça rara em Huaca Huallamarca. A temperatura do corpo dele chega a 40º. Toquei. É bem quentinho mesmo.

Huaca Huallamarca. Tem um restaurante com cara boa lá dentro, ali à direita. Viu como é bem no centro da cidade? Tem até uma pista que passa no meio de centro arqueológico!

Huaca Huallamarca

Huaca Huallamarca: metade do local ainda está sendo escavado. Precisamos voltar lá daqui há 20 anos :-)
  • Com tanta fama pela a gastronomia, é um pecado não entrar nos mercados e quintandas e ficar curiando as prateleiras. As de batatas e milhos sempre impressionam! Nós fomos no Mercado de Surquilo (também chamado de Mercado nº 2) atrás de um algo a mais. Tivemos, mas não foi bom. As barracas de frutas e verduras são bem parecidas com as dos supermercados e vendinhas nas ruas. Agora, as de carne, um horror!!! Nada de refrigeração. Galinhas são expostas inteiras, penduradas pelo pescoço e com as vísceras! Eca. O cheiro não é bom, claro. Não recomendo e fica numa parte feia da cidade, num local que parecia um setor de oficinas. Não precisa ir.
Bancada de batatas em algum mercado.
Onde comemos

Para saber sobre os restaurantes que conhecemos, clique aqui (parte 1) e aqui (parte 2).

Depois de Lima: Nazca.

Beijocas. Vanessa.

sábado, 6 de julho de 2013

Lima - restaurantes (parte 1 - La Esquina, Central e La Mar)

Pessoas,

nesse post aqui falamos sobre os passeios e hotel de Lima. Para que não ficasse gigante, outros dois posts terão os registros dos restaurantes. Esse é a parte 1, com La Esquina, Central e La Mar. Na parte 2, teremos Astri Y Gastón, Luchitta, Tanta e Songoro. Os preços informados são primeiro em Novo Sol peruano e, no parêntese a seguir, em reais, considerando a cotação entre os dias 06 e 07 de julho de 2013.

Uma das maiores empolgações da viagem ao Peru, com certeza, estava em torno da gastronomia. Olha, foi muito bom! Primeiro porque é uma comida bem saudável. A variedade de batatas, frutas, milho e cereais é infinita! Segundo que, com o Pacífico do lado, os frutos do mar são frescos, deliciosos e frequentes. Terceiro que eu amo milho. Amo pipoca, milho cozido, pamonha. E milho lá no Peru é usado como petisco na mesa (apenas tostado com sal), cozido como acompanhamento, pipoca é fácil de encontrar nas ruas. O céu. 

Em todo o Peru, há restaurantes do chef Gastón Acurio, o mesmo do Astrid Y Gastón. Conhecemos alguns e, olha, pode confiar. Decoração sempre legal, atendimento esperto, preços justos.

O La Mar foi, de longe, o que mais gostamos. E é adivinha de quem? Do Gastón Acurio. Almoçamos nele duas vezes e só não fomos a terceira e quarta porque não deu tempo e não abre na janta. 

La Esquina Wine Bar: almoçamos no nosso primeiro dia em Lima nesse restaurante porque ele era exatamente em frente ao nosso hote. Aquilo de chegar de viagem, fazer check-in e ir comer logo alguma coisa. Era bonito e o cartaz ao lado de fora anunciava menu com entrada, prato principal e sobremesa por 26 soles (R$ 21,00), com taxas e serviço (uns vinte e poucos reais). Foi bem legal e atendeu bem nossa expectativa: comida gostosa e rápida, afinal, tínhamos uma Lima inteira a desvendar. O local tem uma adega imensa exposta e também bastante opção de vinhos em taça.

Decoração com dardos gigantes!


Couvert básico peruano: algum tipo de batata cortada em lâminas e fritas. Tipo crips de batatas


Entrada do Vinicius: batatas a la riojana com chorizo e maionese de alho. Prato apimentado e bom para dias frios


Tapa de abobrinha com lulas e molho romesmo: um enroladinho de abobrinha com lula. Estava  muito bom, talvez a lulu estivesse um pouco borrachuda. Mas valeu. Não lembro nada do molho, acho que nem toquei nele.




De principal para mim, tilápia a la florentina com purê de cenouras. Delícioso!

