quarta-feira, 27 de abril de 2011

Grenat Cafés - 202 sul, Brasília/DF

Pessoas,

a Grenat Cafés é um achado! Além dos cafés especiais, já comentei aqui sobre o pão e biscoito de queijo do local... os melhores de Brasília, sem dúvidas! Também servem doces, sanduíches, frios e cervejas especiais. 

Ontem, antes de assistir a um Teste de Audiência no Teatro da Caixa, que eu super recomendo, escolhemos o local pra fazer uma boquinha. Ao cruzar a porta da entrada, o aroma de café te transporta ao paraíso! Subimos a escada maravilhosa que tem ao final do salão e nos acomodamos no ambiente acima lindamente decorado. Moraria ali.

Optamos pelos tartines (segundo o atencioso garçom, sanduíche em italiano), os dois com pão ciabata. O do Vinicius de trio de cogumelos e queijo brie, por algo entre 16 reais; o meu com mussarela de búfala, tomates frescos (e doces!) e pesto de manjericão, por 9 reais. Muito bons!



Para beber, optamos pela cerveja Estrela Inedit, convencidos pela descrição comercial da moça, reproduzida no cardápio:

"Ferran Adrià, Juli Soler, os Sommeliers do premiado Restaurante El Bulli e os Mestres Cervejeiros da Damm criaram um novo conceito de cerveja. Estrella Damm Inedit é um coupage único, mescla de maltes de cevada e trigo, aromatizada com lúpulos e especiarias como coentro, casca de laranja e alcaçuz."

Custou 34 reais a garrafa de 750 ml, servida em balde de gelo e taças de vinho. É uma cerveja bem fresca, frutada, mas com aquela bem vinda acidez ao final. Gostamos bastante.



O local é uma excelente opção para uma café rápido, ou um lanche mais elaborado. Recomendadíssimo!


Outra coisa: eles vendem a Spirit, uma cachaça de café ma.ra.vi.lho.sa, que deixa no chão a Absolut de café e amêndoas. Salvo engano, a garrafa custa 54 reais. Vale muito a pena!

GRENAT Cafés - SCLS 202, BLOCO A, LOJA 4
Telefone: (61) 3322-0061

Horário de funcionamento: de segunda a sexta de 7h30 às 22h / sábado de 9h às 22h.

Beijocas. Vanessa.

domingo, 24 de abril de 2011

Caixa de tampinhas de cervejas

Pessoas,

acabo de comprar uma caixinha para colocar as tampinhas que vinha guardando das cervas diferentes que vou conhecendo. Infelizmente não tenho todas. Só que a idéia de guardar a tampinha é relativamente recente, e também acontece que, depois de algumas cervejas é difícil lembrar da tampinha, ou mesmo onde ela foi parar.

Esse post não objetiva informar, contar ou compartilhar algo, é apenas um registro do que tá indo pra caixinha e será atualizado com freqüência que eu mereço, dentro das devidas possibilidades financeiras, orgânicas e calóricas.

Um dia talvez essa lista seja melhor organizada, por tipo de cerva, ou localidade. Agora eu quero apenar contabilizar minhas riquezas! São elas:
  • Anderson Valley Brewing Company
  • Quilmes
  • Erdinger Dunkel
  • Erdinger Urweísse
  • Erdinger Pikantus
  • Paulaner
  • Baden Baden
  • Chimay
  • Wälls, Wälls Pilsen
  • Bitburger
  • Harviestoun
  • Young's Double Chocolate
  • Westvleteren blond e 8. Da 12 não trouxe a tampa. Droga. Droga. Merda.
  • 1906
  • Bamberg München, Rauchbier 
  • Eisenbahn (weiss, dunkel)
  • Colorado
  • Edelweiss Hefetrüb
  • Baltika 6 Porter
  • La Trappe
  • Gauloise
  • Medieval
  • St. Christoffel
  • Brooklyn
  • Mac Queen's Nessie
  • Kaiser Gold
  • Estrella Damm Inedit
  • Weihenstephaner Hefe Weissbier
  • Heineken 
  • Schofferhofer Hefeweizen
  • Kromus Beer
  • Perigosa Imperial IPA
  • Coopers
  • Tucher Übersee Export
  • Lucifer
  • Delirium Tremens
  • BrewDog Hardcore Ipa
  • Ella
  • Taberna Porter
  • Westmalle Tripel
  • Coopers Vintage
  • BrewDog 5 A.M. Saint.
Por enquanto, são essas. 
Beijocas. Vanessa

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Aquavit - Brasília/DF

Pessoas,


para comemorar o inesperado 5 anos da Bolacha fomos ao Aquavit.