Para o Vinicius, uma irreverente lasanha de cordeiro com menta, champignon e nozes.  Um arraso!  A menta suavizando o cordeiro, em formato de lasanha.


Sobremesas: media luna de maçãs e mousse de canela e muffin de mirtilos e espuma de frutos do bosque. Com uma descrição dessas, a expectativa foi lá em cima, né? Estavam bem sem graça.



Central: o restaurante oferece um menu degustação de 10 passos por  S/. 285 por pessoa (R$ 231,00). Optamos, no entanto, por pedir a la carte e explorar o cardápio conforme nossas vontades. O restaurante é bom, claro (tá na lista da Restaurant em 50º lugar), mas não me deixou querendo voltar. A conta com piscos pequenos, 2 águas, duas entradas, dois principais e duas cervejas artesanais bateu em S/. 368 (R$ 298,00).


Antes de sermos acomodados no salão principal,  nos deixaram por alguns minutos no bar do restaurante (mesmo tendo reserva). O Vinicius pediu um pisco sour de maracujá e, quando o barman olhou pra mim esperando meu pedido, informei que iríamos compartilhar. Não sei o que ele entendeu, mas nos foram servidos 2 piscos pequenos,  S/. 18 cada (R$ 14,58)


Couvert com pães quentes e deliciosos. Tinha pão de batata, de quinoa...não lembro bem. mas era divinos. Não cobrados.


Ponto extra para a casa: eles tinham cerveja artesanal peruana. Essa Barbarian custou S/. 18 (R$ 14,58) e  senti falta de corpo. 


Entrada: atún confit de 6 grados, com queijo de cabra, pimenta, murta (planta) e óleo de limão.  Por   S/. 42 (R$ 34,03), fantástico. Foi a estrela da noite.

Ceviche caliente, S/. 79 (R$ 64,01). Uma sopa de frutos do mar com batatas carbonizadas (essas pedrinhas pretas ao lado). Gostosa, pena que não estava quentinha de verdade.

Assado de tira 24 horas, com molho da própria carne (segundo o cardápio, "crema de vaca feliz"), e essa coisinha do lado era um enrolado de algo que parecia ricota. Bem gostoso, mas a carne tinha apenas o gosto de uma carne bem cozida, um sabor comum. Por  S/. 84 (R$ 68,06).

Mero assado com quinua negra, batata huamantanga, "micro verde" e lulas. O meu prato não estava bom. Primeiro que o peixe estava frio! E tinha uns remendos, como se fosse alguma parte da carne que não o filet. Esse micro verde eu não sei do se trata, mas talvez seja ervilha. E essa coisa branquinha envolta pela quinua? O prato veio acompanhado de uma tigelinha de purê de batata com lulas, bem quentinho e saboroso. Só não entendi o que uma coisa tinha a ver com a outra. Por  S/. 72 (R$ 58,36).


Docinhos feitos no restaurante que chegaram junto com a conta. Chocolate e marmelada. Deliciosos! Não cobrados.

Docinhos feitos no restaurante que chegaram junto com a conta. Chocolate e marshmallows. Tudo de bom! Não cobrados.


Cevicheria La Mar: ah...o La Mar. O melhor restaurante de Lima. Serve uma comida especial com preços bem amigos. O ambiente é descontraído, os garçons são alegres. Vive cheio e de peruanos. No site, tem o cardápio completo com preços. Acabo de descobrir isso e agora gosto ainda mais deles. Gostamos tanto na primeira ida que programamos voltar assim que possível. Infelizmente só conseguimos ir duas vezes, porque o restaurante só funciona no almoço. Uma pena. Eu sugiro sentar por lá e ficar pedindo entradas. São lindas e gostosas. Na primeira visita, a conta bateu nos S./ 170,00 (R$ 137) com 1 água, uma taça de vinho, um pisco sour, um prato principal (grande, para compartilhar) e 2 cafés expressos. Na segunda visita, pagamos S./ 193,50 (R$ 156,80) por dois pisco sour, um piscopolitan, uma água com gás, 2 entradas (uma degustação de ceviche e uma causa) e uma sobremesa.

O magnífico couvert da casa: balde com crisps de milhares de tipos de batatas, molhos mais ou menos picantes e milho "maiz" - esse é grelhado em azeite e servido com sal - um vício incontrolável! Couvert não cobrado.

Chilcanazo: pisco sour tradicional com manjericão e gengibre. S./ 22 (R$  17,82)

Cholopolitan, por S./ 22 (R$ 17,82). É a versão peruana do Cosmopolitan, também chamada por lá de piscopolitan. Esse leva pisco acholado, cranberry, lima-limão, cointreau e toque maracujá. Fantástico.
La Mar Sour, S./ 22 (R$ 17,82), pisco sour com physalis. Ótimo.

Piqueo Chalaco, S./ 59 (R$ 47,00): um sampler da vida, com ceviche, camote (essa verdira laranja, que parece abóbora e tem gosto de batata doce) , peixe empanado, batata frita, lula, "torta" de frango e batata, milho cozido (chamado de choclo). Um arraso!

Degustação de ceviches, S./ 59 (R$ 47,81). O meu preferido é o tradicional mesmo, com pescado fresco, suco de limão, cebola. Aí tem o Nikei, que é de atum e levemente adocicado (lembra comida japa), o misto, com frutos do mar e até um com peixe empanado.
Causa super nikei, S./ 36 (R$ 29,17). Causas são bolinhos/purê de batata. Essas vieram recheadas com salmão e atum. Delícia!
Queso Helado, S./ 20 (R$ 16,20), com espuma de côco e canela. Não senti sabor algum de queijo, mas estava deliciosa. Mesmo.

Tiramisú, S./ 22 (R$ 17,82), receita tradicional com um toque de lúcuma, uma fruta bem gostosa do Peru, boa para sobremesas e sorvetes. Gostoso até, como tudo lá.

Mimo que veio com a conta: sorbet de hortelã. Show!

A parte 2 está aqui!

Beijocas. Vanessa.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Peru - informações e impressões gerais. Junho/2013.

Pessoas,

acabamos de chegar de uma viagem de 15 dias ao Peru. A idéia inicial era fazer Lima, Cusco e Machu Picchu, e no início de maio. Pesquisando sobre roteiro e afins, descobri um monte de coisa bacana no Peru e o interesse por outros destinos foi nascendo, de maneira que o roteiro se estendeu à Lima, Nasca, Arequipa, Puno, Cusco, Vale Sagrado e Machu Picchu. Isso porque tive que retirar Ica e Paracas, porque realmente não cabia tudo em 15 dias de maneira minimamente confortável e eficiente.

A viagem do início de maio subiu no telhado (porque eu resolvi me alistar - leia-se, fazer cursinho e estudar seriamente) e aí surgiu uma oportunidade de ir em meados de junho. Resolvemos ir quase perto da partida e ainda em meio a um período atribulado e sem tempo, o que resultou num planejamento rápido e, claro, com falhas. Elegi três blogs (Sundaycooks, Turomaquia e Nós no Mundo) e um site oficial de turismo do Peru (Go 2 Peru) para serem minha base de pesquisa e, através deles, escolhi as agências de turismo onde contrataria tours. 

Contratar tours, logo eu que tenho certo pavor de agências de turismo??? Sim, pessoas! Por duas razões. Primeiro porque tem passeios que fazer por agências é a melhor opção. Segundo, lembram que eu estava sem tempo ao planejar a viagem? Se você não tem tempo, uma das  saída é "terceirizar para não pensar (e, obviamente, pagar por isso)". Ou seria apenas ajustar a quantidade de dias em cada local, reservar hotel e deixar pra ver o resto por lá. Só que, talvez vocês não saibam, um dos meus sobrenomes é precaução. E, indo em alta temporada, eu não teria estabilidade emocional para ir sem tudo reservado e bem ajustado. Certeza que ficaria noites sem dormir. 

Para vocês terem noção do meu grau de perdida ao planejar a viagem, eu solicitei ao hotel de Águas Calientes um transfer da estação de ônibus ao hotel. Quem conhece a cidade está gargalhando de mim. Pode continuar :-) O hotel foi muito gentil e simpático ao responder que a cidade era minúscula e que não havia táxis e carros por lá. Mas que poderia me esperar na estação de ônibus caso eu me sentisse melhor. Recusei e aceitei o mapa com as instruções de como chegar ao hotel.