A expectativa era grande, ainda mais porque decidimos fazer uma poupança. Hein? Sim, poupança. Porque é caro pra cacete e demoramos tanto a ir justamente porque sempre dava aquela dor no peito em deixar centenas de reais por uma noite de alegria. Então, passamos alguns meses depositando 100 legais na poupança e quando chegamos no montante necessário fomos sem nem pensar em valores. 

Optamos pelo menu completo, com 5 pratos e 5 taças de vinhos, harmonizadas. Não é comida pra caramba, apesar de encher bem, mas é bebida pra cacete. Se a Bolacha completar 10 anos e voltarmos lá, talvez peça o menu reduzido, com 4 ou 3 pratos, ou o menu sem vinhos. As taças são bem servidas, é bebedeira na certa!

O restaurante fica lá no setor de mansões do Lago Norte, num terreno de embasbacar qualquer um. As poucas mesas ficam entre a cozinha, aberta e acessível, e uma vista exuberante do lago e de Brasília. Uma pena aquele lugar não funcionar no fim de tarde, porque o por do sol visto dali deve ser tudo e mais um pouco. No inverno, eles funcionam numa sala interior com lareira e uma parede de vidro com vista pro lago. Romance....

Fomos numa quarta-feira, com a casa bem vazia. Além de nós, só havia um outro casal. Tinha mais gente trabalhando que gente comendo. O atendimento, então, foi espetacular (acredito que seria mesmo com a casa cheia). O Vicente nos deu toda a atenção, sem parecer chatão,  nos levou na horta, nos disse onde estava o Simon Lau (e era na Dinamarca, comprando quitutes para o menu da páscoa), contou que trabalha também na embaixada do Japão. Foi bem agradável.


A prova de que curto gastronomia está nessa visita ao Aquavit: não curto porco nem aves. O que tinha no menu da vez? Porco e ave. Mas, já tava combinado de ir em março, eu tava louca de curiosidade há séculos de ir lá, então fui assim mesmo. Também a expectativa de me surpreender com algo que usualmente não como usualmente foi estimulante. Afinal, de que eles sabem fazer um filet alto mal passado delicioso, e que eu iria amar, não tenho dúvidas. E se não for assim eu prefiro não saber :) Então, que venha o porco e a codorna. E se eu não gostar, dane-se. A poupança foi justamente pra não pensar em cifras.


Dica: pra quem pretende ir, é essencial cadastrar o e-mail no site para receber os textos do chef explicando o novo menu. Ele dá detalhes da preparação, diz onde busca os ingredientes. Torna a visita muito mais interessante. Vou postar em fonte itálico  cinza os trechos do chef referentes aos pratos que provamos.

 Vamos à comilança!

Primeiro pães da casa com manteiga trufada. Deliciosos. Manteiga com textura de maionese e sabor próprio que não sei explicar. Num dos tipos de pão, a flor de sal dava um up, e quando encontrava com a manteiga era uma alegria.


A seguir, terrine de lagosta com gelatina de mexilhões, sorvete de abacate com pimenta, sorbet de grapefruit e farofa de peta. O sorvete de abacate não era apimentado. A pimenta da descrição é esse traço vermelho sobre o verde. De interessante aqui, o sorbert de grapefruit foi feito para ser comido com o sorvete de abacate. Este, cremoso, acalmava aquele, ácido e amargo. Bem interessante. O terrine, envolto na folha de taioba, estava ótimo e bem colocado entre o grapefruit e o abacate, apesar de parecer estranho. O vinho  harmonizado foi Poggio al Tesoro, branco italiano. Gostoso, mas não marcante.



"O primeiro prato é um prato sofisticado de verão, tropical e servido frio. Terrine de lagosta feita com gelatina de mexilhões e acompanhada de sorbet de grape fruit, sorvete de abacate e farofa de peta. Eu sei que muitas pessoas têm restrição a grape fruit, que é fruta amarga e ácida. Mas, junto com o cremoso abacate fica tudo super balanceado e dá um ótimo fundo para a marítima terrine."