Volto com a impressão de que tanta precaução não seria necessária, mesmo indo em alta temporada. Claro que hotel e entrada em Machu Picchu têm que ser reservados antes. Pra você saber para onde vai quando chega e para não perder a grande estrela da viagem. Mas os tours, definitivamente, não precisam, a não ser que você queira fazer por uma empresa específica. Todas as cidades que passamos tem o turismo como ponto muito forte da economia, então o que não faltam são agências espalhadas por todos os cantos oferecendo tours, além daqueles ônibus turísticos de dois andares com rotas pelos principais locais.  E talvez nem as passagens de ônibus e trem. Vi muita gente comprando lá na hora. Mas, isso, não arriscaria mesmo, porque ter horários pré definidos é útil em viagens. Além do mais, se lá você perceber que outro horário seria melhor, dá para trocar a passagem, como fizemos com nossa ida de Ollantaytambo até Águas Calientes. Tendo vagas, você consegue trocar facilmente.

Outra coisa: a maioria das agências mais bem faladas e que te respondem os e-mails rápido cobram tudo em dóllar. Nem parece que a moeda oficial do peru é o Nuevo Sol. E exigem pagamento antecipado. Isso de só reservar quase não existe. E o pior de tudo, na minha opinião: usando o Western Union. Eu nunca tinha ouvido falar dessa forma de pagamento. Quando fui atrás, descobri que tem umas taxas, claro,  pagas por quem envia o dinheiro. Além de que, teria que ir até uma agência autorizada para fazer um depósito. Eu não vou ao banco nem para pagar minhas contas. Internet é vida! Desisti de algumas agências por conta disso (vou contar com detalhes nos posts específicos de cada passeio). O mínimo que eu espero de um prestador de serviço é que ele facilite a minha vida. Por que não usam Paypal, que é coisa linda??? 

Nosso roteiro foi: 
  • Brasília - Lima (milhas da TAM)
  • Lima - 4 noites 
  • Nasca - pegamos um ônibus em Lima numa sexta-feira 07h da matina, chegamos em Nasca umas 14h30, fizemos o sobrevôo nas linhas de Nasca, e na noite do mesmo dia partimos para Arequipa de ônibus às 22h, chegando em Arequipa 08h da manhã seguinte
  • Arequipa - 2 noites
  • Tour no Colca Canyon - sai de Arequipa umas 08hs, pernoita em Chivay ou arredores e no dia seguinte termina de volta em Arequipa ou segue para Puno, que foi nossa opção
  • Puno - 2 noites
  • Cusco - 2 noites
  • Ollantaytambo - 1 noite
  • Águas Caliente - 1 noite
  • Cusco - 1 noite
  • Cusco - Lima (trecho comprado pela Taca) e Lima- Brasília (minhas da TAM)
Só usamos avião para chegar e sair do Peru. Lá dentro, apenas ônibus. Recomendo muito! As estradas são boas e os ônibus bastante confortáveis. Servem bebidas, lanches e tem sempre uma pessoa a disposição os passageiros. Os da Cruz del Sur têm travesseiro, coberta decente (dá vontade de furtar!), wifi e todos os ônibus são monitorados por GPS, por questões de segurança. Além de que, há vários trechos entre as  cidades que são feitos por ônibus turísticos com paradas estratégicas. Daí, além de fazer deslocamento,  também se está conhecendo lugares.


Sobre o Peru. É lindo!!! Merece muito uma visita. As pessoas são simpáticas, educadas e prestativas (menos os motoristas de trânsito, que buzinam mais do que bebem Inca Kola - refrigerante mais consumido que a Coca-Cola no país). A COMIDA É MARAVILHOSA E BARATA. Nos sentimos seguros todo o tempo, nas zonas turísticas e bem faladas, claro. Táxi é de graça (convém, inclusive, desconsiderar os transfers dos hotéis, especialmente nas cidades pequenas como Puno, Arequipa, Cusco).  As paisagens são arrebatadoras. A arquitetura nas cidades é belíssima, com influências espanholas. Tem hora que você jura que tá na Europa. Têm catedrais imensas e de tirar o fôlego. Dá pra achar lembranças bacanas por preços irrisórios. Já disse que a comida é maravilhosa? 