Depois, sopa de tucupi com pescadinha assada e sagu, temperada com cebolinha e pimenta de cheiro, sob crosta de mandioca, com o vinho Leyda, Sauvignon Gris, branco chileno. Pessoas, esse prato foi o must. Chegou assim:


Essa coisa preta é a crosta de mandioca, feita com peta e tingida com tinta de lula. Parecia um biscoito: gostosinho, crocante e salgadinho. Lembra vó. Quando a gente retirou a crosta, ficou assim:

"O ingrediente principal do segundo prato é o tucupi, que me fascina cada vez mais com seu sabor tão, tão agradável - gostosamente ácido, temperadinho e único. Desta vez, o tucupi ganha lugar de destaque em forma de sopa feita à base de fumet de espinha de peixe, como no tacacá. Leva, ainda, um pouco de sagu para dar substância e beleza e um pedaço de pescadinha assada no forno, como a gente faz na Dinamarca: rapidinha, só ate branquear. Para acompanhar, peta crocante tingida com tinta de lula."
Super fofo! E delicioso. Que caldinho!!! Não conhecia o tucupi, mas já me apaixonei. Caldinho com peixe, caldinho com a crosta de mandioca. E o sagu (está no fundo do prato) deu aquela incrementada, por causa da textura e da brincadeira de mastigar bolinhas. E o caldo. E o peixe. E a crosta de mandioca! O vinho agradou, mesmo sendo branco. Não era tão frutado, acho. Na verdade, as memórias dos vinhos foram desprezadas.
O prato seguinte: carne de barriga de porco cozida sous vide, com geléia de cajá-manga, vinagrete de mostarda, batatas cozidas e redução de porco, com o vinho Remhoogte, Roland Collection, tinto africano. Esse vinho lembro que gostei muito: forte, encorpado, tinto...minha cara.
Quanto ao porco. Não sou fã de porco. Inclusive, quando recebi esse menu entrei em contato pedindo maiores explicações. Fala sério: tem nome mais feio que carne de barriga de porco?? Não, não tem. Só pensava numa lapa de bacon dessa altura!
Mais calma com a resposta do restaurante, fui com tudo. Gostei bastante. O sabor do porco, obviamente, estava lá. Mas ficou bem colcoado com a geléia de cajá-manga. Por outro lado, o vinagrete de mostarda acalmava o "ranço" do gosto da carne de porco, que é o que eu não gosto. 


"O porco caipira de Goiás, aquele com carne vermelha e suculenta, que só se alimentou de milho e soro de leite, é provavelmente o que eu vou pedir para comer antes de me apresentar ao pelotão de fuzilamento. 
Vou todas as semanas para Alexânia para comprar a carne da barriga. Carne que, depois: eu ponho em salmoura por 12 horas, cozinho sous vide por mais 12 horas e, na hora de servir, “glaceio” com caldo de porco e sirvo com geléia de cajá-manga. O cajá está na época agora e, com sua acidez e sabor único, faz um contraste super interessante com a carne relativamente gorda. Batatas cozidas e vinagrete de mostarda dão um toque clássico no acompanhamento."
A seguir, codorna desossada recheada, servida com espaguete de palmito, redução de codorna e óleo de salsinha, acompanhada de St. Esprit Côtes du Rhone, tinto francês. 


Esse prato eu não curti muito. Primeiro que a forma animalesca me dá um pouco de repulsa, porque realmente sinto pena. Olha que coisa mais bonitinha essa bichinha de perninhas cruzadas....Contudo, o pouco que comi foi interessante, a bem carne macia, o que não ocorre em aves. O espaguete de palmito estava bom, mas sem características marcantes. 



Quem deveria falar sobre esse prato era o Vinicius, que comeu ave a vida toda, pois sempre foi a carne principal da casa dele. Tanto que, quando criança, achava que o animal se chamava frango, e não galinha :)  Mas, mesmo se eu parasse de beber na quaresma esperando a graça de que ele fizesse isso (um pedaço do post), a chance de acontecer seria ínfima. Então vou contar o que eu vi: um Vinicius alucinado tirando as patas da codorna com as mãos e dando suculentas mordidas na ave. Depois passou pro peito, e nem levantava os olhos. Perguntei: e aí, tá bom? A resposta: putz. Tipo para de falar comigo. Depois do prato  limpo, somente com os ossinhos das patinhas, ele disse: fantástico.

"Palmito fresco é outro produto que coloco na categoria “paixão”. Cortado à juliene e refogado um minuto com manteiga e salsinha até ficar al dente dá um suave acompanhamento para as codornas desossadas e recheadas com os miúdos da ave e um pouquinho da minha pimenta de reino verde da horta, que está no ponto de usar. As codornas são cozidas sous vide, também, para deixá-las mais suculentas possíveis. Depois, são bronzeadas na manteiga, na hora de servir."

De sobremesa, Romeu e Julieta: suflê quente de queijo minas, doce de goiaba, sorvete de goiaba e bolinho de chuva. Prato lindo e delicioso. O sorvete tinha o gosto de fruta fresca. Além de tudo, super interessante o queijo em forma de suflê. Adorei. O vinho, Santa Rira, Late Harvest, Moscatel, chileno, doce demais da conta. 
"Desde que pus meu pé neste País, amo Romeu e Julieta. Já que estamos na época da goiaba, achei que estava na hora de fazer a minha contribuição para mais uma versão desta maravilha. Não vou contar como a gente faz. Venha e experimente!"
Ao final, chá de hortelã com folhas da horta. Tudo de bom. E também café, com madeleines de limão assadas na hora, servidas quentinhas.
Gostamos bastante, supriu nossas expectativas. Entretanto, cobrarem 5 reais na água acho um abuso. Pô, o menu com 5 taças de vinhos custa 130 legais. Fora o menu dos 5 pratos, por 192 legais. E a água ainda tem que ser por fora? Poderia ser até água de filtro.


Beijocas. Vanessa.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Quartier Bistrot - Sudoeste/DF

Pessoas,


é cada vez mais raro ir num restaurante e se surpreender positivamente. Sempre é assim: você vai num sem grandes expectativas e encontra exatamente o que não esperava, ou se decepciona, ou vai num top de linha e sai feliz (mas não poderia ser diferente depois da fortuna deixada lá).

Escolhi a janta de quarta-feira no Quartier Bistrot com expectativas, mas conformada caso me  decepcionasse. Porque tá foda. Almoçamos no L'Affaire na segunda e meu filet alto estava frio. Sim, carne mal passada fria.  Seguindo os posts da colegagem, vamos tendo notícias de um monte de promessas mal cumpridas. Então fui assim assim.

Mas, foi ótimo! Primeiro, apesar de ser no sudoeste, o ambiente é bem legal. As 3 ou 4 mesinhas de dentro são o ouro, mas se tiver que ficar na área externa, tá valendo. 

O atendimento é atencioso e discreto. Equilibrado.

Depois de analisar superficialmente o cardápio que é um pouco longo, optamos pelo couvert que nem deveria ter esse nome: custa 8,90 para duas pessoas. Amei! Barato, gostoso e numa quantidade adequada para acalmar a fome até a chegada dos pratos:  composto de cesta de pães,  pastas de queijo (gorgonzola?), alho poró e antepasto de berinjela.


Para beber, vinhos em taça, por volta de 12 legais, servidos em jarrinhas de maneira que a quantidade, na verdade, era bem mais que uma taça, apesar de não chegar em duas. Gostei também. Daria pra dividir um desses e beber um pouco menos, na boa.

De pratos principais, eu optei pelo filet du chef, tournedor recheado com queijo brie, ao molho roti, com fettuccine na manteiga com alho e ervas, por 48,60. O Vinicius aproveitou a promoção das quartas (qualquer risoto por R$ 29,90) e foi de risoto de lingüiça.

Pois bem. Primeiro meu prato: lindo e super bem apresentado. O filet, apesar de que poderia estar um pouco mais mal passado, ganhou elogios, o molho roti estava de comer de rezando, a massa ao ponto, levemente crocante com as ervas e alho marcando presença. Delicioso, mesmo. 


O risoto de lingüiça igualmente bem apresentado e bem delicioso. A prova é que pouco conversamos enquanto comemos.


Depois da comilança, o chef Rodrigo Parente estava por lá e pudemos falar sobre os pratos. Ele perguntou do ponto da carne e eu disse que poderia ter vindo mais crua, e ele, surpreendido, disse que quando o garçom disse que a comensal era mulher, ele preferiu não arriscar e mandar uma crua demais, sob o risco de ter que assar mais depois de pronta. Compreendi o lado dele e fiquei feliz comigo ao perceber que cheguei num nível de evolução em que o ponto correto da carne é: quente. :) Da próxima vez, reforço isso com o garçom. Mas voltando ao chef: ponto pra ele, que deu a cara a tapa, desculpou-se, agradeceu os outros elogios, foi bem simpático e tá ralando por um lugar ao sol. Talvez até já tenha encontrado.