Degustação de ceviches no La Mar, em Lima. Fantástico!

Além de disso, os incas eram criaturas impressionantes! Se você entende de arquitetura e engenharia, faça o favor de não deixar de visitar aquelas cidades e templos construídos há séculos e já com arquitetura e engenharia avançadas. Tenho certeza absoluta que vai se encantar.

Uma coisa que me incomodou bastante é a falta de proteção aos monumentos e construções antigas, e também de proteção à vida de quem anda por ali. Com exceção de Machu Picchu, onde há guardas de olho o tempo todo, todas as outras atrações ficam a mercê da boa vontade dos turistas e guias. Não há cordas de proteção para impedir que as pessoas caiam de alturas bem altas, e nem que impeçam o turista de pisar onde não deve. Parte das linhas de Nasca, por exemplo, fica na beira de uma rodovia e de um observatório (opção para quem não quer fazer o vôo), e qualquer pessoa pode ir lá pisar no desenho de árvores e de mãos, como se pode ver no mapa abaixo.

Essa linha preta que cruza os desenhos é a rodovia Panamericana, uma das maiores do país. Praticamente no "topo" do desenho de árvore há um observatório.

O que não é bom? A altitude. Olha, falta ar. Mesmo. Metade da viagem, me sentia como uma velha fumante. Fora o  sorache, o famoso mal das alturas. Mas vale a pena. Na época que fomos, também o frio e a seca. Eu já não reclamava da seca de Brasília, agora que sei o que é seca com frio de verdade, que não reclamo mesmo. Perdi mais sangue pelo nariz do que jamais perdi na vida desde os 12 anos por conta do meu duplo cromossomo X. Mas vale a pena. 

No canion Colca.
Quanto aos vinhos peruanos, nem os premiuns da vida eram bons. Vá de pisco sour (e suas divinas variações), ou fique com os vinhos argentinos e chilenos. Ou com a Inca Kola. Ou com a Cusqueña. E tudo valerá a pena :-)

Piscopolitan. Delícioso, bem menos doce que o tradicional Cosmopolitan. Também no La Mar, em Lima.
Quanto aos restaurantes, sinto dizer que não descobrimos nada de novo nessa viagem. Ficamos completamente reféns do TripAdvisor e tô pensando em continuar assim pelo resto da vida. Ele é muito sabido!!!

Sobre nosso roteiro, deixaria Puno de fora. Não achei que valeu o tempo, o dinheiro e o frio daquela cidade. Eu iria de Arequipa direto para Cusco. Também não ficaria uma noite em Ollantaytambo, como fizemos. Pegaria um tour de dia todo pelo Vale Sagrado começando em Cusco e terminando em Ollantaytambo e, no mesmo dia pela noite, pegaria o trem para Águas Calientes (e apenas esse dia faria com guia privado, ao invés de fazer os 3 dias de tour privado em Cusco e Vale Sagrado). Ah, e se você tiver apenas uns 5 dias sobrando, vá direito para Cusco, passe pelo Vale Sagrado até Ollantaytambo e conheça Machu Picchu. Juro que vale a pena ir lá e conhecer só esse trechinho!

Ah, em Lima comprei um chip da Movistar, que custou 15 soles e, com mais 40 soles, coloquei 500 mega de crédito para 3G. Acho que é um bom valor para ter internet durante a viagem, resolver perrengues e ser feliz buscando dicas e usando o GPS quando necessário. Eu gosto. Duraria a viagem toda, se eu não tivesse esquecido de cancelar o upload automático de fotos do Google +. Ódio mortal de mim mesma.

Sim, eles comem  porquinho-da-índia mesmo, e com frequência, e mastigam folhas de coca. Há tanto por todos os lados que peguei abuso do cheiro.

Entre nos mercados e quitandas. Prove frutas diferentes. Isso faz parte da diversão.

Basicamente, é isso. Vou fazer posts de cada parte da viagem, conforme o roteiro acima, contando as experiências com agências, tours, hóteis e tudo mais. Mas pode ir programando sua ida ao Peru. E legal demais da conta!

No topo da Huayna Picchu, com Machu Picchu ao fundo. Sim, vale a pena o esforço para chegar até lá.

Beijocas. Vanessa.