Tudo foi ágil e sem esperas. Acabamos o couvert e os pratos pousaram na mesa, quentes e frescos. Ponto pra eles.

Aos domingos, no almoço, a casa tem menus executivos, com entrada e pratos principais por R$ 55,00. Às quintas, qualquer prato com camarão custa 39,90.

A única crítica negativa é sobre a música. Aquela porra de Dani Carlos, Emerson Nogueira e afins é o fim dos tempos. Um bistrot francês, lindamente decorado, super romântico, não deveria ter uma música na língua francesa????? Não precisa de nada surreal, não. A Carla Bruni, rouca, intimista, charmosérrima e conhecida tá aí pra isso.

De terça a sábado, o Quartier Bistrot só funciona a noite. No domingo, só no almoço. Fica na CLSW 301, bloco B - lojas 78/80 , na lateral do bloco, e o telefone é 3341-4214.

Adorei a visita. Não é baratinho, mas vale a pena. 

E ainda fico felizaça por ser perto de casa. O Sudoeste e o Terraço estão com ótimas opções pagáveis de restaurantes. Viva!

Beijocas. Vanessa

quarta-feira, 13 de abril de 2011

São Luis/MA - Março/2011

Pessoas,

bastou um convite da sogra pra passar o feriado de carnaval em São Luís que a gente foi. Passagem pagável para o período, hotel massa pela Bancorbrás e destino desconhecido. Além da gente ser super fácil, não havia uma razão para dizer não.

No vôo da chegada, a paisagem é parecida com a de Manaus: muitos rios e muito verde. Uma floresta, na verdade. A Floresta Amazônica. Vale a pena pegar a janela. Na poltrona ao lado, um rapaz estranho com livro Moby Dick no colo.

Nos hospedamos no Hotel Luzeiros, na Ponta da Areia. Hotel novo, quarto amplo, com um super café da manhã que servia até espumante, piano bar, spa (caro!!) e academia que parecia decente, mas não consegui averiguar porque fechou no carnaval. Quarto de frente pro mar. Pena que o mar de São Luís é feio.

É feio porque a água é escura. Porque é escura eu não sei. Talvez por causa do imenso porto que tem por lá, acho que o 2º mais fundo do mundo (o outro é na Holanda). Além da água escura, lá no fundão ficam muitos navios cargueiros esperando para atracar. E navio cargueiro também é feio. Eles podem ficar por ali esperando por até 10 dia! Dai o visual não fica muito legal.

Sem problemas quanto a isso. Os ludovicenses são uma simpatia só. E não são desprovidos de beleza como nos alardearam. Vi muita gente bonita trabalhando no hotel, nos restaurantes que fomos, cinemas e afins.

Em São Luís não se tem muitos afazeres, 3 ou 4 dias está de bom tamanho. Imperdível são os Lençóis Maranhenses, que nós não fomos por absoluta falta de planejamento, mas os sogros foram e amaram. Por R$ 260,00 por pessoa, você sai de São Luís num dia cedo, dorme em Lençóis, e volta no dia seguinte a tarde. Tudo incluído, até os passeios!!! A pousada não era chique, mas a sogra disse que bem aceitável pelo preço. Por fora do pacote, o sobrevôo pelos Lençóis é imperdível, e custa R$ 200,00 por pessoa.

Numa corrida de táxi, o motora nos ofereceu um passeio de dia todo pelas praias e municípios da redondeza. Preço? R$ 200,00, para os 4. Ok, vamos nessa.

Foi divertido. O motora não era humorista, mas conversando era como se fosse. Nos levou em São José do Ribamar, cidadezinha fofa do lado, com uma igreja e praça super simpáticas, estátua imensa para boas fotos. Sabiam que São José de Ribamar é padroeiro do Maranhão? Sim, por isso tantos ribamars por lá. E o povo quando compra carro, vai até São José do Ribamar pra batizar a nova aquisição.










Passamos também no município de Raposa, com seus pescadores e suas rendeiras, todos cearenses. Conhecemos a Dona Maria, por conta de uma sombra que tinha na barraca dela. Esperando por lá, a conversa desabrochou e Dona Maria, que estava fazendo uma faixa de cabelo, contou que demora um dia para fazer a faixa, quando a coluna deixa. Se dói, ela tem que deitar e aí leva um dia e meio. Disse que, se pudesse, sairia viajando por aí, mas adora aquele trabalho, aquela terra e os turistas. Quando nos despedimos, ela entristeceu e me deu um abraço. A prosa estava boa. A faixa, linda e colorida, custa R$ 6,00. 




Em Calhau, fomos ver os carros na praia. Literalmente. De tempos em tempos, a maré recua tanto que a areia da praia vira um grande pátio, e os carros estacionam ali. É tão surreal que algumas barracas têm a mesa, cadeira e a garagem do carro. Interessante, esquisito e perigoso.


Fonte: http://200.188.178.148/oimparcial/portal/noticias.php?id=32301


O Centro Histórico tem um potencial turístico imenso, mas está bem abandonado. Uma pena, de partir o coração. Casarões antigos, azulejos belíssimos, construções bacanas. Tudo acabado. Tudo mofado. com cheiro de mijo. Ironicamente, são tombados pelo patrimônio histórico estadual. Sério: um lugar daqueles arrumado, com bares e restaurantes transados entupiria aquele lugar de turistas e dinheiro. 






Lagoa da Jansen é um lugar novo e bem bacana, com restaurantes e barzinhos legais. Não conseguimos parar por lá. Quando tentamos estava bem morto, provavelmente por causa do carnaval.

E as comilanças? Maracangalha e Cabana do Sol. Ótimos! Os tradicionais arroz de cuxá (arroz feito com "azedinho" e camarões secos, pedido mais de uma vez em dois restôs diferentes e bem falados) e o guaraná jesus não agradaram :)

O Maracangalha é um dos restaurantes mais bem falados de São Luís, Acho que fora indicado por todas as pessoas que sabiam que íamos. É lindo, com decoração fofa, nordestina, retrô, colorida e aconchegante. Entende? Cadeiras diferentes e combinantes nas mesas. Muitos dos quadros lembravam fortemente o traçado do Romero Brito. Achei meio deselegante...poderia ser menos parecido. Mas deselegante não significa feiura, né? E era tudo lindo :) Atendimento atencioso, preços adequados e comida gostosa.




De interessante, a sobremesa de goiabada com sorvete de tapioca e parmesão. Gente, o parmesão combinou tão bem com o doce e o sorvete. Juro. Por 13 legais.


Abaixo, um prato com camarão grelhado com arroz e farofa, creio, que custou R$ 78,00 e a quantidade era pequena. Não é uma boa pedida, apesar de delicioso. Já o peixe custou R$ 87,00 e servia mais que duas pessoas. Não sei bem qual acompanhamento é de que :( Lembro que quando escolhemos a peixada, olhamos errado e pedimos o prato para 4 pessoas. Os garçom, num exemplo de atendimento ético, fez o pedido com o prato correto (para 2 pessoas) e nos avisou depois. Ponto pra eles. E tem Erdinger, por 16 contos. Ponto pra eles de novo. Mas eu fiquei com um suco de amora, vermelho, lindo e doce (e sem açúcar ou adoçante!). Mais pontos!!!!


O Cabana do Sol é famosa pelas carnes de sol, que não provamos. A decoração não é pomposa como a do Maracangalha, mas o atendimento é tão bom quanto e a comida também. A proposta é ser um lugar mais despretensioso. Os pastéis de entrada com geléia de pimenta (mais açúcar que pimenta) são imperdíveis. Comemos por lá um peixe na brasa fantástico (sem lembranças do nome, mas no site tem o cardápio com preços e tudo mais.) e um camarões gigantes!!!! Quase não bebi cerveja por aqueles dias. Provei todos os sucos de nomes diferentes do cardápio. Bacuri tomei demais.





Pra alegrar a estadia, o circo Tihany, cujo slogan é algo do tipo "Las Vegas está aqui". estava na cidade e, obviamente, convoquei todo mundo. Muito bacana, é circo tipo espetáculo, com shows de mágica, contorcionismo, palhaços, tudo de alto nível. O preço do ingresso é salgadinho e compensa. Não tem tanta pompa como o Cirque du Soleil, mas quase chega lá. 




Foi assim. Não carnavalizamos.


Voltamos na madrugada de terça para quarta. Na poltrona ao lado, o mesmo rapaz estranho com livro Moby Dick no colo. 


Beijocas. Vanessa